Utilitarismo: Hedonismo e Consequencialismo
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A doutrina que aceita como fundamento da moral a utilidade, ou o princípio da maior felicidade, defende que as ações são corretas na medida em que tendem a promover a felicidade, e incorretas na medida em que tendem a gerar o contrário da felicidade. Por felicidade entendemos o prazer, e a ausência de dor; por infelicidade, a dor, e a privação de prazer. Para dar uma perspetiva clara do padrão moral estabelecido pela teoria é preciso dizer muito mais; em particular, que coisas se incluem nas ideias de dor e prazer; e até que ponto isto é deixado como questão em aberto. Mas estas explicações suplementares não afetam a teoria da vida na qual esta teoria da moralidade se baseia — nomeadamente, que o prazer, e a ausência de dor, são as únicas coisas desejáveis como fins; e que todas as coisas desejáveis (que são tão numerosas no esquema utilitarista como em qualquer outro) são desejáveis ou pelo prazer inerente a si mesmas, ou como meios para a promoção do prazer e a prevenção da dor.
3.1. Enuncie as teses características do utilitarismo presentes no texto.
As teses características do utilitarismo presentes no texto são o consequencialismo e o hedonismo. Todas as atividades humanas têm um objetivo último, isto é, são meios para uma finalidade que é o ponto de convergência de todas. Esse fim é a felicidade ou bem-estar. Mais propriamente, procuramos em todas as atividades a que nos dedicamos viver experiências aprazíveis e evitar experiências dolorosas ou desagradáveis. Esta perspetiva, que identifica a felicidade com o prazer ou o bem-estar tem o nome de hedonismo. Procurar o prazer e evitar a dor eis o lema da vida humana.
A ética utilitarista é consequencialista porque considera nossa obrigação moral básica agir tendo em vista as melhores consequências. E que são boas consequências? Para Mill, a moralidade de uma ação resulta da sua capacidade para produzir o maior bem possível. Por maior bem possível entende Mill a felicidade geral. As ações são moralmente corretas se o seu objetivo for a promoção imparcial da felicidade ou do bem-estar para a maioria das pessoas por elas afetadas. A minha ação é boa ou má, consoante seja útil ou não para o maior número possível de pessoas. A teoria ética de Stuart Mill assume-se claramente como uma teoria consequencialista, na medida em que a moralidade da ação resulta do fim obtido, das consequências produzidas pela nossa ação.