Teoria dos Custos de Transação

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Introdução

O trabalho de Coase, nascido e desenvolvido com os trabalhos de Williamson, analisa as razões para a existência de empresas, especialmente considerando que a empresa é um mecanismo alternativo de alocação de recursos para o mercado.

Coordenação e Trocas

As sociedades primitivas não possuíam mecanismos de coordenação destinados a promover o comércio. O surgimento desses mecanismos está relacionado à crescente complexidade das sociedades modernas. Uma empresa especializada produz muitos bens, mas, na ausência de autossuficiência, é obrigada a comprar de outros. É necessário, portanto, produzir trocas que garantam o direito de usar ou consumir tais produtos. O problema é que, com o aumento da especialização, as trocas seriam infinitas. Existem duas formas de coordenação: mercados e organizações.

Coordenação de Mercado

A coordenação de mercado é alcançada através da espontaneidade dos agentes econômicos, que se manifesta no preço. Sob as condições descritas pela teoria neoclássica, a ação livre dos agentes leva à alocação ótima de recursos, atuando como um guia para o comportamento. Mas devemos nos perguntar por que nem todas as operações são realizadas através deles. A realidade é que as empresas existem, e sua existência é o resultado da decisão dos indivíduos.

Custos de Transação

Isso foi levantado por Coase, que sustenta que a utilização do sistema de preço é cara. Para a teoria dos custos de transação, a empresa é uma forma de organizar a transação. Coase levanta duas questões: como explicar a existência de empresas e como explicar que os mercados não desaparecem completamente? A resposta reside nos conceitos de operação e custos de transação. Os custos de produção não são a única fonte de consumo. O modelo de coordenação considera custos de transação os custos relacionados ao acesso dos agentes à informação. Há dois pressupostos fundamentais desta teoria: a racionalidade limitada na tomada de decisões e o comportamento oportunista.

Os custos de transação são os custos de operação do sistema de câmbio. Três fontes fundamentais:

  • Custo da informação: consequência do texto e cláusulas de garantia
  • Custo de Preço: vigilância e monitoramento de informações
  • Custo do contrato de desempenho: busca por agentes que participam da assinatura do contrato.

Diante disso, a empresa deve analisar se fabrica ou compra.

Custos de Coordenação Interna

Por outro lado, a organização também está sujeita a custos de coordenação interna:

  • Custo da perda de controle: quanto maior a empresa, maior o risco de má interpretação
  • Custo de influência: inerente ao funcionamento das organizações pela existência de um centro de decisão
  • Custo do organismo decisor: favorece o surgimento de comportamentos oportunistas

Organizações unem recursos na coordenação de operações. A incerteza associada à transação aumenta o risco de investimento, tornando a negociação mais complexa e aumentando os custos de transação. Finalmente, quanto maior a taxa de recorrência, menor o risco associado ao investimento.

Críticas à Teoria

No entanto, esta abordagem tem tido críticas significativas. Primeiro, a consideração de oportunismo como uma linha de conduta não leva em conta a confiança. Segundo, não devemos esquecer que a ênfase nos custos e na eficiência negligencia a estratégia. Finalmente, esta teoria subestima os custos de coordenação interna, assumindo que as questões internas de autoridade são resolvidas de forma mais eficiente.

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