Urbanismo: História e Conceitos
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Revolução Industrial e Urbanismo
A Revolução Industrial foi um processo histórico e social em que a indústria se tornou o setor dominante da economia, substituindo instrumentos, técnicas e processos de produção. Isso resultou no aumento da produtividade e na geração de riqueza. A economia, antes agrária, artesanal e comercial, passou a ter uma base urbana e industrial, gerando transformações profundas nos modos de vida e no padrão de relações sociais. O sistema de produção artesanal, manual e disperso deu lugar à produção serial, mecânica, concentrada e padronizada.
Urbanismo e as Cidades Industriais
Para atender às novas necessidades urbanas, fruto das transformações da Revolução Industrial, surge no século XIX, na Europa, uma nova ciência: o urbanismo. As cidades passam a ser pensadas de forma projetual e técnica. Exemplos disso são o Plano Cerdá de Barcelona e o Plano Haussmann em Paris.
Críticas ao Urbanismo Moderno
As primeiras reações contra a urbanística moderna surgiram após a Segunda Guerra Mundial, quando a necessidade de reconstruir áreas urbanas destruídas se tornou emergencial. Com isso, houve o abandono do debate teórico em prol da aplicação rápida de princípios antes considerados revolucionários.
O Novo Urbanismo
O Novo Urbanismo, surgido nos Estados Unidos na década de 1980, é um movimento de desenho urbano que defende o projeto de vizinhanças para pedestres com funções mistas de habitação e trabalho. Influenciado por padrões de desenho urbano anteriores à supremacia do automóvel, estabelece princípios como o desenho do bairro tradicional e o desenvolvimento orientado pelo trânsito.
Princípios do Novo Urbanismo
A Carta do Novo Urbanismo aborda temas como preservação histórica, ruas seguras, edifícios verdes, reciclagem e revitalização. Atualmente, as propostas do urbanismo visam potencializar as cidades como criação cultural, estimulando a vida em sociedade e suas possibilidades humanas, sociais e econômicas. Exemplos de propostas incluem:
- Orientação: Otimizar a orientação da grade da cidade e edifícios para minimizar o ganho de calor solar.
- Integração: Integrar todos os aspectos da vida urbana, aproximando trabalho, lazer, recreação e moradia.
- Baixo crescimento, alta densidade: Priorizar edifícios com menos de cinco andares.
- Reino urbano vibrante: Focar nos espaços públicos entre os edifícios, convidando as pessoas a interagir ao ar livre.
- Foco no pedestre: Ruas estreitas e sombreadas, calçadas agradáveis e caminhos que estimulem a caminhada.
- Natureza integrada: Facilitar o acesso a diversos destinos a pé, com suporte de transporte conveniente.
- Alta qualidade de vida: Oferecer a melhor experiência de trabalho e vida com o menor impacto ambiental.
Urbanismo no Brasil
O urbanismo no Brasil pode ser dividido em fases:
- Fase 0: Período colonial (1500 – 1875)
- 1ª fase: Planos de embelezamento (1875 – 1930)
- 2ª fase: Planos de conjunto (1930 – 1965)
- 3ª fase: Planos de desenvolvimento integrado (1965 – 1971)
- 4ª fase: Planos sem mapas (1971 – 1992)
Legislação Urbana Brasileira
A Lei nº 6766/79 foi criada para ordenar o crescimento das cidades brasileiras e proteger os compradores de terrenos urbanos.
O Estatuto da Cidade (Lei Nº 10.257/2001) regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988, estabelecendo diretrizes para a política urbana.