Tuta Absoluta: Identificação, Danos e Controle da Praga
Tuta Absoluta
INTRODUÇÃO
A traça do tomateiro, também conhecida como traça-do-tomate, minadora-do-tomateiro ou broca-do-tomateiro (Tuta absoluta), é um pequeno inseto da ordem Lepidoptera, família Gelechiidae.
Esta praga, originária da América Latina, está presente na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Não aparece acima de 1.000 metros de altitude ou em áreas de baixas temperaturas, pois a temperatura é um fator limitante para sua sobrevivência. Foi introduzida na Espanha (Levante) em 2006. Desde então, espalhou-se facilmente, causando danos significativos às plantações de tomate no sul da Espanha. Um ano depois, também apareceu em Marrocos e Argélia. No final de 2008, a praga afetava as culturas de tomate no sul da França, Itália e Tunísia. O serviço de proteção de plantas holandês também detectou a traça em alguns centros de embalagem, em tomates crus importados da Espanha.
A Tuta absoluta afeta principalmente o tomateiro (Solanum lycopersicum), mas também pode atacar a batata, a berinjela (Solanum melongena) e, em menor grau, a pimenta (Capsicum annuum), todas pertencentes à família Solanaceae.
CICLO DE VIDA
Possui alto potencial reprodutivo (pode ter até 12 gerações por ano). Os adultos são noturnos e se escondem na folhagem durante o dia. A fêmea deposita os ovos na parte inferior das folhas, de forma isolada, mas também podem ser encontrados em outras partes da planta. Uma fêmea pode colocar entre 40 a 50 ovos durante sua vida, chegando a 260 ovos em alguns casos.
A vida útil da fêmea é de cerca de duas semanas, e a do macho, uma semana.
A temperatura mínima para atividade é de 9°C.
ASPECTOS
OVO
Os ovos são cilíndricos, de cor branco-creme a amarelada, medem 0,4 mm de comprimento por 0,2 mm de diâmetro e são depositados principalmente na parte inferior das folhas jovens, nas nervuras ou nas bordas do caule. O ovo escurece quando está prestes a eclodir.
Ovo de Tuta absoluta
LARVA
Após a eclosão dos ovos, as larvas se desenvolvem em galerias nas folhas, hastes ou frutos, e saem para empupar, geralmente no solo.
É nesse estágio que a praga causa os maiores danos à cultura, tornando mais difícil o controle com os tratamentos convencionais.
As larvas passam por quatro estágios larvais, variando de 1 mm a 8 mm de comprimento, com cabeça marrom escura, enquanto o corpo muda para um creme esverdeado com manchas rosadas nas costas e uma linha preta atrás da cabeça a partir do segundo estágio larval.
Entre as mudas larvais, as larvas deixam temporariamente as galerias das folhas ou frutos.
Larvas de Tuta absoluta
A fase larval (lagarta) não entra em diapausa, mesmo com a disponibilidade de alimento.
Larvas de Tuta absoluta
PUPA
Após a fase larval, a pupa ocorre no solo, na superfície das folhas ou mesmo nas galerias, dependendo das condições ambientais.
A pupa geralmente é coberta por um casulo de seda branca.
Pupa de Tuta absoluta
ADULTOS
Ambos os sexos dos adultos possuem antenas filiformes e, na cabeça, tórax, palpos e asas, apresentam coloração cinza com manchas pretas nas asas anteriores. As fêmeas têm um tórax marrom e são maiores que os machos.
Medem até 10 mm de tamanho. Inseto adulto de Tuta absoluta
O ciclo completo leva de 29 a 38 dias, dependendo da temperatura, e a praga tem um grande número de gerações por ano (10-12). As baixas temperaturas são um fator limitante para sua sobrevivência.
DANOS ÀS CULTURAS
Ao nascer, as larvas penetram nos frutos, folhas e hastes do tomateiro, alimentando-se deles e criando buracos e galerias. Os frutos podem ser atacados desde a sua formação, levando à podridão e, posteriormente, à ação de patógenos secundários, o que permite uma rápida observação dos sintomas. A larva deixa o fruto para entrar em outro.
Danos ao tomate causados pela Tuta absoluta
Nas folhas, as larvas se alimentam apenas do tecido do mesófilo, deixando a epiderme intacta. As minas são irregulares e, posteriormente, tornam-se necróticas. As galerias no caule afetam o desenvolvimento das plantas atacadas.
Os danos são graves se a detecção precoce não for feita e se não for aplicado um controle racional.
Controle de Pragas
A traça Tuta absoluta pode diminuir a produção de tomate e outras solanáceas entre 50% e 100%, e sua presença também limita a exportação de produtos para diversos países. A gestão da prevenção e o controle adequado da praga são, portanto, cruciais.
A estufa e seus arredores devem estar livres de plantas velhas, frutos e ervas daninhas, para evitar a transferência da praga antes da nova safra.
Evite a entrada de adultos na estufa fechando todas as aberturas de ventilação com tela de insetos. As malhas usadas contra insetos (6 x 9 fios/cm²) são finas o suficiente para deter a Tuta absoluta. Repare todos os furos no plástico. Coloque uma porta dupla na entrada de gases.
O controle químico geralmente falha devido à resistência da Tuta absoluta a um grande número de pesticidas, mas também porque grande parte do seu desenvolvimento ocorre dentro da planta, o que impede que pesticidas comuns a atinjam.
Portanto, recomendamos a mistura InsecSTOP1 como inseticida de contato contra adultos e InsecSTOP2 como tratamento sistêmico para proteger a planta contra as larvas no interior do caule, frutos ou folhas.
DOSE DE TUTA
1ª aplicação:
InsecSTOP1 1,5 L por 1000 L de água + 3 L a 6 L de InsecSTOP2 por 1000 L de água (dependendo do envolvimento da cultura).
2ª e aplicações subsequentes:
Após 7 dias, InsecSTOP1 1,5 L/1000 L + InsecSTOP2 3 L/1000 L.
As aplicações devem ser feitas à NOITE, pois é um inseto noturno. Durante o dia, eles se escondem e o contato com o produto não será tão eficaz.
(Se você sacudir um pé de tomate durante o dia, verá como o inseto se esconde)
Repetir a cada 7 dias até que seja necessário.
O produto é feito a partir de extratos de plantas e não tem segurança a longo prazo.
- InsecSTOP1 age por contato, eliminando a população adulta, atacando seu sistema nervoso (após a aplicação do produto, há uma liberação de acetilcolina, que contrai as fibras musculares e o sistema nervoso do inseto).
- InsecSTOP2 age sistemicamente, sendo absorvido pela raiz e parte aérea. É eficaz em sua fase larval.
O produto é ovicida, então é preciso aguardar a eclosão dos ovos (na Tuta, isso leva de 4 a 5 dias) para que a fase larval comece e seja feita uma segunda aplicação, quebrando o ciclo de vida do inseto.
As aplicações subsequentes serão usadas para o controle de pragas, pois elas colonizam os campos ao redor com facilidade e segurança, apresentando o mesmo problema. InsecSTOP2 é um produto sistêmico e protegerá a planta por 7 dias.
Na fase de controle, também é interessante usar armadilhas de feromônio Pherodiscon Delta (ou outros remédios caseiros), que servirão como um indicador para saber a quantidade de Tuta, a área de propagação e a presença de outras pragas.