Tratamento Nutricional na Fase Não-Dialítica da Doença Renal

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Na fase não-dialítica, o tratamento nutricional tem como objetivo retardar ou evitar a progressão da doença renal através de medidas nutricionais que promovam o controle adequado da hipertensão arterial sistêmica, da hiperfosfatemia, da acidose metabólica e do consumo proteico 1.

Em relação à restrição proteica, estudos clínicos e de meta-análise têm demonstrado seu benefício, tanto sobre o ritmo de progressão quanto sobre a sintomatologia urêmica 1. Essa manipulação dietética reduz o risco de morte e prolonga o tempo para entrada em diálise quando comparada à dieta não restrita em proteína 1. É importante destacar que, em geral, pessoas com doença renal crônica nessa fase são capazes de ativar mecanismos adaptativos que possibilitam a manutenção do balanço nitrogenado e do estado nutricional mesmo em situações de menor consumo de proteínas, porém em algumas situações, como em casos de anorexia, acidose metabólica, inflamação/infecção e diabetes mal controlado, essa adaptação pode ser prejudicada, sendo necessários ajustes dietéticos 1.

A quantidade, o tipo e o momento no qual a restrição proteica deve ser instituída encontram-se no quadro a seguir, de recomendações diárias de proteína na fase não-dialítica (tratamento conservador)

Taxa de filtração glomerular(mL/min)

>60 Sem restrição (0,8 a 1,0) / Sem restrição (0,8 a 1,0)

25 a 30 / (50 a 60% de proteínas de alto valor biológico)



Diabetes com controle glicêmico inadequado 0,8 (50 a 60% de proteínas de alto valor biológico)

Peso ideal ou desejável ** Proteinúria > 3,5 g/1,73 m²/24 horas

Não existem evidências de benefícios da restrição proteica para pessoas com taxa de filtração glomerular maior do que 60 mL/min, não consumir proteína em excesso, com ingestão de 0,8 a 1,0 g/kg/dia

Em relação ao consumo de potássio, sua restrição deve ser empregada quando houver elevação sérica do eletrólito ou quando já houver perda significativa da função renal, taxa de filtração glomerular < 15 mL/min 1. (geral ingestão de potássio seja inferior a 70 mEq/dia, aproximadamente 3 g/dia 1.)

A restrição do consumo de sódio pode contribuir para o controle da insuficiência renal, especialmente para os indivíduos portadores de hipertensão arterial 1.

A ingestão de cálcio de pessoas com IRC dificilmente é adequada, mas a suplementação

com cálcio raramente é indicada pelo risco de hipercalcemia e calcificação de tecidos moles 1.

Quanto ao consumo de fósforo, sua redução é recomendada para indivíduos com IRC 1. Essa redução acaba sendo consequência do menor consumo proteico 1. As recomendações de ferro e de vitaminas são semelhantes às da população saudável, porém pode ser necessária suplementação de ferro quando há menor consumo proteico nessa fase 1.

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