A Teoria do Conhecimento em Kant: A Revolução Copernicana
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Tem sido assumido até agora que todo o nosso conhecimento deve obedecer aos objetos. Mas, sob tais circunstâncias, a fim de estabelecer a priori, por meio de conceitos, algo sobre essas coisas... (viragem)
O texto proposto é um excerto da obra seminal de Kant, Crítica da Razão Pura, onde desenvolveu sua teoria do conhecimento, base de toda a sua filosofia. O problema fundamental que se coloca nesta obra, e que é perfeitamente refletido no texto, são as possibilidades de conhecimento através das nossas faculdades cognitivas. Na primeira parte do texto, o autor [Kant] aborda o facto de que todas as tentativas de demonstrar que o conhecimento deve basear-se na experiência do objeto falharam. As razões filosóficas para esta falha seriam determinadas pela conceção empirista e racionalista do conhecimento, que focava o objeto (para os racionalistas, o objeto é a ideia; para os empiristas, é a perceção, a impressão), em vez do sujeito (o homem que conhece).
Por esta razão, Kant, tal como Copérnico no seu tempo, inverte os termos e foca a atenção no sujeito que conhece: o homem é o construtor da experiência cognitiva, fazendo com que os objetos dependam e se adaptem à sua mente. O homem é o elemento ativo do conhecimento, que molda o objeto; este é conhecido apenas na medida em que o sujeito é capaz de o integrar no seu sistema cognitivo. Ao inverter os termos da investigação, realizando a revolução copernicana, Kant afirma que a intuição dos objetos não pode ser apenas empírica, mas é o poder da intuição do sujeito que estrutura o conhecimento.
Contudo, para que essas ideias se tornem conhecimento, devem referir-se a algo como um objeto. Portanto, a conclusão é que a experiência é uma forma de conhecimento que requer conceitos a priori (espaço e tempo), aos quais todos os objetos da experiência devem, necessariamente, reger-se. O espaço e o tempo são propriedades do sujeito, não do objeto; o conhecimento é algo subjetivo, porque é o sujeito que, através de uma estrutura de formas a priori, o constitui.