Turnismo e Caciquismo: A Manipulação Política na Restauração

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que formam uma oligarquia no poder, enquanto a massa de pessoas, principalmente rural, analfabeta, apolítica e conformista, permanecia à margem.

Turnismo Político: A Alternância Manipulada

O Turno (ou Turnismo) foi uma fórmula política de vantagem imediata, graças à manipulação eleitoral, que dava a ambos os partidos a possibilidade de alternância no governo pacificamente. Como já havia sido acordado, a falsificação eleitoral era permanente, o que significava não só concordar com a Coroa e a Constituição, mas também com as abordagens socioeconômicas baseadas na produção capitalista e na propriedade privada, e um governo que trabalhava "de cima para baixo".

O sistema era garantido por uma liderança partidária centrada em Madrid, que criava comissões ou círculos nas mãos dos "notáveis". A origem dos homens que estavam engajados na política profissional era bastante variada: juristas de renome, eminentes professores, ricos fazendeiros, empresários, etc. Líderes políticos proeminentes sempre mantiveram relações estreitas com os indivíduos ricos e poderosos que eram a elite econômica da burguesia e da aristocracia do país e eram responsáveis por organizar a máquina eleitoral.

Uma vez que o novo chefe de governo tinha obtido o decreto real de dissolução do Parlamento, convocava novas eleições para as Cortes e compunha uma lista de apoiantes (*encasillado*), definindo os distritos eleitorais onde os candidatos oficiais deveriam ser eleitos, reservando alguns lugares para o partido que estava de saída (turnista). Os candidatos oficiais praticamente ganhavam as eleições antes mesmo de serem realizadas.

Caciquismo: O Controle Local do Voto

Negociações locais para alcançar o sucesso eleitoral eram realizadas pelo Governo com o Governador Civil da Província, que era o instrumento de comunicação entre ele e o Cacique, o verdadeiro manipulador e controlador da votação nas zonas rurais.

Os chefes (Caciques) eram os indivíduos mais poderosos e influentes de cada localidade. Eles costumavam ser os maiores latifundiários, proprietários de fábricas locais, financiadores ou comerciantes que aproveitavam sua posição econômica dominante e próspera para alargar e consolidar seu controle sobre toda a comunidade rural. O Cacique era um remanescente das antigas relações de confiança imponente e pessoal.

Os Caciques eram membros de uma elite local ou regional, caracterizada por três fatores:

  • Suas raízes em um ambiente geográfico concreto.
  • Sua dominância social, econômica e pessoal, muitas vezes única e não partilhada, naquela sociedade fechada.
  • Seu papel de intermediário entre a comunidade e o Estado.

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