Utopias Renascentistas: Campanella e Morus
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Tommaso Campanella e a Cidade do Sol
Tommaso Campanella nasceu em Stilo, Itália, em 1568. Entrou para a ordem dos Dominicanos ainda jovem, mas logo levantou suspeitas de heresia por seu interesse em doutrinas relacionadas à magia e à astrologia. Ele as relacionava ao anseio natural, entre os renascentistas, por uma renovação social e política. Campanella foi condenado à morte pelo governo espanhol sob a acusação de organizar uma revolta para colocar em prática os princípios que, mais tarde, ficariam famosos por serem características da "Cidade do Sol".
Graças ao fato de se passar por louco, rindo durante as sessões de tortura, ele conseguiu escapar da fogueira e converter sua sentença em 27 anos de prisão. Foi durante esse tempo na prisão que ele escreveu sua principal obra, "A Cidade do Sol", em 1602. Depois de solto, ele ainda foi processado pela Inquisição, buscando refúgio na França, onde foi acolhido pelo rei Luís XIII até sua morte, em 1639.
As ideias de Campanella sobre como seria um lugar perfeito estão apresentadas na descrição da "Cidade do Sol":
- Tal cidade era construída de acordo com uma proposta urbanística, sendo organizada em sete círculos que tinham a finalidade de servir como antenas para captar as energias positivas dos sete planetas;
- O sucesso da cidade devia-se, em grande parte, às teses inovadoras de Campanella sobre o controle da procriação. Convicto de que a espécie humana pode ser melhorada por meio do controle dos acasalamentos, ele defendia uma forte vigilância estatal sobre as atividades sexuais dos cidadãos. Com base na crença de que as conjunções astrais existentes no momento da concepção influem de modo decisivo sobre o temperamento do bebê, até mesmo a hora dos acasalamentos deveria ser determinada por um conselho que governa a cidade;
- Retomando teses já enunciadas por Platão na obra "República", Campanella sustentava que tanto a família como a propriedade privada deveriam ser abolidas na cidade ideal para poder haver um ambiente de vida totalmente comunitária. Somente com tais radicais reformas, que compreenderiam até mesmo a comunhão das mulheres, poderia surgir um novo tipo de ser humano, que superasse o egoísmo e o individualismo.
Thomas Morus e a Ilha de Utopia
Thomas Morus nasceu em Londres, em 1478. Foi condenado à morte por Henrique VIII por se negar a reconhecê-lo como chefe da Igreja. Foi responsável por popularizar o termo Utopia. Na obra, o personagem Hitlodeu viaja à ilha de Utopia na expedição de Américo Vespúcio.
Características da ilha de Utopia:
- Não existiria propriedade privada;
- Igualdade entre todos, com mesma renda e condições de vida;
- Não haveria repartição de tarefas, todos faziam tudo;
- Seis horas de trabalho, com mais tempo dedicado ao lazer;
- Educação e compromisso diferenciados aos sacerdotes e intelectuais;
- Liberdade religiosa;
- Não fixação por dinheiro.