Uniões de Facto e Divórcio: Efeitos, Causas e Legislação

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Uniões de Facto e Coabitação

Definição de Uniões de Facto

Podemos definir as uniões de facto (ou uniões estáveis) como a união de duas pessoas que buscam a coabitação e assistência mútua, caracterizada pela estabilidade e visibilidade.

Razões para a Coabitação

As razões para a coabitação incluem:

  • O desejo de preservar a liberdade, sem qualquer obrigação de estarem ligadas ao matrimónio.
  • Razões ideológicas ou conceções pessoais.
  • A incapacidade de quebrar um vínculo matrimonial anterior.
  • Precipitar o fim de um casamento existente, gerando assim um fundamento para o divórcio para o outro cônjuge.
  • Circunstâncias familiares: a oposição dos pais.
  • Medo de prejudicar os direitos dos filhos de um casamento anterior.
  • Situações irregulares de casamento entre imigrantes.

A variedade, permanência e extensão da intensidade da publicidade dessas uniões complicam a legislação para definir os limites e produzir efeitos jurídicos.

Efeitos do Divórcio

Entre os efeitos jurídicos do divórcio, é importante observar que:

  • Os ex-cônjuges que casaram entre si não podem adotar um regime de bens diferente daquele que regia anteriormente.
  • A mulher divorciada não pode casar novamente antes de 10 meses após o divórcio transitar em julgado, a menos que o marido seja a mesma pessoa de quem ela se divorciou. (Nota: Este tem sido um ponto de controvérsia, pois embora estipulado na Lei, na realidade, as pessoas podem solicitar uma renúncia que lhes permite realizar o casamento antes do tempo legalmente necessário.)

Impacto Pessoal e Financeiro do Divórcio

Os efeitos do divórcio podem mudar praticamente todos os aspetos da vida de uma pessoa: o seu nível de vida, felicidade emocional, ativos e passivos, o tempo gasto com crianças e outros membros da família. Alguns dos efeitos do divórcio podem ser positivos, como terminar uma relação abusiva e infeliz. Outros efeitos podem ser prejudiciais para o bem-estar de uma pessoa.

Os efeitos jurídicos vão determinar a divisão do dinheiro, propriedades e dívidas acumuladas durante o casamento. Bens que não são gerados dentro do casamento são geralmente protegidos durante o processo de divórcio. Nesta etapa, também se pode determinar o papel dos pais na vida dos filhos. Decisões sobre o cônjuge e os filhos também estão entre os principais efeitos do divórcio.

Tipos e Causas de Divórcio

A. Por Pedido de Ambos os Cônjuges (Mútuo Consentimento)

Se ambos os cônjuges acreditam que não podem continuar o seu casamento, podem solicitar o divórcio por mútuo consentimento. Pode ser aplicado após um ano do fim da vida em comum. Os cônjuges devem apresentar um acordo que regulamente as relações mútuas e as relativas aos filhos, incluindo a guarda, o regime de alimentos e o sistema de comunicação (visitas).

B. Violação Grave das Obrigações e Deveres Conjugais

Se um dos cônjuges faltar gravemente aos deveres e obrigações impostas pelo casamento e pelos filhos, o outro cônjuge pode pedir o divórcio litigioso ao juiz. Nestes casos, incluem-se:

  • Abuso grave e repetido (físico ou psicológico) contra o casal ou os filhos.
  • Negligência contínua ou repetida do lar.
  • Violação grave e reiterada dos deveres de coabitação, assistência e fidelidade.
  • Comportamento homossexual de um dos cônjuges.
  • Alcoolismo ou toxicodependência que impeça a coexistência, entre outros.

Este tipo de divórcio pode ser pedido imediatamente, pois há uma causa específica.

C. Pedido de um Cônjuge (Fim da Vida em Comum)

Um cônjuge pode pedir o divórcio ao juiz sem o consentimento do outro. Para isso, deve provar que se passaram três anos desde a cessação da convivência do casal. O juiz negará o divórcio se o cônjuge requerente não tiver cumprido, durante o tempo em que deixaram de morar juntos, com os deveres de alimentos para o outro cônjuge ou para os filhos.


Reflexões Adicionais: Definições do Ser Humano

O Ser Humano como Animal Racional

O homem, ao contrário dos animais, tem a racionalidade como uma característica única. Isso permite pensar, avaliar e agir de acordo com certos princípios para satisfazer alguma meta ou finalidade, utilizando os recursos ao seu redor. Este atributo faz com que o comportamento da nossa espécie seja consciente, ao invés de instintivo, de modo que somos capazes de lidar de forma inovadora com problemas que não tenhamos tido antes.

O Ser Humano como Animal Simbólico e Cultural

Somos animais simbólicos, e adaptamo-nos ao ambiente que cria a cultura, agrupados num universo abstrato e simbólico, ao qual damos significados para transmitir relações abstratas, bem como ideias, sentimentos, visões de mundo, e que leva a religiões, ciência, linguagem, etc. Uma das primeiras manifestações na pré-história, além da linguagem, seria o enterro dos mortos, o que implica uma crença na vida após a morte.

Se olharmos para os experimentos com chimpanzés e bonobos, que demonstraram métodos e procedimentos que são passados de uma geração para outra não por genética, mas por aprendizagem, podemos dizer que o homem é um animal cultural. Isso significa que uma pessoa é capaz de inventar, transmitir e internalizar hábitos e comportamentos que não são recebidos geneticamente.

O Ser Humano como Animal Social

O ser humano também tem sido definido como um animal social, porque somos capazes de construir formas comunais de relacionamento com os outros, como a família, uma cidade, etc. Mas os animais também formam grupos (vacas, ovelhas) ou "sociedades" para ir a fontes de água ou realizar migrações para outros climas. Qual é a diferença entre a sociedade humana e a animal? Elas diferem em que a sociedade humana é um grupo de pessoas que cooperam e dependem umas das outras para atingir os objetivos de uma vida. O indivíduo desenvolve uma atividade diferente, de modo a satisfazer as necessidades dos membros. Além disso, as nossas sociedades evoluem e adaptam-se aos tempos, mantendo uma visão de futuro.

O Ser Humano como Animal Moral

Fomos definidos como animais morais porque o Homo Sapiens qualifica ações e comportamentos concretos como bons ou maus. Temos uma consciência moral dentro de nós que traz à tona sentimentos de culpa ou de bem-estar, dependendo de quando sabemos que fizemos bem ou mal. Esta moralidade tem sido transferida para a nossa sociedade através de leis, padrões de vida e preceitos da religião.

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