Tipos de Cicatrização e Fatores que Influenciam no Processo
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Tipos de Cicatrização
Existem quatro formas pelas quais uma ferida pode cicatrizar que dependem da quantidade de tecido perdido ou danificado e da presença ou não de infecção, são elas:
Primeira Intenção
É utilizado nas cirurgias plásticas em que as bordas são aproximadas por suturas, havendo perda mínima de tecido, ausência de infecção e edema mínimo.
Segunda Intenção
Caracteriza-se pela deiscência, onde a sutura não mantém as bordas da cicatriz unidas;
É detectada pelo extravasamento de secreção serosanguinolenta pela ferida;
A epiderme só pode crescer pelas bordas da ferida ou através de restos epiteliais ou de anexos de pele, o que atrasa o processo além de causar sequelas.
Terceira Intenção
As cicatrizes que não cicatrizam por segunda intenção, por apresentarem contaminação ou por serem muito extensas ou ainda por não apresentar tecido suficiente para aproximar as bordas, são tratadas por um período e depois são ressuturadas e, nos casos mais graves, podem ser tratadas com enxertos cutâneos.
Quarta Intenção
Enxertos cutâneos.
Tipos de Cicatrizes
Normotróficas;
Atrófica (perda de substância tecidual);
Brida cicatricial (regiões articulares);
Hipertróficas (organização do colágeno inadequada);
Queloidiana (produção contínua de colágeno).
Fatores que Interferem na Cicatrização
Tecidos bem vascularizados são os que têm melhor condições de cicatrização, pois o aporte sanguíneo de nutrientes e de oxigênio facilita a cicatrização;
A boa vascularização depende das condições gerais do paciente, mas também do tratamento dado à ferida. Esmagamento das bordas com as pinças cirúrgicas, cauterização extensas e suturas grosseiras, são fatores que favorecem isquemia e necrose
Alguns fatores podem levar a respostas de cicatrização inadequadas, como: incapacidade de promoção de reação inflamatória adequada; incapacidade de produção de novas células ou componentes da cicatriz em quantidade ou qualidade adequadas;
Como fatores locais há: infecção, fluxo sanguíneo e nutrição inadequados, e estresses exercido sobre a ferida.
Influência negativa na cicatrização: moléstias metabólicas, anemias, diabetes, insuficiência cardíaca e deficiências nutricionais que causam hipoproteinemias e a falta de vitamina C.
Anemia, hipertensão e diabetes além de prejudicar a cicatrização, favorecem a infecção.
Carboidratos, gorduras e proteínas fornecem energias necessárias para os processos de cicatrização. É comum observar dificuldade de cicatrização e deiscência em pacientes vegetarianos.
Vitaminas e sais minerais desempenham papel importante no processo cicatricial:
Vitamina A: contrabalança os efeitos dos corticoides que inibem a contração de ferida e a proliferação dos fibroblastos;
Vitamina B: aumenta o número de fibroblastos;
Vitamina C: participa na produção de fibroblastos e de colágeno, na destruição de bactérias e dos radicais livres, participando de todas as etapas de cicatrização;
Vitamina D: facilita a absorção de cálcio;
Vitamina E: melhora a resistência da cicatriz e destrói os radicais livres;
Zinco: é indispensável no processo de cicatrização, está envolvido no processo de crescimento celular e na síntese proteica.
Algumas Situações onde há Alteração no Processo Cicatricial
Idade; Temperatura: pequenos aumentos na temperatura local favorecem a cicatrização por ação da vasodilatação, que proporciona uma melhor irrigação;
Ausência de infecção: certas bactérias, destroem os tecidos de granulação e retardam a cicatrização.
Substâncias cáusticas;
Corticoides: freiam o processo mitótico do tecido de granulação;
Deficiência de vitamina C: impede a síntese de colágeno;
Hormônios androgênicos e de crescimento: proliferam tecido conjuntivo;
Raio X: perturbam a mitose, retardando a cicatrização.
Fumo: vasoconstrição periférica e anóxia tecidual, o que leva o retardo e á formação de tecido de granulação de pior qualidade e diminui a síntese de colágeno tipos I e III.