Transferência, Jung e a Psique
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Transferência em Psicanálise
Transferência é o fenômeno que ocorre na relação entre o paciente e o terapeuta, quando o desejo do paciente irá se apresentar atualizado, com uma repetição dos modelos infantis. As figuras parentais e seus substitutos serão transpostas para o analista.
A transferência pode ser manifesta ou latente. Através da transferência, o paciente cria uma resistência, que pode ser negativa ou positiva.
- Negativa: hostil.
- Positiva: afetuoso.
Associação livre é o ato de falar tudo o que vem à mente, ou seja, o paciente é encorajado a falar livremente sem críticas ou relações prévias.
Repetir é algo que Freud afirmava ser a maneira de recordar utilizada pelo recalcado. Através dessa repetição, o paciente pode reviver acontecimentos ocorridos na infância.
Inibição é a restrição de uma função do eu. Ela acontece quando o indivíduo exprime uma ação.
Sintomas são a patologia consequente dos recalques não compreendidos.
A inibição e o sintoma têm a função de evitar a angústia, que é um estado afetivo que tem ligação corporal, é algo que se sente. A angústia tem como função ser uma reação a um estado de perigo, sendo adequada ou inadequada.
É no ego que encontramos a angústia, é nele que permanecem todas as tensões das perdas e limitações, e disso se criam os sintomas para saciar esta falta do ego.
Resistências são divididas em 5 partes:
- Ganho secundário: benefício que traz a doença.
- Defesas associadas ao recalque.
- Repetição na transferência.
- Atração do recalcado, que é a necessidade de elaboração do ID.
- Transferência da culpa, que é a necessidade do castigo, ou seja, é a ação do superego.
Carl Gustav Jung
Jung foi sujeito de suas próprias experiências no que se refere à investigação do inconsciente. Tudo o que ocorria com ele, incluindo sonhos, fantasias, intuições, etc.
Jung introduziu uma nova visão de mundo e do Homem. Salientava que o homem devia ser visto por inteiro, como um todo, não podendo ser visto dissociado do seu contexto social, cultural e universal.
Jung e Freud
Jung e Freud mantiveram contato durante muito tempo, porém Jung não aceitava o fato de Freud acreditar que as causas dos conflitos psíquicos envolveriam algum trauma sempre de natureza sexual. Freud não aceitava o interesse de Jung pelos fenômenos espirituais como fontes válidas. Também não concordavam quanto à questão da libido, pois para Freud era somente sexual, porém para Jung era toda energia psíquica. A ideia de Jung sobre a libido aproxima-se da concepção de vontade.
Conceitos Principais de Jung
Introversão e Extroversão
Cada indivíduo pode ser orientado mais para seu interior ou exterior.
As Funções
Pensamento, sentimento, sensação e intuição.
- Pensamento: está relacionado com a verdade, com julgamento derivado de critério impessoal, lógico e objetivo.
- Sentir: é tomar decisões de acordo com julgamento de valores próprios e é preferível emoções intensas ainda que negativas.
- Sensação e intuição: são classificadas como as formas de aprender informações, ao contrário das formas de tomar decisões. A sensação refere-se a um enfoque na experiência direta, na percepção de detalhes, de fatos concretos.
- Intuição: é uma forma de processar em termos de experiência passada, objetivos futuros e processos inconscientes.
Todas as quatro funções resultam numa abordagem equilibrada do mundo, porém ninguém desenvolve igualmente todas as quatro. Todas têm uma função dominante e uma função auxiliar menos desenvolvida. Jung chamou a menos desenvolvida de "função inferior". Essa função é a menos consciente e mais primitiva.
O Ego
É a mente consciente. É constituído por percepções, memórias, pensamentos e sentimentos conscientes. O ego é responsável por nossos sentimentos de identidade e continuidade e, do ponto de vista da própria pessoa, é encarado como o centro da personalidade.
Inconsciente Individual
É uma região adjacente ao ego, estando composto por experiências que foram reprimidas, esquecidas ou ignoradas e de experiências muito fracas para marcar a consciência do indivíduo. Nele existe um complexo que são sentimentos, pensamentos, percepções e memórias.
Inconsciente Coletivo
Também conhecido como transpessoal, é uma herança psicológica que possuímos como se fosse à biológica. Nele inclui matérias psíquicas que não derivam de experiências pessoais e sim de herança.
Arquétipos
Dentro do inconsciente coletivo existem estruturas psíquicas ou arquétipos, que são formas sem conteúdo próprio que servem para organizar o material psicológico. Um arquétipo é uma forma de pensar universal (ideia) que contém uma grande parte de emoção.
Símbolos
São manifestações do inconsciente, por exemplo, os sonhos e fantasias do indivíduo.
Persona
A persona é um tipo de máscara utilizada pelo indivíduo na forma como ele se mostra na sociedade, devido às tradições sociais, e às suas próprias atividades arquetípicas internas.
Sombra
É o núcleo no qual está presente o conteúdo reprimido e os que não são aceitos pela sociedade e pela própria persona do indivíduo. Ela representa aquilo que é inferior em nossa personalidade e também aquilo que negligenciamos e nunca desenvolvemos em nós mesmos.
Anima e Animus
É uma estrutura inconsciente que representa a parte sexual oposta de cada indivíduo, Anima para o homem, Animus para a mulher. Esses arquétipos são o produto de experiências do homem com a mulher e da mulher como homem.
Self
O self é o arquétipo central, é o arquétipo da ordem e totalidade da personalidade. O self é o alvo da vida, um alvo pelas quais as pessoas sempre lutam, mas raramente atingem. Assim como todos os arquétipos, ele motiva o comportamento do homem e faz com que ele procure a integração.
Estrutura da Psique