Turismo: Tipos, Variáveis Socioeconómicas e Evolução Histórica

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Turistas vs Excursionistas

Turistas – permanecem pelo menos 24h no país visitados por motivos de lazer;

Excursionista – permanência que não ultrapasse as 24h incluindo tripulação de navios, mas incluindo passageiros em trânsito.

Tipos de turistas

Turista institucionalizado – grupos de turistas organizados, é o turista de pacotes turísticos. Procuram apoio, conforto, segurança.

Turista não institucionalizado:

Explorador – estudou o roteiro, não tem interesse em ficar nos pontos turísticos, tenciona aproveitar e viver a vida de um local.

Andarilho – apaixonado por viajar, na sua trajetória incorpora um espírito aventureiro, tenciona infiltrar-se num meio e ter a sua própria experiência pessoal, viaja sozinho/acompanhado, não tem horários fixos. Procuram aventura, curiosidade;

Variáveis socioeconómicas (classificação dos turistas)

Idade, sexo, educação, classificação ocupacional, salário anual, estrutura familiar, composição do grupo.

Turismo – atividades desenvolvidas pelas pessoas durante as suas viagens e estadias em locais que se situam fora da sua residência habitual por 1 período que não ultrapasse um ano por motivos de lazer, negócios e outros.

Composto por…

Oferta (destino) – capacidade de equipamentos, serviços e facilidades disponíveis para a utilização pelos visitantes + valores de produção (receitas do turismo)

Procura (turistas) – volume do valor dos fluxos turísticos + informação do mercado: pesquisa do mercado analisando as preferências e tendências dos consumidores turísticos.

Nova definição do turismo, sim ou não?

A definição tem o inconveniente de privilegiar o lado da procura e não revelar a oferta, de facto, apenas inclui no turismo as atividades desenvolvidas pelos visitantes com esquecimento de todo o complexo de atividades produtoras dos bens e serviços criados para servir direta ou indiretamente os visitantes e cuja a existência permanece mesmo quando não se efetuam as deslocações. Exemplo: estância termal/ esqui encerra num determinado período do ano levando ao encerramento hoteleiro não pode deixar de ser incluído no turismo.

Esta definição leva à inclusão de certas atividades no conceito de turismo: todas as atividades econômicas, culturais e recreativas que sejam predominantemente destinadas à utilização dos residentes/ pessoas empregadas fora da sua área de habitação.

Em conclusão, a definição de turismo existe, não é adequada, nem aborda a totalidade do turismo. Não no sentido de estabelecer limites inaceitáveis num domínio sujeito a mudanças e transformações constantes, mesmo no sentido da sua compreensão como fenômeno habitação.

Humano com incidências (econômicas, sociais, culturais, ambientais, geográficas, políticas) A história do turismo

Antiguidade clássica

O tempo livre era dedicado à cultura, religião, diversão e ao desporto, realizavam-se visitas nos locais de culto dos deuses (templos), festivais religiosos, exibições desportivas (jogos olímpicos) e deslocações às termas (antigos resorts de luxo). As estradas possibilitaram um meio de expansão comercial e turística.

Idade Média

Retrocesso da atividade turística, isso devido a um crescente número dos conflitos aliado a uma forte recessão econômica. O tempo de lazer passou a ser dedicado à religião (atividade não encorajada pelos eclesiásticos).

Renascimento

Aparecimento da GrandTour = viagem que os ingleses se habituaram a realizar no continente europeu para complemento da sua educação, sobretudo a partir dos finais do séc. XVII.

Revolução Industrial (século XIX)

Deu-se a expansão da atividade com Thomas Cook, este criou a 1ª agência de viagens e Ritz o 1º hotel = Grand Hotel, Paris e Roma.

Início do século XX

A atividade continuou a crescer devido à evolução tecnológica (nos transportes principalmente). Os sindicatos começaram a funcionar o que leva a redução de horas de trabalho semanais e a melhorar a qualidade de vida (devido à disponibilidade financeira).

I guerra mundial

Retrocesso no processo, as viagens de lazer quase que desaparecem.

Pós II guerra mundial

Dá-se o desenvolvimento da aviação comercial, pois existe um avanço tecnológico e a declaração dos direitos humanos deu o direito a férias pagas.

Anos 60

Gestão e distribuição de programas estandardizadas à escala global. A padronização do produto + globalização fez com que esta tendência se tornasse num fenômeno planetário = turismo de massas.

Anos 70 e 80

Os progressos científicos + tecnológicos + programas estandardizados contribuíram para uma difusão dos espaços turísticos à escala mundial. Nesta altura desenvolveu-se o produto 3s (Sun, Sea, Sand) nas áreas costeiras, a falta de oferta diversificada levou à massificação do turismo provocando impactos negativos.

1980 – Declaração de Manila, resultante da OMT, tendo em vista o desenvolvimento do turismo com preocupações culturais.

Anos 90

Introdução do novo conceito – novo turismo.

Como cresceu o turismo?

O turismo, como atividade estruturada e expressão a nível da economia nacional + internacional, iniciou o processo do seu desenvolvimento nos primeiros anos que se seguiram à II guerra mundial, transformando-se rapidamente num dos fenômenos + marcantes do século XX.

Com efeito, a partir dos anos 50 do séc. XX, as viagens em particular, as de caráter internacional, foram-se tornando mais acessíveis a parcelas cada vez maiores da população por ação conjugada de vários fatores, de entre os quais se destacam:

-Progresso econômico – apesar das crises econômicas e financeiras que se foram registrando ao longo de todo o período posterior à guerra, a economia mundial não só evoluiu positivamente como registou uma expansão generalizada que teve como consequência o progressivo aumento do nível de vida alargado a vastas camadas da população. (Boom econômico + poder de compra)

-Progresso técnico e tecnológico – as conquistas científicas e os avanços tecnológicos influenciaram profundamente a vida humana traduzindo-se,

entre outras coisas, na melhoria constante da produtividade e no desenvolvimento das comunicações e dos meios de transporte. A primeira liberta o ser humano dos constrangimentos do trabalho manual e, segunda amplia enormemente a possibilidade de se deslocar para todas as partes do mundo.

-Progresso social – em particular pelo aumento constante dos tempos livres e pela generalização das férias pagas e obtenção de rendimentos e benefícios discricionários que libertem as pessoas da obrigação de poupar para fazer face a encargos futuros (reformas, doenças, educação dos filhos). (+ lazer pq redução das horas de trabalho, produto dos 3’s e declaração de direitos humanos que levou os direitos a férias pagas) (basicamente: + classes médias, acesso a férias pagas e ao lazer, industrialização, aumento do tempo livre, desenvolvimento tecnológico nos transportes e nas infraestruturas de comunicação, desenvolvimento de estruturas de apoio, melhoria das condições sanitárias e de segurança)

‘’Novo Turismo’’

Forças que impulsionaram a mudança:

Novos consumidores, novas tecnologias, necessidade de novas formas de produção, gestão + flexível, possibilidade de mudança de ????

Conceito: o ‘’novo turismo’’ transforma os 4s tradicionais em ‘’sophistication, specialization, segmentation and satisfaction’’ – sofisticação da oferta, especialização dos destinos, segmentação da procura e satisfação dos consumidores)

Elementos estruturais

Consumidores (turistas experientes, mudança de valores estilo de vida demográficos; flexíveis; independentes)

Tecnologia (um sistema de tecnologia de informação difusão rápida; adaptação a toda a atividade, as tecnologias ‘’falam’’ umas com as outras.)

Gestão (gestão automática; gestão de rentabilidade; segmentação do mercado; definição inovadora de preços)

Produção (integração diagonal inovação, flexibilidade de produção dirigida ao consumidor; integração de marketing e desenvolvimento do produto)

Condições estruturais

Desregulamento de companhias aéreas; Pressões ambientais; Proteção do consumidor; Flexibilidade na marcação de férias ao longo do ano; Ações por parte dos destinos reatores de turistas; Desilusão dos países e governos anfitriões dos benefícios e custos do turismo de massas;

Alterações produzidas pela mudança

Preocupação tanto com os residentes como os viajantes; Considerar a cultura e o ambiente do destinos como fatores essenciais das experiências de viagem, geram novas oportunidades; Diversificar os produtos e as formas de animação; Eleger a qualidade e a inovação como fatores competitivos;

Problemas do turismo

Da concentração da procura turística resultam consequências que originam uma série de problemas de difícil solução é que tem de ser tomados em consideração no processo de desenvolvimento turístico.

Concentração no tempo e sazonalidade

A nível de cada destino, a procura concentra-se em poucos meses do ano, durante os quais se verificam fluxos turísticos + altos, conduzindo ao fenômeno da sazonalidade (época baixa - procura, época alta + procura)

As principais causas deste problema:

Condições climatéricas = as pessoas escolhem para viajar nas épocas é bom tempo e as condições climatéricas que satisfaçam as suas motivações;

Regimes e épocas de férias = a distribuição destes destreinam as épocas em que as pessoas viajam (trabalhadores + estudantes)

Condições sociais = a moda + encontro de amigos parentes levam a que se escolham as férias por motivos idênticos nas mesmas épocas do ano.

As principais consequências da sazonalidade:

Subutilização nas épocas baixas, isto obriga a investimentos adicionais;

levantam se problemas relacionados com os investimentos que é necessário realizar em infraestruturas, gestão de serviços públicos e segurança.

Os trabalhadores temporários, realizam trabalhos incertos para o qual, muitas vezes, não possuem a devida qualificação, os trabalhadores fixos são sujeitos a um desgaste e pressão nos períodos de + procura.

Concentração no espaço

A procura turística e fortemente concentrada no espaço, quer nas origens ou dos destinos.

Por sua vez, este tipo de concentração, tem como causa principal a nível de desenvolvimento econômico. É nos países + desenvolvidos economicamente, cujas populações desfrutam de mais elevados níveis de rendimento e de melhores condições de vida, que se originam as maiores correntes turísticas. De igual modo, o desenvolvimento econômico favorece a concentração turística em termos de destinos (países + visitados =+ desenvolvimento).

Esta concentração no espaço leva a que os destinos dependam fortemente de 2/3 mercados.

Outra consequência é a degradação do ambiente e destruição dos recursos naturais.

Concentração em atrativos

Apesar da grande diversidade de motivos da viagem, a procura turística continua a ser fortemente concentrada em atrativos. Mar + montanhas (neve) + Metrópoles = 3M = principais centros culturais. Estes atrativos são os + procurados pelos turistas, sendo para ai que se dirigem os maiores correntes turísticas.

Este problema resulta das motivações dominantes e da desigual repartição dos atrativos (ex.: mar + praias so existem no litoral, desportos de inverno em montanhas com características especificas…)

A concentração em atrativos torna os destinos + dependentes dos mercados e poucas motivações. Embora sejam estes que estão na origem da concentração de atrativos, é, porém, cada vez menor a dependência dos atrativos naturais e dos históricos – monumentais pela construção de novos equipamentos que se transformem em autênticos recursos turísticos.

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