Teorias de Enfermagem: Abordagens e Práticas Fundamentais

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Teorias de Enfermagem

Florence Nightingale

A Teoria Ambiental destaca-se como foco principal do meio ambiente, onde todas as condições e influências externas afetam a vida e o desenvolvimento do organismo, e são capazes de prevenir, suprimir ou contribuir para a prevenção da morte.

Em tese, a medicina é considerada um processo restaurador da saúde, e a função da enfermagem é equilibrar o ambiente, a fim de conservar a energia vital do paciente para recuperar a saúde, priorizando a oferta de um ambiente estimulante do desenvolvimento da saúde para o paciente.

Observações: Ambiente adequado; Manutenção das capacidades insuficientes e Enfermagem como prática não curativa.

Observações: Higiene Ambiental, Arejamento, Aquecimento, Condições Sanitárias, Controle de Luz Solar e Ruído.

Observações: Florença no ambiente psicológico - Uma condição emocional como fator de intervenção ou não tratamento dos doentes. Para ele ou ela, o paciente precisava de algo mais do que o ambiente físico. Valorizando, portanto, a relação enfermeiro-cliente como meio de resolução da angústia, da dor e do sofrimento de dois pacientes. Assim, fica evidente que a abordagem holística fica ainda mais evidente na construção do ambiente de ajuda e cuidado totalitário prestado por Florence, incluindo o ambiente espiritual.

Virginia Henderson

14 Necessidades Humanas Básicas


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A teoria de Virginia Henderson, também conhecida como teoria das necessidades fundamentais, insere-se na linha das necessidades humanas básicas, cujo foco principal é o cuidado ao indivíduo. O papel do enfermeiro concentra-se em ajudar os pacientes a manter a saúde, recuperar-se de lesões ou alcançar uma morte tranquila. Em seu trabalho, Henderson enfatiza continuamente que o enfermeiro deve se concentrar em ajudar o paciente.

Henderson traça quatro necessidades básicas, a saber: psicológicas, fisiológicas, sociais e espirituais, para que o paciente possa viver de forma independente.

É de responsabilidade do auxiliar de enfermagem ou do paciente seu cotidiano ou atividades que ele, rotineiramente, executa sem assistência. A função do enfermeiro é substitutiva, consistindo em substituir o paciente faltante, visando sua independência.


O enfermeiro pode utilizar a educação em saúde para tratamento dos pacientes e para incentivo de uma alimentação melhor, incentivar a autonomia funcional e a higiene adequada, além de ajudar o indivíduo a satisfazer suas necessidades humanas de manutenção e recuperação dos agravos à saúde. É imprescindível que a relação interpessoal e a comunicação terapêutica entre enfermeiro e paciente se configurem como elementos indispensáveis para viabilização de um cuidado integral e humanizado.

Observações: Abordagem holística, Plano assistencial globalizado, Sociedade, Cuidados integrais, Mente e corpo inseparáveis, Ambiente harmonioso e interativo.

Wanda Horta

A Teoria das Necessidades Humanas Básicas

Baseada nas necessidades biopsicossociais dos seres humanos, enxerga o indivíduo como um ser integral e busca harmonia e equilíbrio.

No cenário brasileiro, o modelo conceitual de Wanda Horta ganha destaque, e se fundamenta em uma abordagem humanística e empírica a partir da teoria da motivação humana de Abraham Maslow (criou a teoria da motivação humana. O psicólogo definiu esses níveis como: necessidades fisiológicas, segurança, amor, estima e autorrealização) e João Mohana (definiu as dimensões em psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais).

Observações: Abraham Maslow foi um psicólogo norte-americano que buscou estudar e demonstrar a relação entre o comportamento motivacional das pessoas e um conjunto de necessidades humanas, ponto de partida para a criação do seu estudo mais conhecido, a pirâmide de Maslow. Maslow expõe os fatores de satisfação do ser humano formando um grupo de necessidades determinantes para que as pessoas atinjam suas satisfações.

Necessidades fisiológicas, Necessidades de Segurança, Necessidades Sociais, Necessidades de Estima e Necessidades de Auto-Realização.

De acordo com a pirâmide, as necessidades são satisfeitas uma de cada vez. Segundo Maslow, o ser humano só sente necessidades de níveis hierárquicos mais altos quando as necessidades consideradas mais básicas já estão satisfeitas (ou parcialmente satisfeitas).


Importante! A necessidade de autorrealização nunca é saciada, ou seja, quanto mais se sacia, mais a necessidade aumenta.

Princípios de Wanda Horta:

  • O ser humano é parte integrante do universo dinâmico: está sujeito às leis que o regem no tempo e no espaço;
  • O ser humano está em constante interação com o universo, dando e recebendo energia, e essa dinâmica provoca mudanças que o levam ao desequilíbrio no tempo e no espaço.

Atuação da Enfermagem, segundo Wanda Horta

  • Manutenção do equilíbrio dinâmico, prevenindo desequilíbrios e revertendo desequilíbrios em equilíbrio no ser humano, no tempo e no espaço;
  • O ser humano tem necessidades básicas que precisam ser atendidas para o seu bem-estar;
  • O conhecimento do ser humano em relação às suas necessidades é limitado pelo próprio saber, o que exige um profissional para auxiliá-lo;
  • Quando em desequilíbrio, essa necessidade torna-se mais necessária;
  • Todos os conhecimentos e técnicas acumulados pela enfermagem dizem respeito ao atendimento das necessidades básicas afetadas;
  • A enfermagem assiste essas necessidades do ser humano, com a aplicação do conhecimento e princípios científicos das ciências físico-químicas, biológicas e psicossociais.

O Processo de Enfermagem segundo Wanda Horta

  1. Histórico: Roteiro sistematizado para o levantamento de dados (significativos para a enfermeira) do ser humano e que torna possível a identificação de seus problemas.
  2. Diagnóstico: Identificação das necessidades do ser humano que precisam de atendimento e a determinação do grau de dependência deste atendimento em natureza e em extensão.
  3. Plano assistencial: Determinação global da assistência de enfermagem que o ser humano deve receber diante do diagnóstico estabelecido.
  4. Plano de cuidados ou prescrição: Implementação do plano assistencial pelo roteiro diário na execução dos cuidados adequados ao atendimento das necessidades básicas e específicas do ser humano. O plano de cuidados é avaliado diariamente, fornecendo os dados necessários para o quinto passo.
  5. Evolução: Relato diário das mudanças sucessivas que ocorrem no ser humano, é através dela que é possível avaliar a resposta do ser humano à assistência de enfermagem implementada.
  6. Prognóstico de enfermagem: Estimativa da capacidade do ser humano em atender suas necessidades básicas alteradas após a implementação do plano assistencial, frente aos dados fornecidos pela evolução de enfermagem.

Leininger

Teoria da Diversidade e a Universalidade do Cuidado Cultural

Para a autora, a Enfermagem Transcultural é a área da Enfermagem que focaliza o estudo comparativo e a análise de variadas culturas.

A Enfermagem Transcultural tem como foco o estudo e a análise comparativa de diferentes culturas, no que diz respeito ao comportamento relativo ao cuidado, especialmente ao cuidado de enfermagem.

A Enfermagem Transcultural objetiva prover uma forma de cuidar que seja sensível e tenha origem nas necessidades do indivíduo, sua família e grupos culturais. Estes devem ser estudados em profundidade para possibilitar um tipo de cuidado culturalmente congruente com as necessidades da população. Os conhecimentos são construídos com base em estudos comparativos, para identificar similaridades e diferenças sobre o cuidar e os comportamentos relativos à saúde. A disposição definida pela Enfermagem Transcultural foi a de proporcionar um serviço de atendimento significativo e eficaz para as pessoas, de acordo com seus valores culturais e seu contexto de saúde-doença. Assim sendo, as pessoas de cada cultura não apenas podem saber e definir as formas nas quais experimentam e percebem seu mundo de atendimento de enfermagem, mas também podem relacionar essas experiências, percepções e visão de mundo com as suas crenças e saúde.


Jean Watson

A Teoria do Cuidado Humano

A Teoria do Cuidado Humano está centrada no conceito de cuidado e em pressupostos fenomenológicos existenciais, que traz o olhar para além do corpo físico. É a abertura e atenção aos mistérios espirituais e dimensões existenciais da vida e da morte; cuidado da sua própria alma e do ser que está sendo cuidado.

A Teoria de Jean Watson pode ser classificada como interacionista, pois suas práticas acontecem através das interações com os pacientes, ou enfermeiro.

Esse método precisa de diálogo entre pessoas, que necessita de compreensão e proximidade umas das outras, no qual a criadora Jean Watson desvia o foco da Enfermagem do seu atual modelo tecnista e busca complementar o aspecto social e espiritual dos pacientes além dos profissionais, auxiliando tanto o paciente como o enfermeiro.

10 Fatores do Cuidado Transpessoal

  1. Formação de um sistema de valores humanístico-altruísta;
  2. Estimulação da Fé-esperança;
  3. Cultivo da sensibilidade para si e para os outros;
  4. Desenvolvimento do relacionamento da ajuda-confiança;
  5. Promoção e aceitação da expressão de sentimentos positivos e negativos;
  6. Uso sistemático do método científico de solução de problemas para tomar decisões;
  7. Promoção de ensino-aprendizagem interpessoal;
  8. Provisão de ambiente mental, físico, sociocultural e espiritual, sustentador, protetor e/ou corretivo;
  9. Auxílio com gratificação das necessidades humanas;
  10. Aceitação das forças existenciais e fenomenológicas.

Existem alguns focos nessa teoria que constituem à enfermagem como uma característica do cuidar imperativo, promover a saúde e o crescimento individual, respostas do cuidado de como aceitar a pessoa, o ambiente como desenvolvimento social, foco no cuidado e não na cura, cuidado como essência na prática de enfermagem.

Observações: Transpessoalidade, por meio da comunicação e da empatia.


Hildegard Peplau

A teorista concebeu o fenômeno de enfermagem como um processo interpessoal cujo foco principal está centralizado na enfermeira e no paciente e, em sua teoria, pretende discernir princípios e conceitos que deem auxílio às relações interpessoais que se procedem na prática da enfermagem de modo que as situações de cuidado possam ser remodeladas em experiências de aprendizagem e crescimento pessoal.

Assim, para que a assistência seja exitosa, a enfermagem deve levar em consideração que o indivíduo é influenciado pelos valores, cultura, ideias pré-concebidas, crenças, experiências anteriores e expectativa.

Juntos, o enfermeiro e paciente, trabalham juntos para reconhecer as necessidades e possibilidades de cuidado para melhorar o estado de saúde.

Trânsito em 5 Papéis:

  1. Papel de Estranho: acolher o paciente da forma como ele se apresenta e ouvir suas preocupações.
  2. Papel de especialista: informações técnicas sobre cuidados gerais e saúde; propor intervenções comportamentais.
  3. Papel de liderança: conduzir a adoção de medidas saudáveis.
  4. Papel de substituto: a população vê o profissional de forma humanizada; diferenciar as áreas de dependência.
  5. Papel de orientador: O profissional deve ajudar o paciente a compreender sobre sua condição de saúde e no atual momento.

Afaf Ibrahim Meleis

Teoria das Transições

  1. Natureza das transições - Tipos, padrões e propriedades;
  2. Facilitadores e inibidores - Pessoais, comunidade e sociedade;
  3. Padrões de resposta - Indicadores de processo e indicadores de resultado;
  4. Terapêutica de Enfermagem - Reflexo na prática profissional.

Todas as transições desencadeiam mudanças e para compreendê-las é fundamental identificar os seus efeitos e os seus significados. Estas devem ser exploradas de acordo com a sua natureza, temporalidade, gravidade e expectativas pessoais, familiares e sociais. A mudança pode estar relacionada a eventos críticos ou desequilíbrios que levam a alterações de ideias, percepções, identidades, relações e relacionamentos.

A capacidade ou habilidade de desenvolver novas competências é essencial para concluir a transição com sucesso. Ambos definem um processo de transição saudável.

Betty Neumann

O Modelo da Teoria do Sistema

Dois fatores: reação ao estresse.

Neuman considera que o indivíduo enfrenta estressores ou situações de saúde que, para a recuperação, necessitam de trocas energéticas, visando a recuperação à normalidade do seu estado de saúde, ou à homeostase.

Para simplificar o diagrama, Neuman insere o indivíduo na forma nuclear, o primeiro círculo central representando dois mecanismos de sobrevivência (funções orgânicas, estrutura genética, força física, sistema de valores). Para proteger o núcleo, existe a primeira linha de resistência, composta por "fatores de resistência internos" como o sistema imunológico do indivíduo.

A linha normal de defesa representa a estabilidade do sistema, é uma "condição dinâmica de adaptação que o indivíduo alcança à medida que passa o tempo de forma inferior às suas experiências de vida, cada pessoa enfrentando forças estressantes". A linha flexível de defesa atua como amortecedor, protegendo a linha normal. Encaixa-se nessa linha os absorventes alimentares, infantis, etc.

A definição de estressores de Neuman é "qualquer evento ou fenômeno que afeta a estrutura básica dos recursos energéticos e que afeta as defesas dos sistemas normais, flexíveis ou de resistência, nesta ordem, dependendo do poder de influência sobre o indivíduo, grupo ou sistema comunitário".


Prevenção de Estressores:

  • Primário: foco na promoção da saúde e manutenção do bem-estar;
  • Secundário: ocorre depois que o sistema reinicia um estressor;
  • Terciário: ocorre após o sistema ter sido tratado com estratégias de prevenção secundária.

Por fim, Neuman afirma que "o ser humano é um sistema aberto em contato com o seu meio. É composto pela inter-relação de fatores fisiológicos, psicológicos, socioculturais e de desenvolvimento, em permanente mudança e movimento, numa relação recíproca como entre si".

Modelo de Sistemas Betty Neuman

Interação enfermeiro e paciente - Diagnósticos de doenças - Fatores de estresse - Efeitos de estressores - Intervenções em doenças - Objetivos de curto e longo prazo - Estabilidade do sistema - Avaliação.

Myra Levine

Teoria Holística da Conservação de Energia em Enfermagem

  1. Energia: equilíbrio de entrada e saída;
  2. Integridade estrutural: manutenção ou recuperação da estrutura corporal;
  3. Integridade pessoal: identidade do indivíduo;
  4. Integridade social: reconfirmação do sujeito como ser social.

Uma teoria holística.

A teoria fundamenta o enfermeiro na prestação de cuidados holísticos e individualizados, que visam manter ou recuperar a saúde física, mental, social e espiritual, a fim de auxiliar ou condicionar o alcance da saúde integral ou da totalidade.

Essa perspectiva, ou ambiente, configura-se como dois pilares para o cuidado, na medida em que o ambiente interno combina os aspectos fisiológicos e patológicos do indivíduo, que são influenciados pelo ambiente externo.


Levine endossa o Homem como um todo, ou seja, um ser que deve estar em harmonia e integridade para manter seu equilíbrio, ou que perante alterações emita respostas em congruência com o ambiente em que vive e os estímulos externos e internos que recebe. Estas respostas modificam a integridade da pessoa, podendo ter diversas consequências para o seu estado de saúde.

PROCESSO DE ENFERMAGEM

Elementos do PE: Adoção de normas, rotinas, protocolos, procedimentos operacionais (POP) e sistêmicos (PRS), o processo de Enfermagem é uma Teoria de enfermagem para embasar isso tudo.

  • O instrumento metodológico específico da profissão e que possibilita o raciocínio clínico e o monitoramento das ações implementadas por essa categoria profissional é o processo de enfermagem (PE).
  • O olhar dos enfermeiros seja direcionado aos pacientes e não à doença que os acomete, a assistência de enfermagem precisa ser orientada por teorias.
  • O PE favorece o pensamento crítico e a tomada de decisões, que precisam ser efetivas, eficazes, centradas nos pacientes e seguras. Por isso, trata-se do modelo a ser aprendido para pensar e se tornar um enfermeiro.

5 Etapas

  1. Avaliação de enfermagem;
  2. Diagnóstico de enfermagem;
  3. Planejamento de enfermagem;
  4. Implementação de enfermagem;
  5. Evolução de enfermagem.

Avaliação: A investigação é a primeira etapa do PE. Consiste na coleta de informações referentes ao estado de saúde dos indivíduos que demandam cuidados de enfermagem com o propósito de identificar problemas de saúde e reações humanas.

Diagnóstico: Um DE é um julgamento clínico sobre uma resposta humana a condições de saúde/processos de vida ou uma suscetibilidade a essa resposta por um indivíduo, família, grupo ou comunidade.


Todo diagnóstico deve estar ligado a uma evidência.

A taxonomia da NANDA é o sistema mais usado no mundo.

Julgamentos clínicos → Intervenções → Resultados esperados.

Aumenta a responsabilidade dos enfermeiros.

Planejamento: O planejamento da assistência também favorece a comunicação entre os cuidadores, direciona os cuidados e as documentações e cria registros para a avaliação do atendimento prestado que podem ser usados em pesquisas, em situações legais e para reembolso de seguros de saúde.

Estabelecimento de prioridades; Fixação dos resultados; Minimizar, evitar problemas e Manter um DE de promoção da saúde.

Implementação: Implementar = Colocar em prática uma proposta.

Colocar em prática as prescrições de enfermagem.

Enfermeiros prescrevem cuidados.

Cuidam das reações às condições clínicas.

O enfermeiro estabelece ações que precisam ser implementadas de acordo com os resultados esperados para os pacientes/familiares/membros de uma comunidade diante dos diagnósticos previamente identificados.

Evolução: compreende a avaliação dos resultados alcançados de enfermagem e saúde da pessoa, família, coletividade e grupos especiais. Esta etapa permite a análise e a revisão de todo o Processo de Enfermagem.

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