Transformações Globais: URSS, Leste Europeu e América Latina
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Gorbachev e o Socialismo Democrático: Perestroika e Glasnost
Como carro-chefe dessas reformas, destaca-se a proposta da Perestroika (reestruturação), estratégia reformista de Estado, responsável pela política de desarmamento, combate à corrupção e à ineficiência da máquina pública, além da liberação para práticas econômicas capitalistas na URSS. Incorporada à Perestroika, destaca-se a proposta da Glasnost (transparência), responsável pela redemocratização da ordem política, fundamentada na reformulação do projeto socialista soviético em pilares democráticos (Desestalinização).
Na carona das reformas liberalizantes anunciadas por Gorbachev, deflagrou-se a emergência do movimento separatista das repúblicas do Báltico:
- Letônia
- Lituânia
- Estônia
Ucrânia e Bielorrússia decretaram a organização da Comunidade dos Estados Independentes (CEI). No dia 21 de dezembro de 1991, a criação da CEI foi referendada também pelas outras repúblicas da URSS, que, a partir daquele momento, deixava de fato a existir.
Leste Europeu e a Queda do Muro de Berlim (1989)
A pressão por reformas democráticas organizada pelo movimento “Fórum Democrático”, na Alemanha Oriental, contribuiu para o processo de reabertura das fronteiras do país com a Alemanha Ocidental capitalista. No dia seguinte à reabertura das fronteiras, 09 de novembro de 1989, a população da antiga capital da Alemanha demoliu o Muro de Berlim, símbolo maior da Guerra Fria. Em outubro de 1990, foi oficializado o processo da unificação da Alemanha. Nesse mesmo ano, na Romênia, o governo comunista do presidente Ceaușescu foi derrubado a partir de uma guerra civil, que redundou no seu próprio assassinato.
Socialismo de Mercado na China e o Protesto da Paz Celestial
Manipulando o ímpeto revolucionário da juventude chinesa através da Revolução Cultural de 1966, o líder socialista buscou restaurar a sua liderança e a influência, praticando uma política de expurgos e perseguições dos grupos dirigentes que se opunham a ele. Influenciados pelas orientações defendidas pela Glasnost, os estudantes de Pequim ocuparam a Praça da Paz Celestial, a partir de 15 de abril de 1989, para reivindicar a democratização do regime chinês.
A Nova Ordem Internacional e a Globalização
A partir da década de 90, as novas tendências observadas sob o influxo das modificações operadas na Europa Oriental fundamentaram uma nova configuração para o mundo capitalista. O processo de globalização continua se desenvolvendo na atualidade, com o singular objetivo de satisfazer as necessidades estratégicas da expansão capitalista. É importante ressaltar, no contexto da globalização atual, o domínio exercido pelas empresas multinacionais, que se estabeleceram como importantes pilares da Nova Ordem Internacional.
Formação dos Megamercados e Blocos Econômicos
Após o término da Guerra Fria, as nações capitalistas, procurando preservar a ampliação de seus mercados, passaram a defender a construção de regiões econômicas protegidas da competição estrangeira, definidas como Megamercados.
Existem diferentes tipos de blocos econômicos:
- Zona de Livre Comércio (ex: NAFTA): Envolvendo os Estados Unidos, Canadá e México, defende o livre trânsito de produtos entre os países do acordo.
- União Aduaneira (ex: MERCOSUL): Envolvendo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, além de estabelecer o livre trânsito de produtos, defende também a instituição de uma Tarifa Externa Comum (TEC) a ser praticada pelos países membros do acordo.
Crise Financeira Global de 2008: O Mercado Hipotecário
A partir de abril de 2008, o sistema financeiro norte-americano foi surpreendido pela crise instalada sobre os bancos de investimentos, provocada pela inadimplência revelada no mercado hipotecário. A inadimplência desses clientes despertou a crise de confiança do mercado sobre os respectivos bancos, provocando a queda de suas respectivas ações e o prejuízo de milhares de investidores nos EUA e na maior parte dos países desenvolvidos, que possuíam títulos destas instituições.
América Latina no Século XX: Populismo e Ditaduras Militares
O continente latino-americano testemunhou durante as duas primeiras décadas do século XX, o surgimento de novas forças sociais emergentes. Esses novos grupos sociais (operários, classe média e burguesia) expressavam o resultado da diversificação econômica do continente (comércio e a indústria), em contraposição ao monopólio do latifúndio monocultor. Com a crise dos regimes populistas, emergiram na América Latina, entre as décadas de 1960 e 1980, os regimes ditatoriais militares, estruturados a partir de uma doutrina de segurança que pudesse, ideologicamente, conter a ameaça de governos esquerdizantes e, ao mesmo tempo, atender aos interesses das elites empresariais associadas ao grande capital internacional.
Movimentos Revolucionários na América Latina
A Revolução Mexicana (1910)
Deflagrada em 1910, resultou, na verdade, da associação dos interesses dos grupos liberais urbanos e da massa camponesa, descontentes com o regime ditatorial vigente e o estado de opressão social aprofundados durante o governo do caudilho Porfirio Díaz.
A Revolução Cubana e a Nacionalização de Empresas
Guerrilha camponesa, liderada por Fidel Castro e Ernesto Che Guevara, que, a partir da região da Sierra Maestra, foi responsável pela queda do ditador Fulgencio Batista e pela instalação de um governo popular, que fez a expropriação dos latifúndios do país. Em resposta, Fidel Castro decretou a nacionalização das empresas norte-americanas, tensionando as relações entre os dois países.
A Experiência Chilena de Salvador Allende
Através das eleições presidenciais de 1971, foi eleito pela coalizão de esquerda, Salvador Allende.
(Nota: O texto original faz uma transição incorreta para a Nicarágua. O trecho a seguir refere-se à Revolução Sandinista, não à experiência chilena.)
A Frente Sandinista ocupou o poder durante dez anos, sob o comando de Daniel Ortega, responsável pelo processo de reforma agrária, o combate ao desemprego e ao analfabetismo.
O Neoliberalismo na América Latina (Anos 1990)
Os regimes liberais que sucederam os governos militares, em um primeiro momento, como forma de atrair o investidor estrangeiro e assegurar a entrada de novas divisas, praticaram a emissão e a negociação de títulos públicos resgatáveis a elevadas e atraentes taxas de juros.