Teoria Burocrática: Princípios, Críticas e Aplicação
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Teoria Burocrática: Conceitos e Fundamentos
A Teoria Burocrática visa organizar detalhadamente a empresa e controlar rigidamente suas atividades. Ela surge da necessidade de estabelecer novos sistemas de controle de pessoal. O comportamento humano passa a ser preestabelecido, e o treinamento minucioso desse comportamento é realizado nas próprias organizações. Assim, as emoções não fazem parte do comportamento esperado. Seu objetivo é a eficiência organizacional, prevendo com detalhes o funcionamento da organização. Vê os indivíduos apenas em função dos cargos e funções que exercem. Para Weber, a burocracia não constitui um sistema social, mas um tipo especial de autoridade e poder.
Dimensões Principais do Tipo Ideal de Burocracia
- Formalização: Todas as atividades da organização são definidas por escrito, e a organização opera de acordo com um conjunto de leis ou regras aplicáveis a todos os casos individuais, sem exceção.
- Divisão do Trabalho: Cada participante tem um cargo ou posição definidos com esfera específica de competência, com deveres oficiais e atribuições estritamente especificadas e delimitadas.
- Princípio da Hierarquia: A burocracia se assenta em uma hierarquia bem definida de autoridade. Cada funcionário é submetido a ordens impessoais que guiam suas ações para assegurar sua obediência. Cada função mais baixa está sob o controle e supervisão da mais alta, assegurando unidade de controle – cada funcionário tem apenas um único chefe (formato piramidal da burocracia).
- Impessoalidade: O funcionário ideal atua com impessoalidade no relacionamento com outros ocupantes de cargos. A burocracia enfatiza os cargos e não as pessoas que os ocupam, pois as pessoas entram e saem da organização, mas os cargos permanecem para garantir sua continuidade e perpetuação.
- Competência Técnica: A seleção e escolha dos participantes é baseada na competência técnica e qualificação profissional dos candidatos, e não em preferências de ordem pessoal. Há utilização de testes e concursos para preenchimento de cargos ou para promoções.
- Separação entre Propriedade e Administração: Os recursos utilizados pela organização burocrática para a execução de suas tarefas não são propriedade dos burocratas. A administração está separada da propriedade dos meios de produção, pois o dirigente ou burocrata não é necessariamente o dono da organização ou de seus meios de produção, mas um profissional especializado em sua administração.
- Profissionalização do Funcionário: Os funcionários da burocracia são profissionais, pois são especialistas em face da divisão do trabalho; são assalariados de acordo com suas funções ou posição hierárquica; seus cargos constituem sua principal atividade dentro das organizações; são nomeados pelo superior imediato; seus mandatos são por tempo indeterminado; seguem carreira dentro da organização e não possuem a propriedade dos meios de produção da organização.
Críticas à Teoria Burocrática
- Disfunções: O exagerado apego às regras, normas e regulamentos, transformando-os de meios em fins, e a valorização maior das normas e regras do que do contingente humano.
- Impessoalidade: A impessoalidade no relacionamento humano e a necessidade de exibir símbolos que evidenciam o poder dos participantes.
Relação da Burocracia com a Enfermagem (ENF)
- A valorização das normas e regras tem influenciado a prática da enfermagem (ENF), constituindo um dos fatores que têm contribuído para uma prática administrativa estanque, baseada em regras e normas obsoletas com poucas perspectivas de mudanças.