Tipos de Aprendizagem: Definição e Processos Essenciais

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Definir Aprendizagem

Todos os comportamentos (desligar telemóvel, vestir, andar de bicicleta) são aprendidos, isto é, adquiridos no processo de socialização, ao longo do tempo e em diferentes contextos. O modo como arrumamos as nossas coisas, a linguagem, a forma como cumprimentamos e sorrimos resulta da aprendizagem.

A aprendizagem é uma modificação relativamente estável de comportamento ou do conhecimento, que resulta do exercício, experiência, estudo ou treino. É um processo que envolve processos cognitivos, motivacionais e emocionais, manifestando-se em comportamentos. Existem certos comportamentos que são genéticos, como pestanejar e respirar. A aprendizagem é a base do conjunto de comportamentos que nos distinguem de outros animais. O ser humano é muito inacabado, pouco dependente dos esquemas genéticos e com um caráter prematuro que facilita a aprendizagem. A aprendizagem é um processo cognitivo que nos torna humanos.

Processos de Aprendizagem: Habituação e Sensitização

Se reagíssemos a qualquer estímulo do meio, a nossa vida seria bastante complicada, uma vez que estamos sujeitos, a cada momento, a uma imensa quantidade de estímulos e temos, portanto, que ignorá-los. É graças à habituação – que consiste em aprender a não reagir a determinado estímulo – que selecionamos do meio ambiente apenas o que nos interessa, centrando a nossa atenção no essencial.

A sensitização é outra forma de aprendizagem. Aprendem-se as propriedades de um estímulo ameaçador ou prejudicial. Através da sensitização, os seres humanos e os outros animais aprendem a apurar os seus reflexos para se prepararem para a defesa ou fuga.

A habituação e a sensitização são as duas formas de aprendizagem não associativa, porque o indivíduo aprende as características de um só tipo de estímulos.

Compreender o Condicionamento Clássico

Ivan Pavlov estudou os reflexos digestivos de um cão e descobriu uma forma de aprendizagem presente nos seres humanos e noutros animais: o reflexo condicionado.

Estímulo Neutro (EN)
Estímulo que, antes do condicionamento, não produz a resposta desejada.
Estímulo Incondicionado (EI)
Estímulo que desencadeia uma resposta não aprendida.
Resposta Incondicionada (RI)
Resposta inata, não aprendida.
Estímulo Condicionado (EC)
Estímulo neutro que, associado ao estímulo incondicionado, passa a provocar uma resposta semelhante à desencadeada pelo estímulo incondicionado.
Resposta Condicionada (RC)
Resposta que, depois do condicionamento, se segue ao estímulo que antes era neutro.

Deste modo:

  • O estímulo incondicionado provoca a resposta incondicionada – processo inato, não aprendido.
  • O estímulo neutro, durante o processo de condicionamento, transforma-se em estímulo condicionado.
  • O estímulo condicionado provoca a resposta condicionada.

Este tipo de aprendizagem, que se designa por condicionamento clássico, está presente quer nos animais, quer nos seres humanos. É uma aprendizagem que não envolve a vontade do sujeito: o sujeito é passivo. Por exemplo: se apanhares um choque ao ligar o candeeiro, passas a sentir receio. Pavlov constatou que a resposta condicionada podia ser extinta.

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