Turismo Gastronómico e Enológico: Perfis, Impactos e Benefícios

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Turismo, Gastronomia e Vinho: Uma Relação Complexa

O turismo é um agente de mudança e transformação socioeconómica, tecnológica e cultural, indutor de um conjunto de controvérsias que cabe compreender.

Uma dessas controvérsias está patente na relação que se estabelece entre turismo e gastronomia. De facto, se por um lado, a gastronomia é reconhecida enquanto património valorizador da identidade do destino e da experiência turística, por outro, o turismo (através de determinadas tipologias/segmentos/motivações/comportamentos de turistas) pode comprometer a identidade gastronómica, fundamentalmente nas suas dimensões de autenticidade e simbolização, no contexto de processos de mercantilização/turistificação da cultura.

A Relevância da Gastronomia no Turismo Português

Em Portugal (PT), existe o reconhecimento, a nível do planeamento e gestão turísticos (PENT), de que a gastronomia tem grande relevância enquanto produto associado a motivações secundárias e de que propicia o conhecimento da identidade, tradição, valores e raízes.

Perfil do Turista de Gastronomia e Vinho: Motivações

Em relação ao turista gastronómico e ao enoturista, é importante referir que o turista de gastronomia e vinho possui um interesse equilibrado quer pela gastronomia, quer pelo vinho. Assim, nas suas viagens, tenta conciliar os dois interesses, mesmo que em determinada viagem sobressaia mais um do que outro.

Características Demográficas e Comportamentais

Wolf (2006) refere que os turistas de gastronomia e vinho tendem a ser solteiros jovens e maduros, e ainda casais igualmente jovens e maduros, não quantificando o que entende por "jovens" nem por "maduros". Esta apresentação demográfica é extremamente vaga e fornece muito mais interrogações do que informação.

Já a THR (2006) apresenta um perfil muito mais específico, afirmando que os turistas de gastronomia e vinho são:

  • Enoturismo, Vinho, Gastronomia, Turismo Gastronómico, Turismo de Gastronomia e Vinho;
  • Adultos entre os 35 e os 60 anos;
  • Maioritariamente do sexo masculino;
  • Poder de compra elevado, com gasto médio diário entre 150€ e 450€;
  • Nível sociocultural elevado.

Os turistas de gastronomia e vinho planeiam as suas viagens tendo em conta a informação recolhida em clubes de gastronomia e vinho, imprensa especializada, recomendações de amigos e pesquisa na internet.

As suas características de viagem incluem:

  • Compram as suas viagens em agências ou portais especializados;
  • Permanecem no destino entre três a sete dias, principalmente na Primavera e Outono;
  • Tendência a viajar em casal ou grupos reduzidos, selecionando hotéis de qualidade;
  • No destino, realizam atividades relacionadas diretamente com o vinho e a gastronomia, tais como degustações, prova de pratos, aprendizagem associada ao processo de produção e compra de produtos típicos;
  • Realizam ainda outras atividades de caráter mais generalista, como relaxar e desfrutar da paisagem, assistir a espetáculos e visitar museus e exposições.

Benefícios do Desenvolvimento do Turismo Gastronómico e Enológico

O desenvolvimento do turismo relacionado com a gastronomia e o vinho traz múltiplos benefícios, tanto para a comunidade local quanto para os produtores:

Benefícios para a Comunidade Local e Produtores

  • Combate à desertificação;
  • Criação de novos postos de trabalho;
  • Empreendedorismo;
  • Melhoria das infraestruturas;
  • Manutenção de serviços;
  • Preservação da identidade cultural e melhor compreensão de outras realidades;
  • Aumento da autoestima dos residentes.

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