Teorias de Desenvolvimento: Parsons e Rostow
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Talcott Parsons: Funcionalismo Estrutural
As décadas de 40 e 50 marcaram o auge da teoria do funcionalismo estrutural de Talcott Parsons. Sua base teórica legitimou o poder global dos EUA. As ideias de mudança social aceitas eram aquelas que não alteravam as regras ou diretrizes que contribuíam para a preservação e sobrevivência do sistema, ajudando a consolidar a hegemonia mundial.
Parsons propôs uma teoria da mudança social funcional nos sistemas sociais, seguindo a analogia orgânica, um projeto que ele chamou de paradigma de mudança evolutiva. Para construir sua grande teoria social, Parsons baseou-se nas contribuições de Durkheim, Weber e Pareto. Pouca atenção foi dada a Marx e, como resultado, a teoria marxista continuou excluída da análise sociológica dominante.
Para Parsons, um sistema é uma estrutura com partes ou propriedades estáveis. Seu foco era análogo ao crescimento de um organismo. Com base no conceito de densidade dinâmica proposto por Durkheim, a mudança ocorreria à medida que a população crescesse dentro de um sistema social.
Parsons supôs que toda sociedade é composta por uma série de subsistemas, os quais diferem em termos de sua estrutura e seu significado funcional para o restante da sociedade. À medida que a sociedade evolui, emergem novos subsistemas que deveriam ser mais flexíveis que os anteriores. Isso sugere que, ao evoluir, a sociedade aumenta sua capacidade de resolver problemas.
W.W. Rostow: Modernização e Crescimento Econômico
A representação mais autêntica do ambiente bipolar da Guerra Fria e do processo de modernização ocidental foi expressa na obra central de W.W. Rostow, autor americano, cujo título é bastante significativo: As Etapas do Crescimento Econômico: Um Manifesto Não-Comunista.
Ele definiu todas as sociedades como pré-capitalistas ou tradicionais, e a modernização seria o mecanismo para a convergência dos países 'atrasados' com os desenvolvidos tecnologicamente. A natureza das tecnologias da sociedade industrial imporia formas específicas de organização política e cultural, padrões sociais, comportamentos e até mesmo crenças e atitudes quotidianas.
Supunha-se que a tecnologia teria sua própria lógica de funcionamento, impulsionada pela sequência de descobertas e inovações. A prevalência da tecnologia moderna causaria a síndrome da modernidade, na qual as sociedades tenderiam a se padronizar, eliminando as diferenças locais.
A visão de desenvolvimento em Rostow identifica-se principalmente com o crescimento econômico, sem o qual não ocorreria a modernização. O problema do desenvolvimento tornou-se, assim, um modelo ideal de atividades económicas, sociais e políticas inter-relacionadas, que ocorreria em certos países onde as condições fossem ideais para a 'decolagem' (take-off).
Rostow distinguiu cinco etapas no caminho da maturidade económica que levariam ao desenvolvimento.
Rostow buscava mostrar que o início do desenvolvimento não dependia de um Estado revolucionário (como ocorrera na URSS), mas sim de um conjunto de medidas económicas que poderiam ser tomadas por qualquer Estado-Nação que assumisse a ideologia desenvolvimentista.
O esquema de Rostow foi adotado como um modelo universal de modernização e desenvolvimento pelos tecnocratas ocidentais. Dentro desse cenário, essa abordagem foi contestada principalmente por autores marxistas e, no caso da América Latina, pelos teóricos da dependência.