Teoria da Seletividade Socioemocional: Motivação e Ciclo de Vida
Classificado em Psicologia e Sociologia
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- Os humanos são únicos na capacidade de monitorizar o tempo – incluindo o tempo de vida – e fazem-no de forma consciente e subconsciente.
- Os objetivos de vida são sempre enquadrados em contextos temporais.
- Devido à idade cronológica estar associada ao tempo restante de vida, os objetivos mudam ao longo do ciclo de vida.
- Os horizontes temporais desempenham um papel fundamental nos processos motivacionais. Os objetivos, as preferências e os processos cognitivos, como a atenção e a memória, mudam em consonância com o horizonte temporal do indivíduo, isto é, com a perspetiva de tempo que ainda resta a cada um (Carstensen, 2006).
- É uma teoria acerca do desenvolvimento da motivação ao longo do ciclo de vida.
- Centra-se nas interações e no comportamento social, especificamente na relação e na forma como as redes e as interações sociais servem objetivos de regulação emocional.
- Fundamenta-se na capacidade humana de monitorizar o tempo, ajustando os horizontes temporais à medida que a idade avança.
Duas Grandes Trajetórias Motivacionais no Comportamento Social
- Trajetória da Emoção: orientada para a obtenção de satisfação e significado emocional.
Predomina nos mais velhos, que tendo já adquirido um entendimento considerável sobre os outros, e antecipando um horizonte temporal mais curto, dão prioridade aos objetivos emocionais.
- Trajetória do Conhecimento: orientada para a aquisição de informação.
Predomina nos mais jovens, motivados pela obtenção de novos saberes e com perspetivas de futuros longos.
- A redução no número de interações sociais que habitualmente acompanha o avançar da idade, neste contexto, é explicada pelas mudanças que se operam nos objetivos que os indivíduos formulam nas diferentes etapas da sua vida.
- À medida que os indivíduos envelhecem e mudam os seus horizontes temporais, estratégica e adaptativamente selecionam e cultivam as suas redes sociais no sentido de maximizar os ganhos e minimizar os riscos sociais e emocionais (Carstensen, 1987, 1992).
- As interações sociais, fundamentais para o autoconceito e para a regulação das emoções, requerem um significativo dispêndio de tempo e de energia, além de, muitas vezes, potenciarem a exposição dos indivíduos a emoções negativas.
- A redução nos contactos sociais em idades avançadas deve-se a um processo voluntário e adaptativo. Os indivíduos, à medida que envelhecem, selecionam e discriminam os seus parceiros sociais, com o objetivo de otimizar os ganhos provenientes dos contactos que estabelecem (Carstensen, 1992).
À medida que as pessoas envelhecem, optam por empregar o seu tempo e a sua energia em assegurar o equilíbrio emocional, procurando manter e usufruir das relações que são importantes e significativas para si, aceitando pequenos desentendimentos e usando as competências que adquiriram com a sua experiência de vida para gerir eficazmente as relações interpessoais.
Esta teoria, centrada no desenvolvimento emocional, pressupõe que, como a experiência e o conhecimento são essenciais para o processo de regulação emocional, a idade estaria associada a uma maior maturação emocional.
Aumento do Bem-Estar e Regulação Emocional na Velhice
O aumento nos níveis de bem-estar associados ao avançar da idade é explicado, à luz deste modelo, pela estratégia de regulação emocional relacionada com a seleção situacional e por uma capacidade aperfeiçoada dos adultos idosos em evitar “ambientes sociais tóxicos”.