Teorias do Urbanismo: Crítica à Cidade Industrial e Socialismo Utópico

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Teorias do Urbanismo: Crítica à Cidade Industrial

1. O Socialismo Utópico

  • Crítica à cidade industrial, formulada por pensadores políticos – Owen, Fourier, Considérant, Proudhon, Cabet, etc. – desde o início do século XIX, inserida numa análise global da sociedade capitalista.
  • A palavra "urbanismo" surgiria apenas em 1910. Em 1914, foi criada a Sociedade Francesa dos Arquitetos-Urbanistas, e somente em 1924, o Instituto Francês de Urbanismo.
  • Herdeiros do Iluminismo, preconizam o emprego da razão, o progresso da ciência e a tecnologia a serviço do bem-estar da humanidade.
  • Negação da vida na metrópole. Buscam a integração da cidade-campo.
  • Coletivismo e autossuficiência produtiva em pequenas comunidades federadas (comunas).
  • Preocupação com a higiene e a salubridade, a eficiência e o rendimento.
  • Estímulo à educação, aos exercícios físicos e ao contato com a natureza.
  • Ideia de homem novo, homem-tipo, com necessidades materiais independentes da cultura e da história.

1.1. A Comuna ou Falange

  • Localização no campo, com abundância de verde e de vazios.
  • Comunidades de 500 a 2000 habitantes, autogovernadas e federadas.
  • Espaço urbano é organizado a partir da análise minuciosa das funções humanas distintas – habitat, trabalho, lazer, etc.: funcionalismo.
  • Habitação coletiva com serviços predomina entre os modelos idealizados.
  • Quadras de edifícios rodeadas por cinturões verdes que os afastariam das indústrias, matadouros, estábulos e das áreas agrícolas.
  • Primeira experiência (Owen) na fábrica de tecidos de New Lanark – Escócia, em 1800, com redução da jornada de trabalho para 10 horas, vila operária, cozinha e refeitórios coletivos, maternal e centro recreativo.
  • Em 1825, Owen funda a comunidade de New Harmony, nos EUA, que após 3 anos fracassa, consumindo quatro quintos de sua fortuna.
  • Charles Fourier não implantou nenhuma comunidade, mas é o inventor do falanstério – edifício que abrigaria dezenas de famílias com comércio, serviços e ruas-galeria –, cuja riqueza de detalhes, além do modelo de cidade formada por anéis concêntricos, o torna precursor do modernismo.

2. Robert Owen (1771-1858)

  • A obrigatoriedade escolar é preconizada por Owen. Devem-se a ele as primeiras escolas maternais na Inglaterra.
  • Modelo de cidade higiênica, ordenada e criativa: pequenas comunidades semirurais de 500 a 3000 habitantes, federadas entre si.
  • Núcleos ou associações modelo, autogovernadas, onde os habitantes plantariam e produziriam o necessário para sua subsistência, e onde as crianças teriam uma educação adequada.
  • No interior das quadras formadas por edifícios, rodeadas por cinturões verdes, edifícios públicos com cozinha pública, refeitórios, jardins de infância, sala de conferências, salas para reunião, para cultos e o comitê, escola e biblioteca. Espaço livre no interior das quadras, arborizado.
  • Três lados do edifício-quadra destinados a habitações de casais com 2 filhos. Os que excediam esse número residiam em dormitórios vigiados.
  • No exterior das quadras, jardins. Atrás deles, as indústrias. Os matadouros e estábulos também seriam separados das habitações por plantações. As lavanderias também ficariam isoladas dos prédios residenciais.

3. Charles Fourier (1772-1837)

  • A cidade do sexto período seria dividida em anéis concêntricos: cidade central; arrabaldes e grandes fábricas; avenidas e o subúrbio. Os três anéis são separados por paliçadas, relvas e plantações que não deveriam cobrir a visão.
  • As ruas deveriam voltar-se para paisagens campestres ou monumentos da arquitetura pública ou privada. Metade das ruas deveria ser arborizada.
  • Habitação coletiva, cozinha coletiva, propriedade coletiva. O falanstério, forma econômica e viável para fundar uma grande Harmonia, com 1600 pessoas.
  • No centro do falanstério, as funções tranquilas: refeitório; salas da bolsa, do conselho, biblioteca, salas de estudo, templo, torre da ordem, telégrafo, pombos-correio, carilhão de cerimônias, observatório, etc. Na ala ruidosa, oficinas: carpintaria, ferraria, trabalhos com martelo, etc. Outra ala para hospedaria, com salas de banho e reuniões para os visitantes. Além dos apartamentos individuais, haveria muitas salas de relações públicas, com estrutura para servir refeições.
  • As ruas-galerias formam o sistema de comunicação interna do falanstério. Seriam cobertas, aquecidas no inverno e ventiladas no verão.

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