Terapia Sistémica: Fundamentos, Técnicas e Mudança

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Terapia Sistémica: Fundamentos e Prática

Entrevista Terapêutica: Fases e Objetivos

  • Fase Social: Definição do problema, processo interativo, redefinição do problema e objetivos da intervenção.

Etapas da Entrevista:

  • 1. Apresentação e Relação Empática: Estabelecimento do setting terapêutico e garantia de anonimato.
  • 2. Genograma e Problema Inicial (PI): Questionar sobre o problema. Acoplagem (o técnico adapta-se ao universo da família, aceitando as regras definidas em conjunto).
  • 3. Observação e Intervenção: Dar sentido aos silêncios e interrupções. Evitar que os membros falem uns pelos outros ou usem sistematicamente o "Nós". Estar atento a informações sobre o tipo de família, recursos, as exigências do ciclo de vida, favoritos, rejeitados e limites. Valorização do comportamento verbal e não verbal, e facilidade de expressão de sentimentos.
  • 4. Esclarecimento e Reenquadramento: O técnico esclarece que o problema é motivo de tensões, demonstra as expectativas estereotipadas da sua competência e sugere uma perspetiva fora do quadro apresentado (mudanças na descrição das personagens, alteração do peso das histórias tristes, relembrar as felizes).
  • 5. Devolução e Formulação: Devolver ao grupo familiar o controlo dos seus problemas, libertar o PI do papel de bode expiatório. Formulação (hipótese sistémica) precisa e concreta. Clarificar a quota-parte de contribuição dos sistemas. Previsão da duração e periodicidade das sessões.

Técnicas Terapêuticas

  • Alta Tensão: Provocação, cadeira vazia, escultura, forçar a interação, silêncio do terapeuta.
  • Baixa Tensão: Baixar o tom de voz, separação dos elementos da família durante a sessão, comunicação não verbal, genograma familiar, jogo.

O Papel do Terapeuta

  • Compartilha experiências da sua própria vida com o objetivo de reduzir a distância profissional.
  • Perguntas circulares e reflexivas interligam os factos e membros do sistema.
  • Ver o problema de uma forma mais possível de se trabalhar, contar a história com marcações diferentes.
  • Conotação positiva para alterar o problema.
  • Acreditar na capacidade autorreguladora do sujeito e fazer um trabalho estruturado no respeito e apreciação do outro.

Tipos de Mudança em Terapia

  • Mudança Tipo 1: Reduz o desvio, convergindo para o equilíbrio (retroação negativa). Mantém estáveis as regras básicas e a estrutura do sistema.
  • Mudança Tipo 2: Amplifica o desvio, potenciando as flutuações do sistema (retroação positiva). Conduz a alterações estruturais de natureza qualitativa e descontínua.

Formação do Sintoma

  • Comportamento Aleatório: Inicialmente sem função.
  • Seleção: Devido ao jogo de interações que se tece em volta dele, ganhando significado para o sistema e o seu portador.
  • Processo de Repetição e Amplificação: Por mecanismos de retroação positiva, o comportamento cristaliza e passa a integrar o sistema familiar.
  • Sintoma Funcional: O sintoma preenche uma função no sistema.

Perspetivas Cibernéticas na Terapia

  • Primeira Cibernética: Terapeutas mais diretivos, definem o problema de forma clara e aplicam técnicas para redução ou eliminação do sintoma.
  • Segunda Cibernética: Não se devem focar apenas na supressão do sintoma, mas sim no apoio à mudança familiar.

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