Teologia: Guia Completo e Essencial
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Texto das Cartas ao Teólogo
- Antes de falar de Deus, ponha-se de joelhos e fale com Deus.
- Não perca de vista o tema central da teologia: o mistério de Deus.
- Seja a Sagrada Escritura o principal texto de referência de sua teologia.
- Sua teologia deve permanecer vitalmente ligada à comunidade de fé, a Igreja.
- Mantenha sempre viva a consciência da pobreza da linguagem humana frente ao mistério.
- Tenha paixão pelo conhecimento das coisas de Deus.
- Faça uma teologia que esteja a serviço do povo de Deus.
- Que sua teologia leve sempre em conta a realidade do povo.
- Não esqueça de desdobrar a dimensão sócio-libertadora da fé.
- Faça teologia com o ouvido aberto ao pobre.
Vocações do Teólogo
O teólogo é chamado a:
- Estar sempre em comunhão com o magistério.
- Intensificar a vida de fé.
- Unir sempre a pesquisa científica e a oração.
Isto é, ter a capacidade de crescer intelectualmente sobre o fazer teologia, mas não deixar de lado o caráter científico associado à vida de oração. A tarefa própria da teologia tem que trazer o conhecimento filosófico para que haja o sólido e harmônico conhecimento do homem, do mundo e de Deus. Não se pode deixar de lado as ciências históricas, pois o teólogo precisa compreender a teologia hoje a partir da história.
O teólogo tem a necessidade de formar a consciência e de refletir para que, de fato, a consciência reta ajude uma teologia que favoreça o diálogo e a comunhão. A doutrina da fé exorta os bispos para compreender a realidade e manter o diálogo firme, que contribua de fato para as relações mais profundas e marcadas pela confiança.
O teólogo é um sujeito eclesial e tem uma relação aprofundada com o Magistério. É preciso entender o teólogo não somente como aquele que deve produzir a teologia apresentada pelo magistério, mas também deve ajudar o magistério a refletir para um aprofundamento e desejo de que aquele tema e a reflexão teológica possam caminhar de uma maneira melhor. O magistério é critério de autenticidade. Portanto, quando o magistério ensina em questões de fé e moral, ele deve levar em consideração o "senso dos fiéis", pois este é um sinal da presença do Espírito Santo na vida da Igreja.
Quem é o Teólogo?
O Teólogo é uma vocação dentro da igreja, uma capacidade do ser humano em ser capaz do mistério de Deus. Ele é capaz de refletir a sua fé, unindo a fé à oração, transformando-a em sua vida. É preciso olhar os conteúdos da fé num caráter sistemático. O teólogo contribui para que, assim, a fé torne-se comunicável, e os elementos da fé sejam anunciados. Com isso, tem a missão de servidor pela pesquisa, por meio do estudo, do aprofundamento, da reflexão, servir e dar rigor racional à fé. O teólogo tem liberdade para se orientar, mas deve estar sempre em ligação com a verdade revelada. O teólogo deve também ajudar o povo de Deus a amadurecer a fé, sem agredi-lo, mas tomando-se parte do processo.
Regras de articulação:
- A fé deve ter primazia absoluta.
- A Bíblia é o primeiro testemunho a ser ouvido para afirmar que o teólogo não fala algo por si, mas está respaldado nas escrituras.
- A razão deve estar a serviço da compreensão do lado revelado.
- A Prática é uma fonte da Teologia.
Vias para aprender Teologia:
- O estudo;
- A imitação;
- A prática.
Natureza e Missão da Teologia
Fazer teologia acontece em duplo nível. O estudante se envolve em uma tarefa de fazer teologia, que é fruto do aprender teologia. Aprender a fazer teologia significa entrar na própria “expressão teológica”. É preciso visitar a teologia com olhar crítico. Aprender teologia significa aprender e conhecer profundamente, tendo a capacidade de celebrar e rezar a teologia. É preciso compreender e, compreendendo, poder crer. A liturgia, de fato, é teologia rezada, celebrada, “a lei de orar é a lei de crer e de fazer teologia” (Lex orandi, lex credendi, lex theologandi).
Dos 4 aspectos, o mais importante é imergir na teologia como num imenso mistério que sana, purifica, santifica. É a busca pelos elementos que possam purificar, sanar e santificar conceitos de determinada passagem. O sentido profundo da teologia está na meditação (aprender), contemplação (oração), prática de amor e caridade.
Teologia nas Primeiras Comunidades
É possível, sim, uma teologia nas primeiras comunidades. Talvez não existam conceitos, como na escolástica, mas o evento fundante da Revelação, que é Jesus (Encarnação, Vida, Morte e Ressurreição), está presente no discurso. O Novo Testamento é teologia fontal. Isso revela como as comunidades foram construídas. A teologia das primeiras comunidades cristãs toca, pela primeira vez e de forma incomparável, a fonte de onde surge a própria fé: o encontro de homens e mulheres com Jesus Cristo. É a partir da teologia fontal que os apóstolos levam a mensagem.
A teologia fontal é:
- Pneumática: embebida pelo Espírito Santo, que suscita a continuidade dos seguidores de Jesus.
- Eclesial: nascida no seio vivo de uma comunidade a caminho e referida a ela.
- Missionária: destinada a transmitir e recriar a fé cristã.
- Vivencial: repleta de sentimentos, conotações e força convocatória, proveniente da experiência de seguimento do ressuscitado.
- Contextualizada: na história da continuidade em que foi elaborada;
- Aberta ao futuro: estimulando, assim, interpretações enriquecedoras, novas releituras.
A Teologia Antimoderna e Manualística
Durante esse contexto, encontramos tendências que se precipitam em relação à cristandade, como por exemplo: Subjetivismo e individualismo, secularização. Nesse período moderno, encontramos algumas características:
- A teologia conserva sua relação com o magistério.
- A Teologia se desenvolve em três grandes áreas: Fundamental, dogmática e moral.
- Fundamental: Prevalece a apologética;
- Dogmática: Fundamentada na Escritura, na Patrística e estudos medievais, e ensinamentos de Tomás de Aquino.
- Moral: se estrutura a partir da lei e dos dez mandamentos.
Os Padres da Igreja
Os Padres da Igreja contribuíram para a preservação e transmissão do legado intelectual e espiritual do Cristianismo primitivo. O embate com as heresias foi importante para o avanço da teologia cristã, estimulando o desenvolvimento de uma compreensão mais clara, profunda e articulada da fé cristã.
Os concílios contribuíram para a sistematização das verdades da fé.
A reflexão dos padres parte de algumas perspectivas:
- A Bíblia era o texto fundamental para os padres da Igreja e para as comunidades cristãs primitivas.
- A Liturgia, que traz a teologia da igreja celebrada, rezada. A liturgia é a expressão de fé, onde as verdades da Escritura eram proclamadas e vivenciadas.
- Cristológica Eclesial, que apresenta o foco cristológico, centrado na pessoa e na obra de Jesus Cristo.
- Criativa, inculturada e plural, pelo fato de integrar elementos da cultura e pensamentos da época em sua reflexão teológica, buscando expressar a fé cristã de maneira relevante.
Teologia Escolástica Medieval
Seis elementos do ensino da escolástica: seis passos de como a sacra doutrina passa a ser estudada no período da escolástica medieval:
- Lectio: Explicação do mestre.
- Comementarium: Exegese das grandes obras do passado.
- Quaestio: Reflexão, debate e o estudo.
- Disputatio: Estudantes e mestre discorrem juntos os temas e pensamentos de determinado autor da obra.
- Quodlibet: Extensão da disputatio, discussões livres.
- Sententiae: Retomada das sumas teológicas.
Tomás de Aquino desenvolve uma teologia que é obediente à revelação. O modo que ele apresenta a suma teológica nos mostra como era o método de ensino naquele período.