Teníase e Cisticercose: Ciclo, Sintomas e Tratamento
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TENÍASE E CISTICERCOSE
O complexo teníase/cisticercose compreende infecções parasitárias distintas, classificadas como zoonoses. Ambas são causadas pelo mesmo parasita, porém em diferentes estágios do seu ciclo de vida.
CLASSIFICAÇÃO
- FILO: Platyelminthes
- CLASSE: Cestoda
- FAMÍLIA: Taeniidae
- GÊNERO: Taenia
- ESPÉCIE: Taenia solium e Taenia saginata
DEFINIÇÃO
- Teníase: Infecção intestinal humana causada por cestódeos adultos do gênero Taenia.
- Cisticercose: Alteração provocada pela presença da larva da T. solium e T. saginata nos tecidos de seus hospedeiros intermediários (suíno e bovino) e pela larva da Taenia solium (Cysticercus cellulosae) no homem (olhos, músculos e cérebro).
A teníase é uma doença causada pela tênia, um platelminto parasita intestinal que, por não possuir sistema digestório, absorve nutrientes digeridos pelo hospedeiro. Popularmente conhecida como solitária, geralmente apenas um parasita é encontrado por indivíduo.
ESPÉCIES
Existem duas espécies de tênias: a Taenia solium, que parasita suínos, e a Taenia saginata, parasita de bovinos.
Ambas possuem corpo dividido em vários anéis (proglótides) e, na extremidade anterior (escólex), há ventosas que auxiliam na fixação. As tênias são hermafroditas, com cada proglótide possuindo sistema reprodutor masculino e feminino. No ciclo da teníase, o humano é o hospedeiro definitivo, enquanto suínos e bovinos são hospedeiros intermediários.
MORFOLOGIA
- ESCOLEX - VENTOSAS: T. solium - 4 / T. saginata - 4
- ACÚLEOS E ROSTRO: T. solium - presentes / T. saginata - ausentes
- COMPRIMENTO: T. solium - 1,5 a 8m / T. saginata - 4 a 12m
- NÚMERO DE PROGLÓTIDES: T. solium - 800 a 1000 / T. saginata - 1000 a 2000
- CISTICERCOS: T. solium - C. cellulosae / T. saginata - C. bovis
- OVOS: T. solium e T. saginata - Indistinguíveis
HABITAT
- TENÍASE: Vermes adultos da T. solium e T. saginata vivem no intestino delgado do homem.
- CISTICERCOSE: Cysticercus cellulosae é encontrado nos tecidos subcutâneo, muscular, cerebral e nos olhos de suínos e, acidentalmente, no homem. O C. bovis é encontrado nos tecidos dos bovinos.
TRANSMISSÃO
- TENÍASE: Ingestão de carne crua ou mal cozida com: Cysticercus cellulosae (T. solium) ou Cysticercus bovis (T. saginata).
- CISTICERCOSE: Ingestão acidental de ovos viáveis da Taenia solium. Autoinfecção externa, autoinfecção interna (retroperistaltismo) e heteroinfecção.
AQUISIÇÃO
- Teníase: Carne com cisticercos. Cisticercos ingeridos com carne crua se desenvaginam no intestino delgado, desenvolvendo a tênia (T. solium se a carne for de suíno e T. saginata se for de bovino).
- Cisticercose: Ingestão de ovos de T. solium. Os ovos chegam ao intestino delgado e liberam a oncosfera, que penetra nos vasos sanguíneos e migra para o fígado, veia cava, coração, pulmões e circulação geral. A oncosfera se encista nos músculos, cérebro e olhos, transformando-se em cisticercos.
PATOGENIA
- TENÍASE: Frequentemente assintomática. Crianças e imunodeprimidos podem apresentar: dor abdominal, náuseas, vômitos, astenia, perda de peso, cefaleia, tonturas, diarreia, apetite excessivo, irritação, desnutrição, eosinofilia, prurido anal, ataques epileptiformes, etc.
- CISTICERCOSE HUMANA: Neurocisticercose, cisticercose muscular e cisticercose ocular.
CISTICERCOSE
As alterações da cisticercose iniciam com a fixação da larva no tecido, através de dois processos:
- Ação mecânica: Deslocamento ou compressão dos tecidos.
- Ação inflamatória: Presença de linfócitos, plasmócitos, eosinófilos e gigantócitos.
NEUROCISTICERCOSE
Instalação da larva → processo inflamatório → morte do cisticerco (3 a 6 meses após a infecção) → cisticerco é totalmente absorvido (deixando apenas um nódulo cicatricial) ou calcificado (permanecendo por longos anos) → a reação em torno dos cisticercos pode provocar distúrbios circulatórios graves, como redução do fluxo sanguíneo e periarterites. As manifestações clínicas incluem: cefaleia intensa (hipertensão endocraniana), crises convulsivas epilépticas, perturbações mentais, paralisias, etc.