Tipos de Café: Guia Completo e Detalhado
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TIPOS DE CAFÉ
Café tradicional: São os mais comuns. Podem ser formados por diferentes espécies de grãos, a torra geralmente é mais escura, e o gosto não é muito adocicado. O equilíbrio (doçura e amargura) é variável.
Café superior: Apresenta certa flexibilidade no "blend" (mistura de grãos), podendo ter até 20% da variedade de grão robusta, mais utilizada em cafés solúveis. A torra não é muito escura, e o sabor é suave, porém mais amargo que o do gourmet.
Gourmet (ou especial) É produzido com 100% de grãos do tipo arábica, considerado o mais nobre dos cafés. Produz uma bebida normalmente mais doce, chegando muitas vezes a dispensar o uso de açúcar. O aroma e o sabor podem lembrar cereais torrados, flores, frutas ou achocolatados.
Café aromatizado: Contém aromatizante de amêndoa, chocolate com trufas, creme irlandês, menta, canela, damasco, entre outros.
Café funcional: Fazem parte desse grupo os descafeinados, com baixo teor de cafeína, e os orgânicos, produzidos sem uso de agrotóxicos e sem prejudicar o ambiente.
Café inovador: Levam esse título os cafés do tipo cappuccino, "mocaccino" (café quente, com espuma de leite e um bombom de chocolate sem recheio ou tablete de chocolate meio amargo), gelado, entre outros.
AS DUAS MAIS IMPORTANTES ESPÉCIES DE CAFÉ
O café arábica foi descrito a primeira vez por Linnaeus, em 1753. Crescem em altitudes de 900 a dois mil metros. Têm teor de cafeína relativamente baixo (entre 0,9% e 1,5%). Os frutos são redondos, suaves, levemente amargos, de cor achocolatada, com crosta lisa e perfume intenso. As frutas são ovais e ficam maduras em 7 a 9 meses; contêm geralmente duas sementes lisas (os feijões de café). É encontrado na América Latina, na África Central e do Leste, na Índia e em alguma extensão em Indonésia.
Café Robusta (popular CONILON) Mais precoce, mais resistentes e mais produtiva que a arábica. Terrenos baixos, com plantas de maior envergadura. Seus grãos são menos perfumados. A quantidade de cafeína é maior (entre 2% e 4,5%). O termo “robusta” é o nome de uma variedade cuja árvore tem frutas arredondadas e que demoram até 11 meses para amadurecer. As sementes são ovais na forma e menores do que aquelas da arábica. É encontra na África Ocidental e Central, no Sudeste Asiático e a algumas extensões no Brasil, onde é conhecido como Conillon.
Espaçamento do café: 5 a 10 mil plantas/ há (2,5 x 0,7m; 2,0 x 0,7m;) e super adensada mais de 10 mil (1,0 x 1,0m ou 1,0 x 0,7m).
CICLO DO CAFÉ
- Fase 1 (set a mar): Vegetação e formação das gemas vegetativas;
- Fase 2 (abr a ago): Indução, crescimento e dormência das gemas florais;
- Fase 3 (set a dez): Florada, chumbinho e expansão dos frutos;
- Fase 4 (jan a mar): Granação dos frutos;
- Fase 5 (abr a jun): Amadurecimento dos frutos;
- Fase 6 (jul a ago): Repouso e senescência dos ramos.
INDUÇÃO FLORAL
Café: Indução não é controlada por um fator isolado.
Fatores que controlam a indução:
- Relação C/N;
- Fotoperíodo;
- Temperatura;
- Balanço Hídrico;
- Crescimento Vegetativo;
- Produção;
- Relações Hormonais.
Vantagens da arborização de cafeeiros: Frutos maiores e de melhor qualidade, aumento da longevidade da planta, redução das altas temperaturas, proteção contra geada.
DOENÇAS
Corta muda: Tombadeira ou tomba muda, a doença acontece na casca porque a seiva circula ali, aparece no café até 1 ano após o plantio ou até o troco ter a grossura de um lápis, é necessário tratamento do solo. A época mais comum de aparecer essa doença é fevereiro e março devido à umidade e temperatura altas. O fungo entra na raiz e atinge o caule bem perto da superfície do solo. Tratamento com calda bordalesa. Evitar afogar a muda com terra.
Ferrugem: Os primeiros sintomas da enfermidade são pequenas manchas circulares de cor amarelo alaranjada. A ocorrência da doença é favorecida por fatores ligados ao cafeeiro e ao fungo e relacionados com o ambiente. Dentre os fatores relacionados com a planta e com o ambiente estão o enfolhamento, a carga pendente (produção) e a densidade de plantas. O controle da ferrugem pode ser feito pela utilização de variedades resistentes ou por produtos químicos preventivos e curativos.
Cercóspora: É uma doença que ataca as folhas e frutos em desenvolvimento. Os maiores prejuízos ocorrem em mudas e plantios novos. A cercosporiose causa perdas de 15 a 30% na produtividade da lavoura de café. A doença é provocada por um fungo que recebe denominações de: cercosporiose, mancha de olho pardo, olho de pombo. Os sintomas da doença são manchas circulares de coloração castanho clara a escura, com o centro branco acinzentado, quase sempre envolvidas por um halo amarelado. Danos:
- Viveiros: Queda de folhas e raquitismo das mudas.
- Pós plantio: Desfolha e atraso no crescimento das plantas.
- Lavouras novas: Após as primeiras produções, pode causar queda de frutos e seca de ramos produtivos.
- Lavouras adultas: Queda de folha, amadurecimento precoce e queda prematura de frutos, chochamento.
CONTROLE: Fazer adubações equilibradas, principalmente por ocasião das primeiras produções dos cafeeiros, a fim de evitar o desequilíbrio da relação parte aérea e sistema radicular, condições que favorecem a doença.
Phoma: A penetração do fungo é facilitada por danos mecânicos nos tecidos da planta, produzidos por insetos ou pelo roçar de folhas tenras causado pelos ventos. Favorecem a doença períodos intermitentes de frio, ventos frios e chuva. Os sintomas nas folhas novas são manchas circulares de coloração escura e de tamanho variado, podendo chegar a 2cm de diâmetro. Quando as lesões atingem as bordas das folhas, estas se encurvam, podendo apresentar rachaduras. Podem ocorrer nos ramos, iniciando-se a partir dos folíolos ou do ponto de abscisão das folhas. Nos ramos atacados observam-se lesões deprimidas e escuras. Estas lesões podem ocorrer nos botões florais, nas flores e nos frutos na fase de chumbinho, causando a morte e mumificação desses órgãos atacados. CONTROLE: Evitar a instalação de lavoura em áreas sujeitas a ventos frios. Programar a instalação de quebra-ventos provisórios ou definitivos desde a implantação da lavoura.
Ascochyta
Os sintomas nas folhas são semelhantes aos causados pela Phoma, e não se observam diferenças em nível de campo, sendo necessárias diagnoses laboratoriais com o auxílio de técnicas específicas para identificar suas estruturas reprodutivas. Geralmente encontra-se associada a outras enfermidades do café, principalmente a Phoma. Os sintomas são mais evidentes nas folhas mais velhas, caracterizando-se por lesões escuras e com anéis concêntricos. Causa a queda prematura de folhas, frutos e seca dos ramos. A mancha aureolada é uma doença causada por uma bactéria e pode ocorrer tanto em mudas de viveiro, onde causa maiores prejuízos, como em plantas adultas. Sua denominação é em decorrência da formação de um halo amarelo circundando a lesões. As áreas lesionadas normalmente desprendem-se das bordas das folhas, dando um aspecto rendilhado. As lavouras instaladas em locais de maiores altitudes e desprotegidas da ação dos ventos estão mais sujeitas à doença. Os ventos provocam ferimentos nas folhas e ramos novos, abrindo portas para a penetração da bactéria. A ocorrência de chuvas de granizo e frio intenso podem provocar lesões nas plantas, o que também facilita a entrada da bactéria. As condições de temperatura, umidade relativa e precipitação que favorecem a ocorrência da doença vão de outubro a dezembro. Como controlar: Evitar a instalação de lavoura em áreas sujeitas a ventos frios.
Mancha Aureolada: A mancha aureolada é uma doença causada por uma bactéria e pode ocorrer tanto em mudas de viveiro, onde causa maiores prejuízos, como em plantas adultas. Sua denominação é em decorrência da formação de um halo amarelo circundando a lesões. As áreas lesionadas normalmente desprendem-se das bordas das folhas, dando um aspecto rendilhado.
PRAGAS
Broca: A broca do café é um pequeno besouro bem conhecido dos cafeicultores. A fêmea desse besouro ataca frutos do cafeeiro fazendo uma perfuração na região da “coroa”. Aprofunda essa perfuração até atingir as sementes e deposita seus ovos. Dos ovos nascem as larvas, que vão se alimentar das sementes do café. São atacados tanto os frutos verdes como os maduros e secos. Como controlar: Faça uma colheita bem feita, evitando a permanência de frutos nos cafeeiros ou no chão.
Bicho Mineiro: É a lagarta de uma mariposa que se alimenta da folha do cafeeiro. Recebeu esse nome pelo fato de a lagarta minar as folhas do cafeeiro. Os prejuízos são: redução da área foliar e intensidade de queda de folhas. Lavouras mais arejadas e sujeitas a vento aumentam a intensidade do ataque. Os inimigos naturais e as condições ambientais reduzem o ataque em até 70%. O ataque é maior nos períodos secos de julho, atingindo o máximo em outubro. Como controlar: Inspecionar as lavouras constantemente. No caso de viveiros e de plantas novas, por ter pequena área foliar, aplicar o inseticida assim que a praga aparecer.
Cigarra: São insetos cuja fase de ninfa móvel ocorre no solo, podendo passar despercebida e ficar de 3 a 4 anos sugando as raízes do cafeeiro. Depois cava galerias no solo e passa para a parte aérea da planta e, posteriormente, transforma-se em adulto. É normal achar cigarras nas raízes mais grossas e também na raiz principal, onde são encontradas até a profundidade de 1 metro. Como controlar: O uso de inseticidas é a modalidade mais eficiente de controle e, embora não elimine a totalidade das cigarras, a praga é reduzida a níveis suportáveis pelas plantas, sem que haja dano econômico.
Nematóides: Os nematóides são pequenos vermes que atacam as raízes do cafeeiro. A espécie de maior incidência em nossa região é a Meloidogyne exigua, que causa pequenas galhas nas radicelas do cafeeiro, resultando em perdas de produção, mas não chegam a depauperar a lavoura em médio prazo. Como controlar: Reduzir os riscos de disseminação dos nematóides.
Ácaro Vermelho: O ácaro vermelho do cafeeiro vive na parte superior das folhas do cafeeiro. A fêmea, de aspecto avermelhado, tem 0,5 milímetro de comprimento e chega a depositar, a cada postura, de 10 a 15 ovos. Além dessa espécie, existe também o ácaro branco, que tem maior incidência em outras culturas. O ácaro vermelho se alimenta das folhas do cafeeiro, furando as células e sugando seu conteúdo. Com a ação da praga, a folha perde seu brilho e apresenta um aspecto bronzeado. Em alguns casos, podem ser observadas pequenas teias, nas quais ficam grudadas poeira e ciscos. Como controlar: O controle químico da praga pode ser feito com acaricidas.