A Teoria do Conhecimento em Kant: Sensibilidade, Entendimento e Razão

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A Estrutura e Função das Faculdades Humanas de Conhecimento em Kant

Para Kant, o conhecimento é a síntese do conceito e da experiência. Quando se busca o conhecimento apenas por conceitos puros, ele é vazio. Quando se tenta reduzir tudo à experiência, o conhecimento é cego. Dentro da faculdade do conhecimento humano, Kant distingue três funções: a sensibilidade, o entendimento e a razão, cada qual com uma formação peculiar que desempenha um papel especial no desenvolvimento do conhecimento.

A Sensibilidade fornece o material do conhecimento através dos sentidos.

O Entendimento produz esses materiais e forma juízos com eles.

A Razão argumenta a partir desses fatos, seguindo a sua base.

A sensibilidade é a faculdade pela qual os seres humanos têm contato cognitivo com a realidade. É o mundo dos sentidos, fornecendo a matéria do conhecimento. Através da percepção, o mundo aparece como uma multiplicidade de cores, formas, cheiros, sons, etc. Essa matéria precisa ser transformada em conhecimento. Os empiristas acreditavam que a sensibilidade humana era passiva, apenas refletia o que o mundo exterior lhes fornecia. Kant, contudo, sublinhou que tal passividade não é credível. A sensibilidade inclui impressões, mas necessariamente precisa imprimir a essa matéria uma certa forma, a forma da sensibilidade, da mesma forma que o frasco que contém o líquido imprime seu próprio contorno.

Empirismo

O Empirismo insiste que a mente humana é uma "folha em branco" e que não há nada no entendimento que não tenha passado primeiro pelos sentidos. Mas essa "ardósia em branco" não é passiva; sua própria forma afeta as informações que podem ser inseridas nela: pode-se escrever, desenhar com lápis, caneta, tinta invisível... mas não se pode gravar, por exemplo, informação eletromagnética, que exigiria uma fita, e esta tem uma natureza diferente.

Espaço e Tempo como Formas Puras da Sensibilidade

O espaço e o tempo são formas puras da sensibilidade. São puros porque são livres de experiência, são anteriores a toda experiência e são o único meio pelo qual recebemos impressões. São formas a priori e necessárias. São ingredientes essenciais de toda a experiência: a experiência humana não pode ocorrer fora do espaço e do tempo. O espaço e o tempo, por sua vez, têm uma estrutura especial. A estrutura do espaço é o "estar puro lado a lado" e a do tempo, a de uma "sucessão pura". Essa estrutura é a forma que o espaço e o tempo imprimem em toda a experiência. Todas as nossas experiências envolvem objetos que estão lado a lado e que se sucedem. Espaço e tempo são as coordenadas em que toda a nossa experiência se "move", mas essas coordenadas são postas pelo sujeito do conhecimento, o ser humano. Embora a experiência possa variar (o que foi ontem, hoje é branco ou preto; o frio que ontem parecia quente, etc.), o fato de que tudo precisa acontecer no espaço e no tempo indica que o espaço e o tempo são a priori, inatos, nascem conosco e determinam nossa maneira de conhecer a realidade.

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