Transformações na Europa Medieval: Feudalismo e Monarquias

Classificado em História

Escrito em em português com um tamanho de 6,9 KB

Sociedade Feudal

Durante um período, a Europa passou por um lento processo de descentralização do poder. A principal atividade econômica era a rural, marcada pelo trabalho servil, e a sociedade era dividida em camadas fixas (estamentos sociais). Esse período se consolidou quando a Igreja ofereceu terras aos nobres que se alistavam para a guerra contra os árabes, dando origem aos feudos.

Estrutura Social e Territorial

Essa era a pirâmide social da época. A diferença entre os servos e os vilões era que as famílias dos servos viviam permanentemente no mesmo feudo, servindo ao mesmo senhor feudal. Já os vilões eram livres.

As terras eram divididas em:

  • Manso Senhorial: Terra de uso exclusivo do Senhor Feudal.
  • Manso Servil: Terra destinada ao uso e sustento dos servos.
  • Manso Comunal: Terra de uso comum (bosques, pastagens).

Essa sociedade era baseada nas relações de dependência entre as pessoas, que incluíam certas obrigações que os servos e vilões tinham:

  • Corveia: Servos tinham que trabalhar alguns dias da semana no Manso Senhorial, para sustentar os Senhores Feudais.
  • Talha: Parte do que era produzido nas terras servis era entregue ao Senhor Feudal.
  • Forro ou Censo: Obrigações que apenas os vilões tinham.
  • Dízimo (ou Tostão de Pedro): Obrigações com a Igreja.

A Igreja, que controlava a sociedade dessa época, era dividida em Baixo Clero (alguns nobres mais pobres) e Alto Clero (alguns nobres mais ricos).

Relações de Suserania e Vassalagem

Suserania: Ato de conceder um feudo (em forma de terras ou privilégios).

Vassalagem: Ato de receber as concessões dos suseranos. O nobre que doava era o suserano e o que recebia era o vassalo. Quem doava devia se comprometer a dar segurança e outras coisas, e quem recebia era obrigado a colocar seu exército à disposição de seu suserano.

Cruzadas

Jerusalém estava sob o controle dos muçulmanos. A Igreja, buscando reaver a cidade, organizou expedições militares para a Terra Santa, denominadas Cruzadas.

As pessoas aderiam às Cruzadas por diversos motivos, principalmente para fugir da pobreza (filhos mais novos de nobres que não herdavam terras, mendigos, etc.), pois a Igreja prometia dar terras a quem fosse. Além disso, comerciantes tinham interesse nas Cruzadas para aumentar suas áreas de venda.

O Papa Urbano II convocou as pessoas no Concílio de Clermont, também com a intenção de reunificar a Igreja.

A principal consequência das Cruzadas foi o aumento do comércio, impulsionando o crescimento da burguesia comercial, das cidades europeias e de suas economias. Nesse contexto, a produção dos feudos aumentou e os servos começaram a se mudar para as cidades.

Renascimento Cultural e Urbano

Entre os séculos XI e XIII, ocorreram significativas transformações na sociedade, como a criação da camada dos burgueses, que eram os comerciantes. Para eles, era muito difícil negociar entre os feudos, então criaram uma área específica para seu comércio, chamada burgos (que precisavam de muros e proteção, pois atraíam ladrões). Os Senhores Feudais, inicialmente resistentes aos burgos, cobravam altas taxas para permitir seu funcionamento.

Organização Comercial

Os burgueses buscavam liberdade e justiça no comércio, o que levou à criação das Corporações de Ofício e das Guildas, que regulamentavam as atividades (como associações). Os artesãos trabalhavam em oficinas, com seus mestres e aprendizes.

Nessa época, também ocorreu a expansão do comércio pela Europa e pelo Mar Mediterrâneo, fazendo surgir os cambistas (trocadores de moedas). O comércio se tornou uma das principais atividades econômicas, fazendo até a Igreja, que condenava o lucro, se tornar mais flexível. Algumas áreas se tornaram destaques comerciais devido ao grande fluxo de pessoas, como a região de Champagne, na França.

Formação das Monarquias Nacionais

No início do século XI, a Europa estava economicamente estabilizada e o poder da Igreja estava centralizado no Papa, o que levou à formação de certas monarquias.

Inglaterra

  • Guilherme I: Venceu a Batalha de Hastings e se tornou rei da Inglaterra, criando uma estrutura feudal onde a lealdade era voltada diretamente para o rei. O reino foi dividido em condados.
  • Henrique II: Criou as Common Law (leis comuns, que permitiam que o clero fosse julgado por seus crimes como o resto das pessoas) e a Grande Assembleia, que daria origem ao Parlamento.
  • João Sem-Terra: Assinou a Magna Carta, que limitava seus poderes e aumentava o poder da Grande Assembleia.
  • Foi criado o Grande Conselho, que mais tarde se tornou o Parlamento, dividido em Câmara dos Lordes (Alto Clero + Nobreza) e Câmara dos Comuns (Baixo Clero + Burguesia).
  • A Guerra das Duas Rosas, disputa pelo trono entre as famílias York e Lancaster, foi encerrada por Henrique Tudor (parente de ambas as famílias), que tomou o poder e consolidou a monarquia inglesa.

Sacro Império Romano-Germânico (Alemanha)

O imperador germânico desejava escolher os bispos germânicos da Igreja Católica para ter controle sobre a religião. O Papa, porém, não aceitou, o que levou à Querela das Investiduras (proibição dessa escolha). O imperador não aceitou a proibição e foi excomungado pelo Papa.

Foi eleito Frederico Barba-Ruiva, com o objetivo de tomar o poder da Itália. Frederico tinha dois inimigos: os moradores de Milão e o Papa Alexandre III, que formou a Liga Lombarda com algumas cidades italianas para expulsar o imperador da Itália (o que conseguiram). Com a morte de Barba-Ruiva, Frederico II subiu ao poder. Após sua morte, o império se repartiu em três.

Monarquias Ibéricas (Espanha e Portugal)

Os árabes ocupavam a Península Ibérica. A Igreja Católica, temendo que isso facilitasse a entrada deles na Europa, promoveu a Guerra de Reconquista. Os católicos venceram, dividindo a Península em quatro reinos (Aragão, Leão, Navarra e Castela).

Parte do território de Leão se separou do resto do reino, formando Portugal. Quando a expulsão dos mouros (árabes) foi completa, os reinos de Aragão, Castela e Leão se uniram por meio de um casamento, formando a Espanha.

Entradas relacionadas: