Transformações do Setor Primário e Comércio na Espanha: Do Tradicional ao Mercado Global
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T.5. Mudanças no Setor Primário: Do Tradicional ao Mercado
Transformações Agrícolas no Século XIX
- Novas Técnicas Agrícolas: Rotação de culturas, introdução de novas culturas para aumentar a produção.
- Preços e Excedentes: Preços dos alimentos altos, gerando excedentes para alimentação.
- Concentração de Capital: Proprietários obtinham mais rendimentos com a venda de produtos agrícolas, impulsionando a concentração de capital.
- Crescimento Industrial e Urbano: A indústria se desenvolveu, as cidades cresceram, aumentando a demanda por alimentos. Produtos industriais arruinaram o pequeno artesanato rural.
- Integração no Mercado: A agricultura entrou no circuito econômico, onde o agricultor se tornou vendedor e comprador, buscando o benefício máximo.
- Especialização e Abandono da Subsistência: A agricultura se especializou para o mercado, abandonando a economia de subsistência.
Consequências e Capitalização
- Êxodo Rural: Transferência de populações das aldeias rurais para áreas agrícolas e fazendas.
- Capitalização da Agricultura: Utilização de terra e trabalho como fatores de produção, com mão de obra abundante e barata.
- Demanda por Mão de Obra: Indústria e ferrovias necessitavam de mão de obra, intensificando o êxodo rural.
- Tecnologias e Financiamento: Novas tecnologias agrícolas foram adotadas, recebendo créditos e subvenções sem grande esforço de capitalização inicial.
População Rural e Agrícola
Dinâmica Demográfica
A população rural diminuiu devido à mecanização da agricultura e à baixa rentabilidade. No século XX, muitas cidades perderam pessoas devido ao êxodo rural-urbano, embora em algumas áreas a população rural tenha aumentado. Novas cidades urbanas representaram outra oportunidade.
É importante distinguir entre aldeias rurais (onde as pessoas ainda viviam em áreas rurais, mas trabalhavam nos setores secundário ou terciário) e população agrária (trabalhando no setor primário). A população agrícola jovem ainda predomina, embora essa tendência esteja mudando. Áreas de agricultura e tradição são abandonadas pelos jovens que se mudam para a cidade. Esse processo afeta mais as áreas rurais mais afastadas (áreas rurais profundas).
Trabalho na Extensão Agrícola
Pequenos e médios proprietários de terras trabalham com a família (fazenda familiar), com trabalhadores fixos ou assalariados. O trabalho das mulheres agricultoras muitas vezes não é contabilizado. O chefe de família pode ter outras atividades econômicas. O proprietário pode trabalhar em dois locais, em tempo parcial no campo.
A diminuição da gestão direta de grandes propriedades e o arrendamento são influenciados pela necessidade de espaço para máquinas. A mecanização aumenta a necessidade de trabalhadores externos. Mão de obra imigrante, contratos de trabalho sazonais.
Evolução das Terras Agrícolas
Dados do INE de 2007 indicam que, da superfície geográfica total para produção agroalimentar (50,5 milhões de hectares), 24,5% correspondem à Superfície Agrícola Útil (SAU), e o restante são áreas florestais. A SAU inclui terras aráveis, prados e pastagens. O abandono de terras menos produtivas, fazendas e áreas residenciais contribui para essa dinâmica.
Estrutura das Explorações Agrícolas
Na Espanha, o número de explorações agrárias com menos de 5 hectares representa 51,8% do total, mas ocupam apenas 4,7% da superfície agrícola. Já as explorações com mais de 100 hectares representam 4,63% do total, mas ocupam 55,49% da superfície. Isso indica que poucos pequenos proprietários possuem pouca terra, enquanto grandes propriedades detêm a maior parte da terra arável.
Tipos de Explorações Agrícolas
- Latifúndio ou Grande Exploração:
- Grandes propriedades (mais de 100 hectares) com agricultura extensiva.
- Comuns em La Mancha, Catalunha, Extremadura e Castela.
- Propriedades antigas com boa situação econômica e grandes extensões de terra.
- Grandes fazendas criam um novo tipo de trabalhador qualificado para operar máquinas.
- Minifúndio ou Pequenas Propriedades:
- Menos de 10 hectares.
- Predominam na metade norte da península e nas ilhas.
- As mudanças econômicas forçam o abandono do autoconsumo e o aumento da produção e rentabilidade.
- Dificuldade de mecanização devido às dimensões, o que não favorece a comercialização.
- São rentáveis se praticarem agricultura intensiva e científica.
- Fazendas Médias:
- Aumentaram na Espanha.
- Organismos competentes da UE incentivaram as explorações familiares de agricultura intensiva.
- Incentivaram o reagrupamento de lotes e a otimização de suas dimensões para aumentar a produção.
Produção Agrícola e Comércio: A PAC
Política Agrícola Comum (PAC)
Fundada em 1957, a PAC visava garantir o abastecimento alimentar aos países da UE e elevar a renda agrícola, subsidiando produtos e comprando excedentes. A Espanha aderiu à CEE quando a política já estava em mudança. A entrada de países da UE com agricultura de baixa renda exigiu a redução da ajuda para países em desenvolvimento (como a Espanha).
A PAC de 2003 modificou sua orientação para maior competitividade, melhor adaptação à demanda e restrição da ajuda econômica, forçando a Espanha a limitar investimentos. O alargamento da UE em 2004, com novos estados-membros, forçou uma reconsideração da política agrícola comunitária.
Para 2007-2013, a assistência da UE totalizou 7,213 bilhões de euros, e a Comissão Europeia aprovou o plano estratégico de desenvolvimento rural nacional para o mesmo período. Os objetivos incluíam:
- Aumentar a produtividade agrícola e florestal.
- Desenvolver a indústria agroalimentar.
- Melhorar o ambiente.
- Ajudar as comunidades autônomas da UE com compensações pela redução aplicada ao algodão e tabaco.
Produção Agrícola
A produção agrícola depende da superfície dedicada a cada tipo de cultura, da qualidade do solo e da intensidade do cultivo. A superfície irrigada aumentou graças aos subsídios de água.
Culturas de Sequeiro
- Cereais: Cultivados extensivamente, com trabalho mecanizado e seleção de sementes. O trigo é a cultura dominante, seguido por cereais forrageiros.
- Vinhas e Oliveiras: Exigem mais cuidado e menos mecanização, com empregos sazonais. As vinhas, tanto em áreas atlânticas quanto mediterrâneas, são especializadas em vinhos brancos e espumantes. As oliveiras aumentaram a superfície dedicada à produção de azeite.
- Outros frutos de árvores de sequeiro, leguminosas e oleaginosas.
Culturas de Irrigação
- Frutas e Horticultura: Grande peso dos citrinos nas exportações. Frutas de caroço e sementes competem no mercado europeu devido ao amadurecimento precoce.
- Hortaliças: As hortaliças mediterrâneas representam cerca de 40% do rendimento. Exigem mais mão de obra (mulheres e homens), empresas, fertilizantes, resultando em melhor desempenho.
Produção Animal
A Espanha é o segundo país da UE em importações de produtos animais. Este setor, altamente tecnificado e relacionado à indústria de transformação, representa cerca de 40% da produção agrícola final. Cresceu a partir de 1960, combinando sistemas de produção tradicionais com tecnologia avançada.
Tipos de Gado
- Bovinos: A Espanha é um dos três principais países da UE. Especialização em carne e leite.
- Ovinos: Setor profissionalizado. A produção de lã é residual; o interesse principal é leite e carne.
- Suínos: Grande desenvolvimento e industrialização. Consumidor de embutidos e carne fresca.
- Avicultura: Muito industrializada e de alto desempenho. Os agricultores enfrentam aumentos de preços. Produção elevada, especialmente em galinhas poedeiras.
Comercialização de Produtos Agrícolas
A entrada da Espanha na CEE foi vista como muito benéfica. Atualmente, 75% das exportações agrícolas espanholas são vendidas na UE, e 57% das importações de alimentos vêm de lá. A comercialização ideal dos produtos agrícolas depende do desenvolvimento do agronegócio, com foco em empresas multinacionais de alta produtividade. A produção de vinho cobre o mercado nacional e é exportada para a Europa e América.
Paisagens Agrárias na Espanha
As paisagens agrícolas são paisagens culturais, moldadas por fatores decisivos como o clima (que determina o tipo de cultivo), o relevo (que influencia a forma das parcelas) e os elementos visíveis da produção (tipos de cobertura vegetal, tamanho das propriedades, etc.). Na Espanha, distinguem-se cinco tipos principais:
1. Paisagem Agrária Atlântica
- Localização: Litoral e pré-litoral da costa Cantábrica e Galiza.
- Características Físicas: Áreas montanhosas e terreno acidentado. Clima chuvoso e ameno.
- Uso da Terra: Prados e florestas decíduas exploradas.
- Agricultura: Pequena extensão, ausência de policultivo de autoconsumo. Prados para gado. Monocultura de milho. Maçã (País Basco, Astúrias, Cantábria).
- Pecuária: Gado bovino (leite na Cantábria e Astúrias; carne na Galiza).
- Estrutura Agrária: Pequenas propriedades (Galiza). População dispersa em aldeias e vilas.
2. Paisagem Agrária Mediterrânea
- Localização: Costas e rios mediterrâneos, depressão do Ebro, Guadalquivir, Ilhas Baleares.
- Características Físicas: Terreno acidentado, vales sedimentares e planícies costeiras com solos férteis. Áreas florestais e improdutivas.
- Clima: Chuvas escassas, seca de verão, altas temperaturas.
- Agricultura: Cereais de sequeiro, oliveira, vinha (a "trilogia mediterrânea"). Zonas com temperaturas e solos favoráveis permitem mais irrigação, estufas e técnicas de irrigação com pesticidas. Principais culturas: hortaliças.
- Pecuária: Bovinos, ovinos e caprinos. Pouco gado suíno.
- Estrutura Agrária: Tamanho médio das propriedades em Andaluzia de sequeiro e costa. População concentrada em grandes vilas, mas também com habitats dispersos.
3. Paisagem Agrária Interior
- Localização: Terras interiores da Espanha, Castela e Leão, e enclaves da depressão do Ebro e Guadalquivir.
- Características Físicas: Planaltos e áreas de altitude.
- Clima: Altas temperaturas no verão e muito frio no inverno. Escassez de chuvas.
- Uso da Terra: Baixa produção de madeira.
- Agricultura: Culturas de cereais, rotação bienal ou trienal. Atualmente, predomina a cevada. Trabalho mecanizado. Ao longo dos rios, plantações de frutas e legumes.
- Pecuária: Áreas secas dominadas por montanhas com vantagem para prados ovinos. Proximidade de explorações pecuárias industriais urbanas. Pastagens em Salamanca e Extremadura: pecuária industrial extensiva.
- Estrutura Agrária: Predominam grandes propriedades. Irrigação média.
- Povoamento: Escasso, envelhecido. Habitat concentrado em cidades ou comunidades rurais de tradição agrícola.
4. Paisagem Agrária de Montanha
- Localização: Altitudes baixas e médias a grandes altitudes, no norte e sul da península.
- Relevo: Acidentado.
- Clima: Frio, com precipitação de neve. No sul, mais quente em baixas altitudes.
- Atividades: Atividades florestais e agrícolas escalonadas conforme a altitude e a exposição solar.
- Modelo: Modelo alpino no norte, com pastagens, pomares, etc. No sul, impressionante.
- Agricultura: Terraços em encostas mais baixas, dificuldade de uso de máquinas.
- Exploração Florestal: Uso de faia e castanheira. Crescimento lento. Reflorestamento com eucalipto e pinho.
- Pecuária: Ovinos e bovinos extensivos, e ovinos criados em transumância.
- Estrutura Agrária: Pequenas propriedades cultivadas nos vales e no sopé da montanha. População escassa, concentrada em pequenas cidades dos vales. Terras parceladas no sopé da montanha. Campos baixos para pastagens em clareiras florestais.
- Impacto: Turismo.
5. Paisagem Agrária das Ilhas Canárias
- Fatores Físicos: Relevo íngreme, cânions, picos, encostas. Clima quente subtropical com pouca pluviosidade. Culturas sob sistemas de arrendamento artificial.
- Sistemas Agrícolas e Pecuários:
- Bananas: Principal produto (Tenerife, La Palma).
- Tomate: Produto de exportação.
- Batata: Após a colheita, áreas protegidas por plásticos para boas colheitas de hortaliças, tomates e frutas.
- Pecuária: Bovinos, caprinos e ovinos. Recessão na pecuária suína.
- Estruturas Agrárias: A propriedade é variada. Áreas com longa tradição de economia de subsistência têm pequenas propriedades. As propriedades costeiras são extensivas. População dedicada ao pastoreio envelhecida.
- Exploração Florestal: Atualmente, áreas florestais protegidas, como os pinhais canários e o louro (Parque Garajonay em La Gomera).
Pesca na Espanha
Zonas de Pesca (Caladeros)
Os caladeros são áreas onde a captura de peixe é abundante, localizados em plataformas continentais frias, áreas de correntes oceânicas ricas em plâncton e entre correntes quentes e frias.
- Plataformas Espanholas: As plataformas ocidentais da Espanha não são muito adequadas para a pesca. As plataformas costeiras da Galiza e Cantábria estão esgotadas. A plataforma do Golfo de Cádiz é mais extensa, mas limitada pelas águas territoriais de Marrocos. A costa mediterrânea tem sido empobrecida pela salinidade e massas de água quente.
- Pesca Distante: A Espanha busca caladeros ricos em outros lugares.
- Terra Nova: Águas frequentadas por navios espanhóis de grande porte, com campanhas de vários meses para captura de bacalhau e alabote.
- Costa Oriental das Canárias e África Subsaariana: Navios espanhóis também operam na costa oriental das Ilhas Canárias e em países subsaarianos, apesar de conflitos com nações africanas. Acordos com Marrocos, Mauritânia e Senegal.
- Outros Países: Moçambique, Somália, entre outros.
Política Comum de Pescas (PCP)
A entrada da Espanha na Comunidade Europeia resultou na obtenção de uma importante quota de pesca e um acordo de pesca com Marrocos. No entanto, os armadores espanhóis foram forçados a adaptar-se, adotando embarcações menores e perdendo capacidade de pesca.
A UE estabeleceu para 2007-2013 um novo Fundo Europeu das Pescas (FEP), que não pode ser usado para aumentar a capacidade de pesca. A PCP visa a exploração sustentável dos recursos marinhos e a aquicultura. A PCP negocia com os países da UE as quotas de pesca.
O Setor Primário na Catalunha
Agricultura na Catalunha
Nas planícies costeiras e nas margens dos rios, a agricultura é intensiva e de alta produtividade, beneficiando-se do clima e dos aluviões. A costa é uma área densamente povoada com muitas cidades. Nos condados mais urbanos, poucas pessoas se dedicam à agricultura, e algumas o fazem em tempo parcial.
- Exceções: Maresme, com cultivo intensivo em pequenas explorações, sistemas de estufas, etc.
- Desaparecimento de Fazendas: As fazendas estão desaparecendo no Baixo Llobregat.
- Outras Áreas de Irrigação: Baix Ebre, Montsant, Delta do Ebro.
- Terras Interiores: Em Segrià, pequenas fazendas de frutas (maçã, pera, pêssego).
- Áreas Úmidas de Girona: Produção de forragem e milho para gado.
- Terras de Sequeiro: Nas áreas pré-costeiras, costeiras e interiores, predominam cereais, azeite e vinho.
As propriedades catalãs são geralmente pequenas e familiares, com alto nível de capitalização e estrutura de produção moderna. Os problemas incluem a sobre-exploração de aquíferos e outros abusos.
Pecuária na Catalunha
A pecuária é mais tributada que a agricultura e representa 59% da produção agrícola final. Inclui pastoreio em áreas de montanha e prados. A produção de carne e leite é explorada em fazendas de confinamento intensivo, especialmente suínos e bovinos.
A saturação dos mercados e as diretrizes da UE mantêm a área estabilizada ou em declínio.
Pesca na Catalunha
A Catalunha consome muito peixe, mas seus mares estão esgotados. Depende de importações maciças e da aquicultura. O leilão de peixe fresco ocorre em vários pontos do litoral catalão, como L'Ametlla de Mar, La Ràpita e Roses, onde é vendido diretamente aos retalhistas.
A aquicultura tem um futuro promissor. Estima-se que entre 50% e 80% do peixe que será consumido virá da aquicultura. A Catalunha e a Galiza são regiões com a aquicultura mais avançada, com muitas técnicas, conhecimento científico e capital. No entanto, o número de instalações marítimas não tem progredido.
T.8. Atividade Comercial, Transporte e Comunicações
Comércio Mundial Atual
O aumento do volume de produção e o consumo personalizado resultam em uma troca ativa de bens e serviços. Isso cria diferentes tipos de mercados:
- Mercados Específicos: Onde bens são comprados e vendidos.
- Mercados Abstratos: Como a bolsa de valores.
- Casos Intermediários: Feiras, onde modelos são exibidos.
Características do Comércio
- Concentração da Demanda: População urbana e industrial, com aumento comercial devido à venda de todos os tipos de produtos.
- Troca a Longa Distância: Atividade total.
- Importância Econômica: O comércio é crucial para estudos econômicos, gerando conhecimento e desenvolvendo a logística.
- Intermediários: Bancos ou companhias de seguros, que podem encarecer o produto.
- Grandes Empresas Comerciais: Criação e crescimento de grandes empresas.
Crescimento no Setor Comercial
- Liberalização do Mercado: Eliminação de barreiras ao livre comércio, através de acordos como o GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio) e a OMC (Organização Mundial do Comércio), permitindo redes de intercâmbio.
- Novas Tecnologias: Facilitam o intercâmbio comercial em tempo real.
Características do Comércio Doméstico
Canais de Marketing e Distribuição
O comércio interno é uma atividade dupla, com grandes e pequenas empresas. Os canais de distribuição para comercialização geram 10% do valor acrescentado total e 16% do emprego, com a maioria das mulheres.
Canais de Distribuição de Mercadorias
- Requerem poucos intermediários.
- Leasing: Aluguel de máquinas com pagamento de aluguel.
- Importância: Grandes feiras de máquinas.
Canais de Distribuição de Bens de Consumo
- Alimentos Frescos: Longa cadeia de intermediários, tornando o produto até 5 vezes mais caro para o consumidor final.
- Vendas Diretas: Em grandes superfícies (eletrodomésticos, enlatados, móveis, etc.).
- Supermercados: Sua criação representa um desafio para as pequenas empresas.
Distribuição Regional do Comércio Interno
A distribuição econômica do comércio interno depende do grau de desenvolvimento do mercado consumidor, do poder de compra e da eficiência do transporte. O comércio se localiza em áreas urbanas de alta densidade populacional, como País Basco, Madrid, Catalunha e Navarra.
Hierarquias Urbanas e Áreas Comerciais
- Áreas Comerciais: Regiões geográficas onde a população se desloca para comprar bens e serviços que não são de primeira necessidade.
- Hierarquia Urbana: Define centros de atração para o comércio. Por exemplo, Barcelona, Madrid, Valência e Sevilha possuem alta hierarquia comercial.
Comércio Exterior Espanhol e Balança de Pagamentos
Comércio Internacional da Espanha
A Espanha, integrada no bloco comercial da UE, mantém um comércio ativo com países industrializados. Cerca de 70% das suas exportações e 59% das suas importações são com a UE. O comércio com a América e o Golfo Pérsico também é relevante.
Balança de Pagamentos
A balança de pagamentos registra as transações econômicas de um país com o resto do mundo:
- Saldo da Conta Corrente: Inclui pagamentos de rendimentos, comércio, serviços, rendimentos e transferências.
- Saldo da Conta de Capital: Transferências de capital privado e público na UE.
- Saldo da Conta Financeira: Investimentos diretos, investimentos financeiros e reservas do Banco Nacional.
Saldo da Conta Corrente Espanhola
- Balança Comercial: Frequentemente negativa, com exportações menores que importações.
- Balança de Serviços: Superavitária, impulsionada por turismo, viagens e patentes.
- Saldo de Rendimentos: Lucros de capital e trabalho. Geralmente em déficit.
- Balança de Transferências: Remessas de capital, doações, ajuda a imigrantes, etc.
O valor das importações é frequentemente elevado devido aos altos preços do petróleo.
Transportes e Comunicações
Função do Transporte
O transporte permite o deslocamento de pessoas e bens, desempenhando três funções principais:
- Mobilidade de Passageiros: Atende à necessidade ou desejo de deslocamento, embora possa gerar problemas de circulação forçada (picos de tráfego).
- Satisfação de Necessidades: Conecta a produção com a distribuição de bens e serviços no mercado.
- Integração Social: Integra grupos sociais e dissemina ideias.
Localização Atual do Transporte na Espanha
A Espanha tem modernizado sua infraestrutura de transporte.
Transporte Terrestre
- Rede Rodoviária: Desempenha um papel central. As consequências incluem a demanda por novas estradas, impacto ambiental (visual e acústico) e sobrecarga da rede em itinerários de interesse geral e ligação de fluxos.
- Rede Ferroviária: A infraestrutura foi danificada pela guerra. Em 1941, as empresas de transporte ferroviário foram nacionalizadas para criar a Rede Nacional de Ferrovias Espanholas (RENFE). A RENFE não tem o monopólio, pois existem ferrovias regionais (Generalitat da Catalunha, Generalitat Valenciana, Bilbao).
- Problemas: Bitola espanhola diferente da europeia, muitas vias únicas, infraestruturas deficientes.
- Promoção: Incentivo ao transporte ferroviário, com trens de alta velocidade como AVE e Euromed.
Transporte Marítimo
Move grandes volumes de carga a longas distâncias. A implementação de infraestruturas caras visa maior rapidez. Criação de Zonas de Atividades Logísticas (ZAL) para armazenamento. Tipos importantes de carga: granéis líquidos, granéis sólidos, carga geral.
Transporte Fluvial
O Porto de Sevilha, no Rio Guadalquivir, é o de maior extensão, servindo como via de acesso ao vale do Guadalquivir e à Extremadura.
Transporte Aéreo
Principalmente para passageiros, mas o comércio de mercadorias também está crescendo. Barajas (Madrid) é um importante polo (coordenação de voos nacionais, internacionais e transoceânicos), seguido pelo Aeroporto de El Prat (Barcelona).
Política Europeia de Transportes
A política europeia de transportes visa equilibrar os modelos de transporte, garantir uma circulação mais segura, melhorar o tráfego e reduzir os impactos ambientais. Projetos de interesse europeu incluem:
- Eixo ferroviário de alta velocidade do sudoeste da Europa.
- Eixo multimodal Portugal/Espanha com o resto da UE.
- Transporte ferroviário de mercadorias Sevilha-Madrid-Paris.
- Interoperabilidade da rede ferroviária ibérica de alta velocidade na península.
O transporte intermodal e as autoestradas do mar devem melhorar as infraestruturas e os sistemas de informação eficientes. A Espanha faz parte da autoestrada do mar da Europa Ocidental, ligando o Mar da Irlanda e o Mar do Norte, e da autoestrada do mar do Sudeste da Europa.
Política de Transportes Espanhola
Plano Estratégico de Infraestruturas e Transportes (PEIT) 2005
O PEIT 2005 visava alcançar uma mobilidade sustentável, equitativa e baseada na intermodalidade e acessibilidade. Abrange:
- Ferroviário: Correção e extensão da rede para a Europa.
- Rodoviário: Conclusão da rede de alta capacidade e introdução de tecnologias de gestão.
- Portos e Aeroportos: Outros modelos de transporte integrado.
Mídia e Comunicações
Tecnologia da Informação (TI)
Atualmente, há um uso generalizado da tecnologia da informação.
Mídia de Massa
A mídia é utilizada por muitas pessoas e requer técnicos, jornalistas, ouvintes, leitores, etc. Empresas estatais ou privadas, por diversas razões, estão sujeitas a interesses individuais ou partidários. A imprensa livre e as emissoras minoritárias são importantes. É crucial selecionar a imprensa, pois algumas falseiam informações.
A televisão, presente na maioria dos lares, teve sua primeira transmissão na Alemanha em 1952. Existem TVs públicas (estatais e de comunidades autônomas), privadas e pagas.
Revolução Digital e Comunicação de Massa
Impulsionada pela Tecnologia da Informação (TI), Informática e Telemática, a revolução digital é caracterizada por três fatores:
- Fator de Multiplicação (FM): O número de vezes que uma função melhora com a tecnologia.
- Fator de Implantação: O desenvolvimento da TI. Em 1946, havia um computador; em 1977, o PC.
- Fator de Acessibilidade: A comunicação por transmissão digital de informações.
Comunicação e Publicidade
A publicidade é uma atividade de grande serviço devido à propriedade e diversificação econômica do produto. As principais agências de mídia e anunciantes utilizam a mídia. A publicidade móvel, internet, etc., estão em expansão. A imagem é acompanhada de texto breve, fácil de lembrar e, às vezes, som.
Comércio e Comunicações na Catalunha
Comércio Interno e Externo da Catalunha
A maior parte da atividade comercial ocorre dentro da Catalunha. O peso das exportações é direto. A tendência de crescimento do comércio tem sido recente e estável, com diminuição durante crises. O comércio exterior catalão é importante para a Espanha. A Catalunha é a comunidade autônoma número 1 em instalações para o déficit de fábricas estrangeiras, pois apenas gerencia.
Mudanças no Transporte Terrestre da Catalunha
Barcelona segue um modelo de centro radial. Atualmente, eixos transversais estão em fase de construção. O veículo privado é amplamente utilizado. O transporte coletivo atende à capital regional e metropolitana. O transporte público ferroviário e os serviços básicos de bairro são importantes para a área metropolitana. Chegada do trem de alta velocidade.
Transporte Marítimo na Catalunha
A Catalunha possui 49 portos. Barcelona e Tarragona dependem do Estado, enquanto a responsabilidade dos outros portos é da Generalitat. O Porto de Barcelona é o mais importante, com 2 bocas, 35 terminais especializados, guindastes e diversos serviços. Tarragona possui 114 tanques para líquidos, 54 guindastes e 17 armazéns. Palamós é um porto importante, mas a política da Generalitat o isenta de novas instalações.
Transporte Aéreo na Catalunha
A Catalunha tem 5 aeroportos, 7 aeródromos e 500 heliportos. O Aeroporto de El Prat (Barcelona) é o mais importante, gerido pela empresa pública Aeroportos Espanhóis e Navegação Aérea (AENA). O Aeroporto de Girona foca no turismo. Reus atende companhias charter e de baixo custo no verão. Sabadell é para emergências e escola de pilotos. Fora da AENA, o Aeroporto de Lleida-Alguaire é o quinto na Catalunha.
Tecnologia da Informação e do Conhecimento na Catalunha
A Catalunha está bem posicionada em todo o ciclo da tecnologia da informação, embora ainda não tenha os equipamentos de outros países avançados. 97% dos jovens possuem telefones celulares e 88% estão conectados à internet. A política do governo inclui projetos de melhoria da infraestrutura de telecomunicações, com a Catalunha na rede aberta.