Teorias da Comunicação: Estruturalismo e Marshall McLuhan
Classificado em Filosofia e Ética
Escrito em em português com um tamanho de 4,2 KB
Escola Sociológica Europeia: O Método Estruturalista
A Escola Sociológica Europeia, com foco no método estruturalista, teve seu início nos anos 50, mas ganhou maior relevância na década de 60, na França. É importante notar que nem todos os seus teóricos eram franceses; alguns, por exemplo, vieram da Argentina.
Esses teóricos utilizam o método estruturalista, cuja ideia central é compreender as partes que formam um todo, ou seja, o sistema. Diferentemente do positivismo e do marxismo, que abordam a totalidade da sociedade da comunicação, o estruturalismo foca em elementos específicos.
O estruturalismo, por sua vez, trabalha com a Semiologia, uma ciência proposta no início do século XX para estudar todos os signos. Seu objetivo é analisar as mensagens veiculadas pelos meios de comunicação de massa. Os teóricos dessa escola se dedicam ao estudo das linguagens e dos signos, utilizando a semiologia para analisar peças publicitárias, músicas ou quadrinhos, e compreender como os signos visuais, sonoros e verbais são veiculados.
É fundamental destacar que esses teóricos estão interessados em estudar as mensagens em si, e não os seus efeitos.
Em contraste, os teóricos da Escola de Frankfurt são considerados "apocalípticos", pois acreditavam que nada mudaria. Da mesma forma, os funcionalistas, que são "integrados", também defendem a ideia de que não haverá grandes transformações.
Portanto, a Escola Sociológica Europeia propõe que a compreensão da mensagem seja feita a partir da semiologia e do método estruturalista.
Marshall McLuhan: Meios de Comunicação e Extensões Humanas
Há, contudo, um teórico que não se enquadra diretamente em nenhuma dessas escolas: Marshall McLuhan. Ele propunha o uso dos meios de comunicação de massa, principalmente a TV, para o ensino. Na época, a ideia de utilizar a TV na escola não foi amplamente aceita.
Em 1960, essa perspectiva de McLuhan ganhou mais destaque. Ele parte da premissa de que nosso conhecimento do mundo é adquirido por meio dos cinco sentidos. Estamos imersos em um ambiente, em um mundo e em uma sociedade que nos transmitem diversas informações, e as absorvemos utilizando nossos sentidos para isso. Para McLuhan, o livro sobrecarregaria a leitura, e o rádio, a audição.
Primeira Ideia: A TV como Extensão dos Sentidos
Com a chegada da TV, McLuhan afirma que ela seria uma extensão dos nossos sentidos.
Segunda Ideia: A Galáxia de Gutenberg e o Homem Individualista
Sua segunda ideia é a da Galáxia de Gutenberg. A partir do advento da imprensa, o ser humano passou a obter informações do mundo principalmente através dos livros, o que gerou uma profunda mudança na forma como percebemos o mundo. Após a cultura impressa, o conhecimento se concentrou nos livros, e McLuhan argumenta que isso contribuiu para um homem mais individualista, pois bastava ter o conhecimento em mãos, sem a necessidade de interação com outrem.
Terceira Ideia: A Aldeia Global e a Relação com os Meios
A terceira ideia é a da Aldeia Global. Essa concepção aborda a maneira como nos relacionamos com os meios de comunicação. McLuhan se concentra no estudo dos meios em si; para ele, não interessam as mensagens, mas sim o meio, o que constitui uma diferença fundamental em seu pensamento.
A ideia de aldeia global refere-se, portanto, à forma como cada indivíduo se relaciona com os Meios de Comunicação de Massa (MCM).
A TV, por exemplo, desperta a audição, a visão e o tato. Essa atuação sobre múltiplos sentidos faz com que qualquer pessoa assistindo TV compartilhe uma experiência comunicativa. O que interessa é que, ao ter uma TV à nossa frente, estamos utilizando a visão, a audição e o tato simultaneamente.
McLuhan afirma que é como se voltássemos a uma aldeia tribal, onde utilizávamos predominantemente nossos sentidos, mas agora em uma escala global, transformando o mundo em uma "aldeia global".