Tomás de Aquino: Contexto Histórico, Filosófico e Pensamento

São Tomás de Aquino: Vida e Obra

São Tomás de Aquino nasceu em Nápoles em 1225 e faleceu em 1274.

Contexto Histórico

• Cristianismo: Tentativa de unir toda a Europa sob um poder único e uma única religião.
• Século XIII: O século das universidades. Instituições que a Igreja trabalhou para estabelecer como centros de formação e associações profissionais de professores, com legislação adequada e quatro privilégios.
• Faculdades: Artes, Decreto, Teologia e Física.
• Grandes Universidades: Paris, Oxford, Bolonha, Colónia e Salamanca.
• Papado e Império: Declínio do império e formação de monarquias dinásticas nacionais.
• Século das Cidades: As mais importantes foram Paris e as cidades-estados do norte da Itália.

Contexto Sociocultural

• Sociedade Pré-Renascimento e Feudal: Dividida em nobreza, burguesia e campesinato.
• Influência da Igreja: Presente em todos os aspectos da vida.
• Catedrais do Século XIII: O estilo Gótico.
• Escola de Tradutores: Importante para a recuperação de textos antigos.

Contexto Filosófico

• Método Escolástico: Característico da época.
• Dois Grandes Problemas:
  • As relações entre a razão e a fé.
  • A existência de ideias universais.
• Recuperação da Filosofia Aristotélica: E sua fusão com a fé, através de figuras como:
  • Averróis (Islã)
  • Maimônides (Judaísmo)
  • Tomás de Aquino (Cristianismo)
• Oposição Anti-Aristotélica: Presente na universidade e na Igreja.

Pensamento de Tomás de Aquino

Para Tomás de Aquino, a filosofia e a teologia são ciências com objetos, métodos e critérios diferentes. Cada uma, em seu campo, é autônoma e autossuficiente. Consequentemente, a filosofia pode, por si só, encontrar a verdade nas questões que são de sua competência. No entanto, como a filosofia e a teologia, ao abordarem o mesmo assunto, devem necessariamente dizer a mesma coisa, a filosofia pode auxiliar a fé, e saber com antecedência o resultado de sua investigação, com as vantagens e desvantagens que isso acarreta. A filosofia também pode ser usada para nos ajudar a compreender melhor a revelação e demonstrar que é racional acreditar.

A relação entre filosofia e teologia leva-o a colocar como primeiro problema filosófico a existência de Deus. A demonstração da existência de Deus, que lhe parece necessária e possível, concretiza-se através das cinco vias. Estas vias colocam em jogo dois elementos distintos: as deficiências sensíveis que precisam de uma explicação e a afirmação de uma série causal que fundamenta essa realidade sensível e que culmina em Deus. Além disso, e com base nas mesmas cinco vias, discorre sobre a natureza de Deus e seus atributos, embora reconhecendo as insuficiências e as limitações dessa linguagem.

Se na demonstração da existência de Deus já se pode ver a influência de Aristóteles, no restante de sua obra essa influência é muito mais clara. Concebe o ser humano como uma unidade substancial em que a alma e o corpo estão relacionados como matéria e forma. Embora esses termos tenham um sentido diferente do que possuíam na Grécia, já que a alma humana, a forma do ser humano, é imortal e tem uma relativa independência do corpo, a matéria. Afirma que o conhecimento sensível é a base do conhecimento intelectual, que desmaterializa a imagem sensível e individual, transformando-a em uma forma abstrata e intelectual. O intelecto, que é compreensivo e passível de ser apreendido, é onde existe o conhecimento intelectual, que é universal. Conhecer intelectualmente, para ele, como para Aristóteles, é “informar-se”.

Quanto à sua ética, centra-se no conceito de lei natural. Esta lei é, em primeiro lugar, a lei eterna que afeta os seres humanos e, entre outros, é uma expressão das demandas da natureza humana e, portanto, cada ser humano a conhece espontaneamente de forma universal e imutável.

À semelhança de Aristóteles, vê os seres humanos como animais sociais e sustenta que é natural viver em comunidade com muitos outros. Assim, deve haver algo que governe a muitos. O Estado é uma instituição baseada na natureza humana, e sua tarefa é levar as pessoas a uma vida justa e virtuosa, preservar a paz e o bem-estar.