Tipos de Violência, Conflito e Teorias Sociológicas

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Violência

Não é simples definir a violência. A violência é um atributo do ser humano livre e, como tal, constitui uma prática deliberada e voluntária.

Violência Política

Surge também nos chamados "poderes paralelos", tais como as forças econômicas e as máfias do crime organizado.

Exemplo de Contenção da Violência Individual

A violência do indivíduo é contida ao se submeter à lei e aos trâmites legais de julgamento: as ações transgressoras serão julgadas por instâncias apropriadas, e ninguém está autorizado a "fazer justiça com as próprias mãos", como nos linchamentos ou nos esquadrões da morte.

Violência Estrutural (Violência Branca)

A violência estrutural, também chamada de violência branca, "não salta aos olhos". Nela, o agressor não é identificado imediatamente e, às vezes, a própria vítima não percebe a violência a que está submetida. Essa violência passa despercebida como se apenas resultasse da "ordem natural das coisas", e não da ação humana.

Violência Passiva (Violência por Omissão)

A violência passiva, ou violência por omissão, ocorre toda vez que deixamos de agir para evitar sofrimentos ou salvar vidas. É o caso também dos altos índices de acidentes de trabalho, que em geral resultam do não cumprimento das normas de segurança.

Violência Simbólica

A violência simbólica resulta da força de natureza psicológica que atua sobre a consciência, exigindo a adesão irrefletida, só aparentemente voluntária. Ou seja: não existe violência simbólica quando tentamos persuadir alguém, estando nós próprios também dispostos a mudar de ideia pelo convencimento do outro.

Discriminação e Preconceito

Discriminação é a recusa em reconhecer o outro como alguém que tem igual direito à plena inclusão social. Esse processo representa a incapacidade de aceitar o diferente, que muitas vezes passa a ser considerado "inferior" e até "perigoso".

Alguns segmentos precisaram lutar contra a discriminação por motivos de etnia, religião, nível econômico e social e, mais recentemente, por gênero e orientação sexual (a luta das mulheres e dos homossexuais).

O preconceito é introjetado desde cedo pelas crianças, ao imitarem o comportamento dos adultos quando desvalorizam os considerados "inferiores" ou ridicularizam os diferentes. (No Brasil, preconceito e discriminação atingem também os migrantes.)

Racismo

O racismo é um preconceito que remonta a tempos imemoriais, sempre que povos se confrontavam por questões políticas, econômicas ou religiosas as mais diversas.

A Guerra

A guerra é uma violência institucionalizada em que unidades sociais organizadas, como grupos ou países, confrontam-se de forma violenta. Por mais terrível que seja, a guerra é um instrumento institucionalizado que possui regras e leis e, como sempre se espera, busca a paz.

Depois da Segunda Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) surgiu como instrumento para solucionar de forma pacífica os conflitos que tendem a se internacionalizar.

Guerra justa por excelência seria a guerra de defesa ou mesmo a de reparação de uma ofensa, e injusta, a guerra de agressão.

Massacre e Genocídio

O genocídio visa ao extermínio deliberado de qualquer grupo étnico, sendo definido como a "recusa do direito à existência de inteiros grupos humanos".

Terrorismo

O terrorismo é um tipo de violência das mais extremas e traiçoeiras. Ele se cumpre pelo atentado, um ato que se concentra em local e tempo limitados, visando a um alvo predeterminado, atingido com grande impacto pelo efeito surpresa e pela astúcia empregada. Por isso, o atentado terrorista é um ato político em que o agente se diz fruto de outra violência que o antecede.

Bárbaros

Bárbaros seriam os brutos grosseiros que ignoram as boas maneiras, a "civilidade".

Concórdia e Pacifismo

Concórdia é uma paz compartilhada, construída pela ação comum para não deixar prevalecer a violência no convívio humano. A concórdia envolve:

  • Respeito pelos direitos humanos;
  • Comunicação participativa;
  • Tolerância e solidariedade;
  • Repúdio ao racismo e a qualquer forma de discriminação.

O pacifismo extremado rejeita todo tipo de violência e classifica a guerra como recurso injustificável em qualquer circunstância.

A Filosofia da Não-Violência (Gandhi)

Segundo Gandhi, o compromisso com a verdade supõe nunca defender uma causa injusta, e sim denunciar todas as formas de injustiça, tornando transparentes, por vários meios, as mentiras e os crimes dos violentos. A intenção é sempre sensibilizar a opinião pública diante da denúncia das injustiças.


Teoria Positiva-Funcionalista

Essa teoria é chamada de Positivismo porque supõe, implica ou pressupõe que a realidade é o que está posto, ou seja, o que está colocado na nossa frente. Um outro nome dado a essa teoria é Funcionalista.

A visão Positiva-Funcionalista defende que tudo está organizado, equilibrado e procura uma harmonia. Para essa teoria, é bom tudo o que funciona e leva ao equilíbrio. Tudo o que desequilibra, ou não concorre para a harmonia do todo, é considerado ineficaz.

Teoria Absolutista

Essa teoria resume a realidade ao que está posto, e nada fora do que está aí existe.

Teoria Histórica

A primeira coisa que vem à mente é a ideia de algo transitório. História tem a ver com antes, durante ou depois. O pressuposto é que "tudo que é criado é histórico".

Teoria Histórico-Crítica

Essa teoria incorpora dentro do conceito de realidade o projeto e o futuro. As pessoas de mentalidade positivista-funcionalista, ou de mentalidade absolutizadora, são pessoas castradas, sem projeto e sem futuro, resumindo-se ao aqui e agora.

As pessoas de mentalidade histórico-crítica, ao contrário, incorporam na definição de realidade o futuro e a mudança.

Somente através de uma visão histórico-crítica poderemos manter a capacidade de discussão aguçada, uma mente aberta ao futuro, uma perspectiva histórica, profética e transformadora.

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