Teorias Demográficas e Fases da Transição Populacional

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Teorias Demográficas

Teoria Malthusiana

A Teoria Malthusiana, proposta por Thomas Malthus, argumentava que, na ausência de guerras e epidemias, a população mundial dobraria, em média, a cada 25 anos, seguindo uma progressão geométrica. Ao mesmo tempo, a produção de alimentos não acompanharia o mesmo ritmo, devido à limitação de terras cultiváveis, crescendo segundo uma progressão aritmética. De acordo com sua previsão, haveria um momento em que a escassez de terras para cultivar alimentos resultaria em:

  • Fome
  • Subnutrição
  • Pestes
  • Epidemias

Teoria Neomalthusiana

Os chamados Neomalthusianos, surgidos no século XX, novamente defendiam que o crescimento demográfico seria o principal responsável pelo avanço da pobreza e da fome nos países em desenvolvimento. Contudo, desta vez, eles afirmavam que a causa da pobreza seria o crescimento da população jovem, que levava os governos a investir cada vez mais em saúde e educação, deixando de lado os investimentos em setores produtivos. Isso, segundo eles, estaria dificultando o desenvolvimento econômico e, assim, acabaria levando ao caos social.

Os Neomalthusianos defendiam ainda que uma quantidade maior de indivíduos faria diminuir a renda per capita, constituindo outro fator de aumento da pobreza. Ou seja, quanto mais pessoas em um país, menor a renda per capita. A solução, segundo eles, seria o controle da natalidade nos países subdesenvolvidos através da adoção de “políticas de controle de natalidade”, que se tornaram bastante populares sob o nome de “planejamento familiar”.

Teoria Demográfica Reformista

A Teoria Demográfica Reformista foi elaborada por representantes de países em desenvolvimento em resposta à Teoria Neomalthusiana, com uma conclusão inversa a esta. Segundo a Teoria Demográfica Reformista, as elevadas taxas de natalidade, que originam uma população jovem numerosa, não seriam a causa, mas sim a consequência do subdesenvolvimento. Sendo assim, seria necessário o enfrentamento das questões sociais e econômicas para que a dinâmica demográfica entrasse em equilíbrio.

À medida que as famílias obtêm condições mínimas de vida, tendem a ter menos filhos. Essa teoria é mais realista, pois analisa os problemas econômicos, sociais e demográficos de forma objetiva, partindo de situações reais do dia a dia das pessoas.

Fases da Transição Demográfica

A transição demográfica descreve as mudanças nas taxas de natalidade e mortalidade ao longo do tempo, resultando em diferentes padrões de crescimento populacional. Geralmente, é dividida em cinco fases:

  1. 1ª Fase: Pré-Transição

    A natalidade se dava de forma descontrolada, porém, ao mesmo tempo, a taxa de mortalidade, por fatores ligados à época (conflitos bélicos, crises, epidemias, baixas condições sanitárias básicas e pouca higiene), também tinha índices altíssimos, resultando em um acréscimo populacional muito pequeno.

  2. 2ª Fase: Aceleração do Crescimento

    Os índices de mortalidade iniciam uma importante descida, motivada por diferentes razões: a melhoria nas condições sanitárias, a evolução da medicina e a urbanização, aumentando a expectativa de vida. No entanto, os índices de natalidade não acompanham essa tendência, causando um rápido crescimento populacional. Em muitos países, essa fase teve início com a Revolução Industrial.

  3. 3ª Fase: Desaceleração do Crescimento

    Ocorre uma queda na taxa de natalidade devido ao acesso a métodos contraceptivos e à educação, fazendo com que o planejamento familiar fique mais difundido. O resultado é um crescimento vegetativo reduzido em relação à fase 2.

  4. 4ª Fase: Estabilização

    Os índices de natalidade voltam a se estabilizar, criando um crescimento populacional pequeno ou nulo.

  5. 5ª Fase: Declínio Populacional (ou Envelhecimento)

    A mortalidade pode superar a natalidade devido ao alto custo de se criar filhos, levando famílias a optar por ter um número muito reduzido de filhos para manter o padrão de vida. Esta fase é caracterizada pelo envelhecimento populacional e, em alguns casos, pelo declínio demográfico.

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