Vantagem Comparativa: O Modelo de David Ricardo

Classificado em Economia

Escrito em em português com um tamanho de 3,09 KB

O que é a Vantagem Comparativa?

Um país possui uma vantagem comparativa na produção de um bem se o custo de oportunidade para produzir esse bem for menor em relação a outros países.

O comércio internacional surge devido a diferenças nas produtividades relativas do trabalho. Os países especializam-se na produção dos bens nos quais possuem vantagem comparativa e, posteriormente, trocam entre si, o que resulta em ganhos comerciais para todos os envolvidos.

Hipóteses do Modelo Ricardiano

  • Existência de apenas um fator de produção: o trabalho.
  • Dois países e dois bens.
  • Concorrência perfeita e retornos constantes de escala.

Para determinar qual país produzirá um determinado bem, é necessário conhecer o seu preço relativo. A economia especializar-se-á na produção de queijo, por exemplo, se o seu preço relativo (Pq/Pv) exceder o seu custo de oportunidade (aLq/aLv).

Os salários relativos dependem dos preços relativos, que, por sua vez, são determinados pela oferta e demanda relativas a nível mundial, já num cenário de comércio internacional.

Vantagem Comparativa vs. Vantagem Absoluta

É crucial distinguir Vantagem Comparativa (VC) de Vantagem Absoluta (VA). Um país possui vantagem absoluta quando consegue produzir uma unidade de um bem utilizando menos trabalho que outro país.

O ponto fundamental do modelo Ricardiano é que os ganhos comerciais dependem da vantagem comparativa, e não da absoluta. O modelo demonstra que o comércio é benéfico mesmo para um país que não possua vantagem absoluta na produção de nenhum bem.

Como se Manifestam os Ganhos Comerciais?

Os ganhos no comércio podem ser demonstrados de duas formas principais:

  1. Método indireto de produção: Em vez de produzir um bem para consumo próprio, um país pode especializar-se noutro bem e comercializá-lo para obter o bem desejado de forma mais eficiente.
  2. Aumento das possibilidades de consumo: O comércio expande a fronteira de possibilidades de consumo de um país, permitindo que consuma mais do que seria capaz de produzir isoladamente.

Distribuição dos Ganhos e Preços Relativos

A forma como os ganhos do comércio são distribuídos internamente depende dos preços relativos dos bens que o país produz. Estes preços, por sua vez, são influenciados pela oferta e demanda relativas mundiais. No entanto, a proposição de que o comércio, como um todo, é benéfico para o país é fundamental no modelo.

Extensões do Modelo

As conclusões do modelo mantêm-se mesmo quando este é estendido para um cenário com múltiplos bens. A principal alteração é que a determinação dos salários relativos passa a focar-se diretamente na demanda relativa por trabalho, em vez da demanda por bens. Além disso, a inclusão de custos de transporte no modelo pode explicar a existência de bens não comercializáveis.

Entradas relacionadas: