Transtornos Somatoformes, Dissociativos e Simulação
Classificado em Psicologia e Sociologia
Escrito em em português com um tamanho de 4,03 KB
Transtornos Somatoformes: Manifestação somática de origem psicológica. Pacientes somatizantes atribuem uma causa orgânica aos fenômenos de somatização, desencadeando uma demanda de cuidados médicos (ex: alteração na FC para uma pessoa normal pode ser apenas por uma tensão, já no paciente somatizante é devido a uma patologia cardíaca). Por não terem base orgânica detectável, tornam-se pacientes difíceis e estigmatizados: "piti", "poliqueixoso".
Conduta geral:
- Respeitar os sintomas, que são reais.
- História, exame físico e complementar com cuidado.
- Estabelecer RMP (Relação Médico-Paciente) de confiança.
- NÃO adianta dizer que ele não tem nada.
- Só encaminhar para psicologia ou psiquiatria quando o paciente começar a admitir fundo emocional.
Tratamento:
- Fazer acolhimento.
- Estabelecer vínculo e confiança até que o paciente perceba que tem somatização para então encaminhar para terapia.
- Psicoterapia (individual e em grupo).
- Às vezes, medicar sintomático para sintoma físico, depressão ou ansiedade (evitar: abuso de analgésico, antidepressivos, benzodiazepínicos).
- Pacientes com dor crônica: psicoterapia + programa de controle da dor (evitar: abuso de analgésico, antidepressivo tricíclico ou ISRS - usados em dose baixa).
Transtorno de Somatização: (Obs: sintomas não são explicados por exame físico e laboratorial. Queixas devem estar presentes por > 6 meses) Sintomas múltiplos, recorrentes e mutáveis. Podem ser de qualquer sistema do corpo (geralmente é uma combinação de dores corporais, sintomas gastrointestinais, sensações cutâneas, sintomas sexuais e menstruais). O paciente não faz associação com aspectos psicológicos. A queixa pode piorar com situação de estresse emocional. Descrevem suas queixas de forma dramática, emocional e exagerada. São reais, o paciente sente a dor. História de excessiva procura médica. Crônico, flutuante, se associa a sofrimento psicológico. Muito associado com depressão e ansiedade. Compromete relacionamento interpessoal, familiar e desempenho ocupacional-social. Desenvolve abuso de medicação pelo uso frequente (sedativos e analgésicos).
Transtorno Hipocondríaco: Resulta da interpretação irrealista e errônea acerca de sensações corporais. Sensações normais são interpretadas como anormais e angustiantes. A atenção é focada em apenas 1 ou 2 órgãos. Tem ideia fixa relacionada à doença, supervalorização dos sintomas. Às vezes, é apenas um medo de ser contaminado. Preocupações geram um intenso sofrimento, comprometendo a vida como um todo. Muito associado a depressão e ansiedade.
Transtorno Dissociativo ou Conversivo: Presença de 1 ou mais sintomas neurológicos não explicados por doença neurológica ou sistêmica conhecida. Sintomas mais comuns: paralisias, cegueira, mutismo. Pode ocorrer pseudoconvulsão e desmaio. "Belle-Indifférence": o paciente não fica muito preocupado com o sintoma que apareceu. Associado a fatores psicológicos.
Transtorno Factício (Síndrome de Munchausen): Pacientes simulam, induzem ou agravam doenças para receber atenção médica. Mais frequente em trabalhadores de hospital e área de saúde. Podem infligir lesões dolorosas ou inocular substâncias perniciosas, mesmo colocando sua vida em risco. Motivação: não é evitar obrigação ou obter ganho financeiro, e sim receber cuidados médicos e participar do sistema de saúde. Muito frequente ter um transtorno psiquiátrico subjacente.
Simulação (Não é transtorno): Relacionado com ganhos reais e objetivos (salário, licença médica, atestado, declaração para fins legais). Pode ser por esperteza, necessidade ou algum transtorno.