Teorias Éticas: Consequencialismo vs. Direitos
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Uma teoria ética é um conjunto sistemático de ideias racionais sobre a moralidade. As teorias éticas tentam identificar e comprovar o que é bom, o direito de ação, dever, virtude, mérito moral e responsabilidade. Propõem e justificam o comportamento moral, especialmente em novas situações ou problemas. Teorias normativas, que são a maioria, dividem-se em dois grupos: obrigatórias e teorias da virtude. A primeira responde à pergunta: "O que devo fazer?". A segunda responde: "Que tipo de pessoa eu deveria ser?". Por sua vez, as teorias imperiosas caem em teorias consequencialistas e teorias de direitos. A importância, em primeiro lugar, incide sobre os resultados e consequências das ações, e estas negam que as consequências são boas, o que torna uma ação correta ou obrigatória.
Teorias Éticas Consequencialistas
As teorias éticas consequencialistas justificam e sustentam a retidão moral de uma ação apenas em suas boas consequências. O egoísmo ético e o utilitarismo são as teorias consequencialistas mais representativas.
O Egoísmo Ético
O egoísmo ético é uma teoria ética que sustenta que a retidão moral de uma ação é justificada e baseada apenas no bem maior previsto pelo agente. A força do egoísmo ético baseia-se em explicar claramente e de forma convincente por que uma ação é moralmente certa e o que devemos fazer. O egoísmo ético é claro porque não há nenhuma dificuldade de entender a sua mensagem, e é convincente, pois traz o dever de desejo. Mas o egoísmo ético é incapaz de resolver os conflitos de interesses, gerando conflitos, e pode fazer todos acabarem perdendo.
As Teorias dos Direitos
As teorias dos direitos negam que se justifique e apoie a correção moral de uma ação em suas boas consequências.
Uma das mais famosas é a ética kantiana.
Segundo Kant
Segundo Kant, a única coisa boa, sempre e em qualquer situação, é a boa vontade. E dizer que uma pessoa age de boa vontade é dizer que age por respeito ao direito e não apenas de acordo com o dever. Agir por dever é obedecer à voz da razão em nós. Segundo Kant, a razão é prescrita pela legislação sob a qual vivem os seres racionais: a lei moral. Se a razão nos diz para agir como um padrão que pode, ao mesmo tempo, fazer com que ele se torne universal, estamos a falar de um imperativo categórico.
A Lei Moral
A lei moral expressa no imperativo categórico assume a forma de normas morais que são as nossas obrigações e deveres, sendo estes universalizados. Para Kant, a correção moral de uma ação só se justifica pela existência de princípios e regras morais a serem observados. Kant propõe dois critérios para ver uma universalização padrão:
- O primeiro é o critério de autocontradição: há regras que é impossível pensar que são leis universais, e que, se todo o mundo cumprir essas obrigações, não podem ser desenvolvidas.
- O segundo é o da inaceitabilidade: existem normas que são impossíveis de querer que sejam leis universais, pois, se o mundo inteiro as cumprisse, seria inaceitável para os seres racionais.
Kant divide as funções fora dos padrões morais em diferentes tipos, sendo os deveres perfeitos para si mesmo, para com os outros deveres perfeitos, deveres imperfeitos para consigo mesmo e deveres imperfeitos para com os outros. Os prós dessa ética são o destaque de que goza o direito, a obrigação moral de ações, a universalidade das normas morais e que o verdadeiro valor moral reside na intenção. Os contras são que não se pode resolver o problema do conflito de leis e não se pode fazer da universalização a base adequada das normas morais.