TQC, ISO 9001, Governança Corporativa e Controles Internos

Gestão da Qualidade: TQC e ISO 9001

7. O que é Qualidade Total (TQC)?

O TQC, ou Total Quality Control (Controle de Qualidade Total), é um sistema de gestão da qualidade que busca transcender o conceito de qualidade aplicada apenas ao produto. No TQC, a qualidade é entendida como a superação das expectativas não apenas do cliente, mas de todos os interessados (stakeholders).

O conceito de Controle da Qualidade Total engloba os seguintes itens:

• Orientação ao cliente;
• Qualidade em primeiro lugar;
• Ações orientadas por prioridades, fatos e dados;
• Controle de processos e da dispersão (variação dos dados que indicam quando há uma possível falha no processo) e investigação das causas;
• Próximo processo é o seu cliente (para que cada funcionário tenha em mente que a qualidade de seu trabalho interfere na qualidade do produto na próxima etapa do processo);
• Identificação das verdadeiras necessidades dos clientes;
• Evitar que erros já identificados sejam cometidos novamente;
• Comprometimento da alta direção.

8. O que é a ISO 9001? Ela se aplica a qualquer tipo de organização?

A norma ISO 9001 estabelece requisitos para o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) de uma organização. O objetivo da ISO 9001 é identificar os processos do negócio, integrá-los e buscar, de forma planejada e contínua, atingir os objetivos estratégicos da organização, os objetivos de seus clientes, atender aos requisitos de seus produtos/serviços e outros requisitos aplicáveis, ou seja, promover a melhoria contínua, garantindo a qualidade de seus produtos/serviços.

Resposta sobre aplicabilidade: Sim, a ISO 9001 se aplica a qualquer organização. Seja uma farmácia, um banco ou uma fábrica de sapatos, uma loja de doces ou uma montadora de automóveis. Todas as organizações possuem clientes, e seus clientes possuem a expectativa de terem suas necessidades atendidas. É aí que entra o Sistema de Gestão!

9. Como a qualidade influi na competitividade?

A qualidade de um produto ou serviço está diretamente ligada à satisfação total do consumidor. Essa satisfação é a base de sustentação para a sobrevivência da empresa, devendo ser buscada tanto de forma antecipada (eliminando os fatores que desagradam o consumidor) como de forma proativa (antecipando suas necessidades e incorporando-as aos produtos ou serviços). Para vencer num mercado competitivo, é preciso sempre buscar a qualidade acima de tudo!

10. Como melhorar a qualidade de produtos e serviços?

A melhoria da qualidade de produtos e serviços normalmente é conseguida com a implantação e manutenção de Programas de Gestão pela Qualidade Total, impulsionada pela busca da melhoria contínua na fabricação de produtos ou na prestação de serviços, tornando-os mais eficientes através:

• Do aumento da produtividade;
• Da redução de custos;
• Da elevação do nível de satisfação de seus clientes, fornecedores, acionistas e empregados.

Além das diretrizes voltadas para toda a empresa, relativas à sensibilização, educação, treinamento e implantação das técnicas e métodos para a implementação dos Programas da Qualidade, destaca-se a padronização de processos.

Governança Corporativa (GC): Conceitos e Princípios

7. O que é Governança Corporativa (GC)? Quais são seus objetivos?

A Governança Corporativa (GC) está relacionada à gestão de uma organização, sua relação com os acionistas (shareholders) e demais partes interessadas (stakeholders): clientes, funcionários, fornecedores, comunidade, entre outros.

Seu principal objetivo é recuperar e garantir a confiabilidade em uma determinada empresa para os seus acionistas, criando um conjunto eficiente de mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, a fim de assegurar que o comportamento dos executivos esteja sempre alinhado com o interesse dos acionistas.

8. Por que implantar Governança Corporativa?

A boa governança proporciona à empresa maior acesso a todos os tipos de financiamentos externos: nacionais e internacionais, públicos e privados. Além disso, empresas em busca de financiamento junto a fontes internacionais, tais como registro de ações em bolsas internacionais, precisam melhorar sua governança corporativa de forma a atender requisitos de registro mais rigorosos.

Empresas com uma boa governança recebem melhor classificação no mercado do que aquelas com uma governança deficiente. Melhores estruturas e procedimentos de governança melhoram o processo de tomada de decisão e aumentam a prosperidade a longo prazo em qualquer tipo de empresa.

9. O mercado de capitais é o único interessado em Governança Corporativa?

Não. Como a GC visa dar transparência aos processos de tomada de decisão e aos atos praticados pelas empresas (incluindo responsabilidade socioambiental), não podemos limitar este interesse ao mercado acionário. A GC também interessa ao consumidor e ao funcionário da empresa em questão (por exemplo, ao considerar a qualidade do ar que respira e da água que bebe e como vê as empresas que os afetam).

10. Quais são os princípios básicos da GC?

• Transparência;
• Equidade e Inclusividade;
• Prestação de Contas (Accountability);
• Responsabilidade Corporativa.

Boas Práticas de Governança Corporativa

7. O que as boas práticas de GC podem proporcionar para a empresa?

As boas práticas de Governança Corporativa podem proporcionar:

• Monitoramento da direção;
• Alinhamento acionistas-conselho-diretoria;
• Alinhamento dos interesses corporativos a outros objetivos emergentes;
• Direcionamento estratégico.

8. Que características são exigidas para a implantação de boas práticas?

Para que as boas práticas sejam implantadas, são exigidas as seguintes características:

• Conselheiros qualificados e comprometidos;
• Conselhos atuantes e eficazes;
• Gestores capacitados e interativos;
• Integridade de todas as partes envolvidas nos processos corporativos.

9. Quais fatores reforçaram a necessidade da adoção das boas práticas de GC?

O conjunto de fatores que trouxeram à tona algumas fragilidades das organizações e de seus sistemas de governança, reforçando a necessidade da real adoção das boas práticas de Governança Corporativa, inclui:

• As mudanças no ambiente organizacional brasileiro, como o renascimento do mercado de capitais;
• O aparecimento de empresas com capital disperso e difuso;
• Fusões e aquisições de grandes companhias;
• Reveses empresariais de veteranas e novatas;
• A crise econômica mundial.

10. O que reflete a evolução do Código das Melhores Práticas de Governança?

A evolução do conteúdo do Código reflete as constantes discussões e o aprofundamento dos temas ligados à Governança Corporativa, motivo que faz deste documento referência nacional em conduta de gestão empresarial e referência nas escolas de negócios.

Controles Internos: Funções e Objetivos (IBRACON)

7. Quais as funções dos controles internos nas organizações?

Os controles internos podem ter as seguintes funções:

• Preventivos ou "a priori": Reduzindo a frequência com que as causas de exposição ocorrerão, servindo como um guia.
• Detetivos ou Concomitantes: Detectando as causas de exposição durante a ocorrência do fato.
• Corretivos ou "a posteriori": Auxiliando na investigação e correção das causas de exposição detectadas, pois os fatos já ocorreram.

8. Quais são os 4 objetivos do controle interno (segundo o IBRACON)?

Segundo o IBRACON, os 4 objetivos do controle interno são:

1. Proteção de ativos;
2. Obtenção de informação adequada;
3. Promoção da eficiência operacional;
4. Estimulação da obediência e do respeito às políticas da administração.

9. Qual a relação entre o controle interno e a tomada de decisões?

Os controles internos representam um conjunto de métodos e procedimentos desenvolvidos sistematicamente que irão fornecer informações confiáveis aos administradores, aumentando a probabilidade de os objetivos e metas serem atingidos.

10. Por que o sistema de controle interno é um instrumento essencial ao processo de gestão?

Porque fornece aos gestores informações precisas, com a finalidade de alocar recursos físicos, financeiros e humanos nas diversas divisões do ambiente de trabalho, para que sejam controlados na execução das operações.

Controles Internos: Definição COSO e Estrutura

7. Como o COSO define controle interno?

O Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (COSO) define controle interno como um processo, efetuado pelo conselho de administração, gestores e outros colaboradores de uma empresa.

8. Como um controle interno deve ser? (Características)

Um controle interno deve ser:

Útil

Deve assegurar a salvaguarda dos ativos e promover o desenvolvimento dos negócios.

Prático

Apropriado ao tamanho da empresa e ao porte das operações, objetivo em relação ao que controlar e simples na sua aplicação.

Econômico

O benefício de se manter um controle deve ser maior que o seu custo (custo/benefício).

9. Por que o controle interno é importante?

O controle interno é importante porque contribui para:

• Potencializar a salvaguarda dos ativos;
• Maximizar a eficácia e eficiência das operações;
• Criar valor agregado ao negócio;
• Gerar confiabilidade nas informações dos relatórios financeiros;
• Auxiliar no cumprimento de leis e regulamentos aplicáveis.

10. Descreva a estrutura de controle interno (Componentes COSO).

A estrutura de controle interno é composta por:

• Ambiente de Controle: O alicerce de todos os outros elementos dos controles internos, que inclui valores éticos e a competência dos funcionários da companhia.
• Avaliação de Riscos: Identificação e análise dos riscos pertinentes que podem impedir o alcance dos objetivos dos negócios.
• Atividades de Controle: Tarefas específicas para reduzir e/ou eliminar cada um dos riscos identificados anteriormente.
• Informação e Comunicação: As vias de comunicação que partem da administração para os funcionários e vice-versa. A administração deve cultivar o desejo de informar.
• Definição de Responsabilidades: Os empregados podem e devem entender os objetivos da empresa, os riscos e as responsabilidades que cada um tem no contexto operacional.
• Monitoramento: Realizado através de atividades gerenciais contínuas ou avaliações independentes, ou de ambas as formas.