Trienio Liberal e Década Ominosa: Construção do Estado Liberal na Espanha
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O Trienio Liberal (1820-1823)
Contexto e Início
Em janeiro de 1820, o tenente-coronel Rafael del Riego exigiu em Sevilla o restabelecimento da Constituição de 1812, dando início ao Trienio Liberal. Este levantamento, apoiado na Galícia, forçou Fernando VII a aceitar a Constituição em março de 1820.
Governo Liberal e Reformas
Os governos liberais restabeleceram a legislação das Cortes de Cádiz, incluindo a Constituição, as Cortes, as eleições por sufrágio universal indireto e a Milícia Nacional. Impulsionaram transformações sociais, econômicas e administrativas.
Divisões entre os Liberais
Divergências entre os liberais sobre a necessidade de modificar a Constituição, o poder da Coroa e a soberania nacional levaram à formação de duas correntes: moderados e exaltados. Essa divisão favoreceu os intentos absolutistas de Fernando VII.
A Década Ominosa (1823-1833)
Restauração Absolutista
Em 1823, a Santa Aliança interveio na Espanha com os Cem Mil Filhos de São Luís para restaurar o absolutismo de Fernando VII. A repressão contra os liberais foi intensa, com perseguições e execuções.
Conspirações Liberais
Apesar da perseguição, os liberais continuaram conspirando para restaurar as liberdades, sem sucesso.
Controle e Repressão
Houve depuração no exército e na administração pública, com a população sob controle policial e dos Voluntários Realistas. O Antigo Regime retornou, exceto a Inquisição.
Ultrarrealistas e a Sucessão
Os ultrarrealistas, insatisfeitos com Fernando VII, apoiaram seu irmão Carlos como herdeiro. Em 1829, Fernando VII casou-se com Maria Cristina de Bourbon e teve duas filhas. Antes de sua morte, derogou a Lei Sálica para que Isabel II pudesse governar, gerando um conflito sucessório.
A Construção do Estado Liberal (1808-1833)
Confronto Ideológico
Entre 1808 e 1833, a Espanha viveu um confronto entre absolutismo e liberalismo. A guerra civil, deflagrada pela sucessão de Fernando VII, levou o liberalismo a se tornar o principal apoio de Maria Cristina de Bourbon para garantir o trono a Isabel II.
Princípios do Liberalismo
O liberalismo, expressão da burguesia, defendia a liberdade, a igualdade jurídica, a limitação do poder e a divisão tripartita do poder. Promovia a participação política, a soberania nacional e o império da lei, com a Constituição como lei suprema.
Liberalismo Econômico
Na economia, o liberalismo defendia a propriedade privada, a liberdade econômica, a livre iniciativa e o livre jogo da oferta e da demanda.
Divisões no Liberalismo
O liberalismo se dividiu em duas correntes: o liberalismo doutrinário e o liberalismo democrático, com diferentes visões sobre a participação política.