Teorias do Conhecimento: Conceitos Essenciais da Filosofia

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Descrição Fenomenológica do Ato de Conhecer

A descrição fenomenológica do ato de conhecer é uma descrição/explicação do conhecimento, que descreve o fenômeno apresentado ao sujeito. Para haver conhecimento, tem de haver um sujeito que conheça e um objeto que se deixe conhecer. O sujeito é sempre sujeito e o objeto é sempre objeto; não há permuta. Há uma correlação, pois não existe um sem o outro. Há três momentos no processo:

  1. O sujeito sai da sua esfera;
  2. Entra na esfera do objeto e retira as imagens/representações;
  3. O sujeito volta a si com o conhecimento.

Apenas o sujeito se altera, pois ganha conhecimento do objeto.

Dogmatismo

O dogmatismo apresenta uma confiança absoluta na razão. Acredita que os objetos são dados e conhecidos de forma direta e de modo absoluto, tal como são em si mesmos.

Ceticismo

O ceticismo apresenta uma desconfiança relativamente à razão e aos sentidos, considerando que não é possível ao sujeito apreender de modo efetivo e rigoroso o objeto; logo, não existe verdade absoluta. Podemos distinguir três formas de ceticismo:

  1. O ceticismo absoluto ou radical defende que é impossível ao sujeito apreender o objeto; por conseguinte, não há conhecimento verdadeiro.
  2. O ceticismo mitigado é mais moderado; não estabelece a impossibilidade do conhecimento, mas não acredita num saber rigoroso, aceitando a probabilidade deste conhecimento.
  3. O ceticismo metafísico destaca a impossibilidade de conhecermos aquilo que ultrapassa a experiência sensível. As realidades metafísicas, como a alma e Deus, não podem ser conhecidas.

Racionalismo e Empirismo

O racionalismo considera que a razão é a principal fonte do conhecimento, sendo que este conhecimento é verdadeiro, válido e totalmente independente da experiência. Para os racionalistas, o modelo do conhecimento verdadeiro é a matemática, porque é válida, logicamente necessária e aceite por todos. Não negam a existência do conhecimento empírico, mas afirmam que este não pode ser verdadeiro. As ideias fundamentais do conhecimento racional são inatas, claras e distintas. Por isso, a razão é a única origem do conhecimento verdadeiro e universal.

Já no empirismo, todo o nosso conhecimento provém da experiência. Para os empiristas, não existem ideias, conhecimentos ou princípios inatos. Antes da experiência, não existe nada; a mente humana é uma folha de papel em branco, onde a experiência vai construindo conhecimento. Para os empiristas, as ideias não são inatas, mas empíricas e podem ser simples ou complexas, porque o sujeito faz combinação e associação de ideias. A experiência é importante porque recebemos através dela um mundo exterior, chamada experiência externa, e a reflexão que fazemos sobre isso é a interna. A experiência é a origem de todo o conhecimento. As ideias têm uma base empírica; logo, o sujeito não consegue conhecer para além da experiência, sendo esta a única fonte de conhecimento.

Idealismo e Realismo

Estas duas teorias tentam responder à questão da natureza do conhecimento. O realismo é uma teoria filosófica que considera que o sujeito capta um objeto que lhe é exterior. Assim, o conhecimento está na realidade. Podemos distinguir o realismo ingénuo, que acredita que é possível conhecer a realidade tal como ela é, e o realismo crítico, que, embora aceite que a realidade detém o conhecimento, o sujeito não consegue abarcar a realidade tal como ela é.

O idealismo é uma corrente filosófica que, ao contrário da anterior, considera que o objeto não existe independentemente do sujeito. O conhecimento depende das estruturas do sujeito e não da realidade. Dentro do idealismo, consideramos duas posições:

  1. O idealismo imaterial, que defende que o conhecimento depende das estruturas do sujeito, ou seja, é uma representação;
  2. O idealismo fenomenista defende que o sujeito consegue conhecer o fenómeno (aquilo que parece), mas não consegue conhecer a essência das coisas.

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