Tratamento e Prevenção de Feridas: Medidas e Cuidados Adequados

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3.5. Tratamento

O tipo de tratamento para cada ferida é diferente e elas podem ser hemorrágicas, exsudativas ou infectadas.

Nas feridas hemorrágicas são indicados os pensos hemostáticos (absorvíveis ou não absorvíveis), visando controlar as hemorragias persistentes devido à cirurgia e sempre que a hemostase tradicional seja de difícil realização.

No que respeita às feridas exsudativas, a presença de exsudado nestas feridas é resultado do aumento da permeabilidade capilar. Todavia, a quantidade de exsudado não é a mesma ao longo de todo o processo de cicatrização e se apresenta mais elevada na fase inflamatória, o que pode ser interpretado como um indicador de um processo infeccioso. A umidade pode beneficiar as feridas exsudativas, uma vez que as células epiteliais só permanecem viáveis caso esta se mantenha úmida. Por isso, neste tipo de ferida, é necessário manter o controle do fluido da ferida. Assim, pretende-se que o material de penso utilizado tenha a capacidade de absorver rapidamente o fluido excessivo e possua uma grande capacidade de retenção, não permitindo que o exsudado entre em contato com a pele circundante. Os alginatos, as espumas e as hidrofibras parecem ser os mais indicados para este tipo de feridas.

Quanto às feridas infectadas, aquela que contém exsudado purulento, o seu tratamento é feito com antibióticos e injeção com água oxigenada sobre a ferida.

Atendendo a todas estas considerações, conclui-se que a escolha do material de penso mais adequado é complexa, devido à diversidade de propriedades de cada produto e ao fato de o mesmo material ser utilizado em situações distintas. Para minimizar esta dificuldade, aconselha-se a observação atenta das características gerais do utente e a experiência dos profissionais da saúde. Só através da investigação se tornará possível discriminar de forma adequada todas as indicações, contra-indicações, propriedades e modos de utilização dos materiais, de forma a rentabilizar os recursos disponíveis e otimizar os cuidados de enfermagem aos indivíduos portadores de feridas. (Rocha, 2008)

3.6. Prevenção

A prevenção de infecção do sítio cirúrgico começa antes mesmo da realização da cirurgia. São medidas que devem ser realizadas por toda equipe de profissionais da saúde no pré-operatório com a manutenção, desinfecção e esterilização dos equipamentos a serem utilizados, bem como a limpeza adequada da sala cirúrgica. Passa pelo período transoperatório com a manutenção constante de técnicas assépticas chegando ao pós-operatório com a realização correta de curativos, manutenção adequada de drenos, dentre outras medidas.

No pré-operatório, deve-se:

  • Preparar o paciente para a cirurgia verificando seu estado de saúde e doenças como o diabetes, que quando descompensada acaba por dificultar o processo de cicatrização;
  • Antes de fazer a preparação antisséptica da pele, lavar e limpar o local cirúrgico e suas proximidades para remover contaminação grosseira;
  • Realizar antissepsia pré-operatória adequadamente;
  • Antissepsia correta das mãos e braços de toda equipe de cirurgiões e demais auxiliares;
  • Administrar, conforme prescrição médica, antimicrobianos profiláticos quando indicado. O método de escolha deve ser baseado na eficácia contra os patógenos mais comuns para os tipos específicos de cirurgias;

No transoperatório, deve-se:

  • Fazer a manutenção do ambiente limpo e adequado;
  • Evitar circulação de pessoas desnecessárias ao procedimento na sala;
  • Utilizar a paramentação adequada, tais como gorros, luvas estéreis, máscaras e avental;
  • Abrir as bandejas estéreis e demais invólucros tomando cuidado para não contaminar;
  • Controlar correntes de ar na sala cirúrgica;
  • Realizar divisão das salas de cirurgia de acordo com cirurgias limpas, contaminadas, potencialmente contaminadas e infectadas;
  • Evitar cruzar materiais infectados com os limpos e/ou estéreis;
  • Realizar a guarda de materiais estéreis ou limpos em local próprio livre de umidade e com invólucros fechados;
  • Instalar cateteres periféricos bem como centrais obedecendo às técnicas assépticas, dentre outras medidas.

No pós-operatório, deve-se:

  • Proteger com curativo estéril por 24 a 48 horas pós-operatória as incisões cirúrgicas;
  • Lavar as mãos antes e depois de trocar os curativos;
  • Trocar o curativo utilizando técnica asséptica;
  • Realizar observação das características da incisão cirúrgica bem como sintomas como febre, calafrios, vermelhidão local, edema e dor;
  • Educar o paciente cuidadores sobre manutenção da incisão: sinais de infecção além da realização correta do curativo.

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