A Teoria da Ação Comunicativa de Jürgen Habermas

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Resumo Geral: A Teoria da Ação Comunicativa de Habermas

Jürgen Habermas propõe um modelo para analisar a sociedade através de duas formas de racionalidade: a racionalidade substantiva do mundo da vida e a racionalidade formal do sistema.

O mundo da vida representa uma perspectiva interna, ou seja, o ponto de vista dos sujeitos atuantes na sociedade.

O sistema, por sua vez, representa a perspectiva externa, como a estrutura sistêmica (racionalidade técnico-burocrática weberiana, instituições).

Habermas considera a sociedade como um conglomerado complexo e estruturado, onde os processos podem fazer com que o ator individual desapareça.

Na sua Teoria da Ação Comunicativa, Habermas classifica as ações em manifestações simbólicas, ação regulada por normas e ação dramatúrgica. Estas ações ocorrem em pelo menos um mundo, mas sempre em relação ao mundo objetivo.

Ação Comunicativa e a Esfera do Trabalho

Na esfera do trabalho, surgem contrastes no campo da ação comunicativa, definida como "uma interação mediada por símbolos". Esta ação baseia-se em normas fundamentais ou imperativas que definem formas recíprocas de conduta e devem ser compreendidas e reconhecidas intersubjetivamente.

Este tipo de ação resulta no quadro institucional da sociedade, em oposição aos sistemas de ação instrumental e estratégica.

Habermas define o trabalho como "uma ação de meios-fim que, para alcançar um determinado fim, exige o uso de certos meios".

Ele distingue dois tipos: a ação instrumental e a ação estratégica (escolha racional).

A ação instrumental (técnica, estratégica) permanece subordinada às tradições de legitimação. Na sociedade capitalista, os subsistemas de ação instrumental, particularmente a economia, estão em constante expansão.

Confronto de Racionalidades: Comunicativa vs. Científico-Técnica

O tipo tradicional de racionalidade comunicativa é confrontado nos tempos modernos com a nova racionalidade do conhecimento científico-técnico (instrumentalização). Neste confronto, a racionalidade comunicativa, anteriormente ligada a interpretações mítico-religiosas, é substituída pelo conhecimento científico.

A Pragmática Universal de Habermas

Habermas levanta a necessidade pragmática de uma ciência universal das estruturas da linguagem, com base universal e válida em todas as situações e contextos comunicativos. A pragmática universal revela as condições linguísticas que permitem a razão comunicativa. É através dela que a razão se transforma em razão comunicativa.

Os Quatro Conceitos de Ação na Teoria de Habermas

Dos muitos conceitos de ação empregados na teoria sociológica, Habermas os reduz a quatro:

  • 1. Conceito Teleológico de Ação: Este conceito está no centro da teoria filosófica da ação desde Aristóteles. O ator estabelece um fim e age para produzir o estado desejado de coisas, escolhendo a situação mais consistente e aplicando-a corretamente.
  • 2. Conceito de Ação Regida por Regras: Habermas afirma que "O conceito de ação regida por regras não se refere ao comportamento de um ator solitário que encontra princípios em seu ambiente com outros atores, mas sim aos membros de um grupo social que orientam suas ações por valores comuns".
  • 3. Conceito de Ação Dramatúrgica: Habermas também explica que "O conceito de ação dramatúrgica não se refere nem a um ator sozinho nem a um membro de um grupo social. O ator transmite a um determinado público uma imagem ou impressão de si mesmo, mostrando o que deseja, ou seja, sua própria subjetividade".
  • 4. Conceito de Ação Comunicativa: Finalmente, Habermas afirma que "... o conceito de ação comunicativa refere-se à interação de pelo menos dois sujeitos capazes de fala e ação (seja por meio verbal ou extraverbal) em uma relação interpessoal".

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