Traqueostomia: Vantagens e Complicações
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Vantagens da Traqueostomia
- Diminui o espaço morto.
- Diminui a resistência respiratória.
- Diminui o trabalho respiratório.
- Maior eficácia na higienização brônquica.
- Maior autonomia para o paciente.
- Possibilidade de fala.
Desmame e Decanulação
Mesmos princípios de desmame para a extubação orotraqueal. O desmame inclui a passagem da ventilação mecânica para a respiração espontânea e a redução do calibre da cânula de traqueostomia, com possível troca para cânula metálica. Decanulação: retirada da cânula de traqueostomia, permitindo que a respiração volte a ser realizada através das vias aéreas superiores.
Complicações da Intubação Traqueal
- Trauma.
- Lesões labiais, dentárias, nasais e amigdalianas.
- Paralisia da corda vocal.
- Intubação seletiva.
- Extubação não programada.
- Estenose, malácia.
Complicações do Tubo Traqueal
- Estenose traqueal.
- Traqueomalácia.
- Ruptura traqueal.
Infecções
- Sinusite.
- Traqueobronquite.
- Aspiração e microaspiração.
- Pneumonia.
- Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAVM).
Complicações Pulmonares
- Barotrauma: Altas pressões e distensões alveolares.
- Volutrauma: Abertura e fechamento cíclico dos alvéolos.
- Biotrauma: Alterações celulares (barotrauma, volutrauma, toxicidade do O2).
Efeitos Cardiovasculares das Alterações da Pressão Intratorácica
Função cardíaca direita: Durante a inspiração normal, a pressão do átrio direito diminui, sendo diretamente afetada pela pressão intrapleural. A pressão intra-abdominal aumenta com a descida do diafragma. O retorno venoso está diretamente relacionado ao gradiente pressórico entre as veias extratorácicas (veias cavas inferior e superior) e a pressão do átrio direito. O aumento desse gradiente durante a inspiração espontânea aumenta o retorno venoso. Na ventilação com pressão positiva, ocorre o oposto: aumento da pressão do átrio direito e redução do retorno venoso. Pré-carga do ventrículo direito diminui. A resistência vascular pulmonar (RVP), principal determinante da pós-carga do VD, é afetada pelas variações do volume pulmonar. Volumes pulmonares e PEEP elevados aumentam a RVP dos vasos alveolares devido à distensão. Pós-carga do ventrículo direito aumenta.
Função do ventrículo esquerdo: A ventilação artificial tende a diminuir a pré-carga do ventrículo esquerdo, seja pela redução do retorno venoso ou pela diminuição da complacência do VE. A ventilação artificial também tende a diminuir a pós-carga do ventrículo esquerdo, pois a pressão abdominal é menor que a torácica.
Como Minimizar as Complicações da Ventilação Mecânica
- Utilizar a menor pressão possível.
- Utilizar a menor FiO2 possível.
- Utilizar os menores volumes correntes (Vt).
- Utilizar as menores frequências respiratórias (f).
- Minimizar o tempo de ventilação mecânica.
- Minimizar o tempo de desmame.
- Escolher a modalidade ventilatória adequada.
- Utilizar o ventilador adequado.
- Promover a expansão pulmonar.
- Manter as vias aéreas pérvias.
Reabilitação Pulmonar
Indicação: Pacientes com doenças respiratórias crônicas, sob tratamento adequado, que apresentam diminuição da capacidade funcional e redução da qualidade de vida.
Efeitos Negativos da Hiperinsuflação Dinâmica (HD) Durante o Exercício
- Resposta restrita do volume corrente, com taquipneia.
- Sobrecarga dos músculos respiratórios.
- Fraqueza muscular inspiratória funcional.
- "Desacoplamento" neuromuscular do sistema respiratório (força-volume).
- Dispneia.
- Término precoce do exercício.
- Diminuição da eficiência cardíaca.
Mecanismos da HD que Reduzem o Débito Cardíaco (DC)
A HD reduz a pressão pleural média, aumentando a pós-carga do VD e reduzindo seu volume de ejeção. O deslocamento do septo interventricular reduz o volume diastólico final e, consequentemente, o volume de ejeção do VE.
Alterações Microestruturais na DPOC
- Atividade enzimática: Diminuição das enzimas oxidativas e aumento das enzimas glicolíticas.
- Porcentagem de fibras:Diminuição das fibras tipo I, aumento das fibras tipo IIb e manutenção das fibras tipo IIa; Diminuição da relação capilar/fibra.
- Atividade metabólica: Aumento da produção de lactato.
Recomendações do Treinamento Aeróbio de Membros Inferiores (MMII) em Reabilitação Pulmonar (RP)
O treinamento dos músculos da deambulação é um componente essencial da RP em pacientes com DPOC. Tanto o treinamento de MMII de alta quanto o de baixa intensidade proporcionam benefícios clínicos. (Grau de recomendação: 1A)
Benefícios do Treinamento Baseado no Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6)
- Melhora da performance metabólica: redução da acidose láctica, ventilação minuto, frequência respiratória e frequência cardíaca.
- Redução da dispneia.
- Aumento da capacidade de exercício.
- Melhora da qualidade de vida relacionada à saúde.
Evolução do Treinamento em Degrau Único
- Aumentar o número de subidas/descidas por minuto.
- Aumentar o número de séries.
- Aumentar o tempo de cada série.
- Diminuir o período de repouso entre as séries.
- Aumentar a altura do degrau.
- Adicionar pesos nos tornozelos.
Recomendações de Treinamento de Força em RP
O acréscimo de treinamento de força ao programa de reabilitação pulmonar aumenta a força e a massa muscular. O treinamento de membros superiores (MMSS) não sustentados é benéfico em pacientes com DPOC e deve ser incluído. (Grau de recomendação: 1A)
Recomendações para o Treinamento de Força
- 8 a 10 diferentes grupos musculares.
- 60 a 85% de 1-RM (uma repetição máxima).
- 6 a 8 repetições, 2-3 séries.
- 1 minuto de repouso entre as séries, 2-3 minutos de repouso entre os exercícios.
Benefícios da Eletroestimulação Neuromuscular (EENM) em DPOC
- Diminuição da dispneia nas atividades de vida diária (AVD).
- Aumento da força e endurance.
- Aumento da tolerância ao exercício.
- Na UTI: EENM + exercícios ativos levam ao aumento da força muscular e à transferência independente da cama para a cadeira.
- Hipertrofia das fibras do tipo II.