Usos Agrícolas do Espaço Rural: Agricultura e Transformações
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2. Usos Agrícolas do Espaço Rural
Os usos das zonas rurais são predominantemente agrícolas, incluindo agricultura, pecuária e silvicultura.
- A área ocupada por estas atividades em Espanha está dividida entre áreas de cultivo, que tendem a diminuir, pastagens naturais, que são estáveis, e florestas, que têm aumentado. Uma percentagem crescente é ocupada por outras superfícies, devido à introdução de usos não agrícolas em zonas rurais e ao alargamento das áreas naturais protegidas, embora existam diferenças marcantes entre regiões.
- A concentração de cada aplicação para a produção final agrícola (PFA) evoluiu de uma predominância da produção vegetal sobre a animal para um equilíbrio relativo entre 60-65% e 40-35%. Existem variações anuais devido às condições meteorológicas e fortes contrastes entre as comunidades.
2.1. A Atividade Agrícola: A agricultura tradicional baseia-se na policultura, técnicas utilizadas no passado e em sistemas de agricultura extensiva, que causam baixos rendimentos. A produção é orientada para a subsistência ou para a venda de excedentes no mercado interno.
2.1.1. Estrutura Agrícola e suas Transformações Recentes:
a) A agricultura tende a especializar-se nos melhores produtos de cada região.
b) A cultura incorpora técnicas modernas:
1- Sementes são selecionadas e modificadas, usando transgénicos desenvolvidos para lhes proporcionar certas propriedades e aumentar o rendimento.
2- A utilização de pesticidas e fertilizantes também cresceu.
3- O uso de máquinas aumentou desde a década de 1960, atingindo níveis aceitáveis. No entanto, parte do equipamento está a envelhecer e subutilizado, dada a pequena dimensão de muitas explorações agrícolas. Incentiva-se a renovação por máquinas mais eficientes, seguras e ecológicas e de uso coletivo.
4- Várias técnicas são usadas para superar as limitações naturais. Culturas de cobertura com plástico, tiras de palha e estufas, com estruturas fixas de plástico ou vidro, criam um microclima húmido e quente, que possibilita antecipar e multiplicar as colheitas anuais. A técnica de lixar prepara o terreno com uma camada de estrume e areia superior, que é filtrada, mantendo a humidade e retornando lentamente para as plantas, como adubo. A hidroponia, ou cultivo sem solo, segura a raiz das plantas com areia, cascalho ou cinzas, e alimenta-as com soluções salinas inorgânicas. É utilizada principalmente para o cultivo de flores.
c) A agricultura intensiva está a ganhar peso sobre a extensiva, devido à diminuição do pousio, à expansão do sequeiro e à irrigação.
1- O pousio é uma prática agrícola tradicional que consiste em deixar a terra descansar por um período variável. Durante este tempo, ara-se o campo para coletar água da chuva e eliminar plantas daninhas, que servem como adubo para o solo. As áreas de pousio são cultivadas em rotação, permitindo a recuperação da fertilidade do solo. A área de pousio em Espanha diminuiu devido à ampla semeadura em pousio ou em pousio, que consiste em reduzir o período de descanso da primavera com o plantio de uma cultura de ciclo curto, que é colhida antes do verão. Esta prática também contribui para reduzir o uso de fertilizantes e a expansão da irrigação. A distribuição espacial do pousio mostra contrastes entre o seu baixo impacto no norte do país e os altos valores em Castela-La Mancha e Aragão. A principal vantagem do pousio é permitir a recuperação natural da terra, mas tem o problema da redução da produção agrícola nas áreas afetadas.
2- Irrigação: É uma prática agrícola que consiste na adição de água à cultura, complementando a água fornecida pela chuva, a partir de águas superficiais ou subterrâneas. Diferentes sistemas são utilizados, como irrigação por superfície, aspersão ou gotejamento. A irrigação pode ser intensiva ou extensiva.
A irrigação intensiva, ao ar livre ou em estufas, permite várias colheitas anuais, incluindo as extratempranas e tempranas. É dedicada a frutas e vegetais, e a culturas tropicais. A irrigação extensiva, proporciona uma só colheita, no mesmo período que as culturas de sequeiro. É dedicada a estas culturas, embora com rendimentos superiores, e também a forragem e culturas industriais. A área irrigada tem aumentado significativamente ao longo do século XX, graças à implementação de grandes obras estatais, como barragens, canais e transvases. Atualmente, o Plano Nacional de Irrigação tem como objetivo ampliar a área irrigada e criar irrigação social em regiões carentes para evitar o despovoamento. No entanto, o foco está na melhoria da irrigação existente, na manutenção das redes e na utilização de sistemas de irrigação que poupem água, utilizando menos água de dessalinização e da limpeza urbana. A distribuição espacial da irrigação em Espanha mostra claros contrastes entre o seu baixo impacto na península húmida do norte e a sua importância na área de clima mediterrânico, com baixa precipitação e irregular. Dentro destas duas áreas, existem diferenças: “À beira do Mediterrâneo, predomina a irrigação intensiva, que beneficia de condições favoráveis, tanto físicas como humanas.” No interior peninsular, destaca-se a irrigação extensiva, que beneficia da água fornecida pelos principais rios peninsulares, o que permite a mecanização total das suas culturas e a crescente procura por grãos para ração e certos produtos industriais. As vantagens da irrigação, especialmente a intensiva, são numerosas. Na produção, a economia estabilizou após ganhar independência dos ciclos de seca, e aumentaram os rendimentos dos agricultores e do país. No âmbito social, melhoram os padrões de vida e aumentam a procura e oferta de serviços e o bem-estar da população. No âmbito demográfico, ajuda a fixar a população, interrompendo a tendência de emigração de muitas regiões, provocando a migração de pessoas para tarefas agrícolas, a transformação industrial da produção e a manutenção da irrigação. No campo cultural, melhora a formação técnica e profissional, aumentando o número de profissionais graduados e universitários. Os problemas da irrigação podem ser diversos. Entre eles, incluem-se a exploração de águas superficiais e subterrâneas, o desperdício na utilização dos sistemas de água, o conflito pelo uso da água com a procura urbana, industrial e turística, e as perturbações ambientais, relacionadas com o aumento do consumo de fertilizantes e as estruturas de estufas de plástico, que causam uma modificação desagradável da paisagem.