A Era Vargas: Governo Provisório, Constituição e Estado Novo
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Governo Provisório (1930-1934)
O Governo Provisório aboliu a Constituição de 1891 e instituiu um regime de emergência. Suas principais ações incluíram:
- Aproximação da Igreja Católica e dos militares em busca de apoio político.
- Centralização e fortalecimento do poder da União em detrimento da autonomia dos estados.
- Dissolução do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas estaduais e das Câmaras Municipais.
Medidas para Salvar o Café
Visto que o café ainda era o principal produto de exportação do país, Getúlio, para garantir o apoio da elite cafeeira, adotou um conjunto de medidas visando recuperar os preços internacionais. Assim, o governo passou a comprar e queimar os excedentes do produto.
Criação do Ministério da Educação e Saúde
Tinha por objetivo formar uma elite mais bem preparada intelectualmente.
Legislação Trabalhista
Regulou o trabalho de mulheres e crianças (8 horas por dia), estabelecendo o descanso semanal remunerado e garantindo o direito a férias e à aposentadoria.
Lei de Sindicalização
Definia os sindicatos como órgãos consultivos e de colaboração com o Poder Público.
Vargas: O "Pai dos Pobres"
Vargas era visto como uma espécie de protetor das classes trabalhadoras. Ele implementou, pela primeira vez na História do país, uma abrangente política de direitos sociais e trabalhistas, atendendo a antigas reivindicações das classes populares brasileiras.
A Constituição de 1934
A Constituição de 1934 apresentava as seguintes características:
- Federalismo.
- Eleições diretas e secretas.
- Voto feminino.
- Representação classista no Congresso.
- Leis sociais (salário mínimo e legalização dos sindicatos).
Apesar dos avanços, ela não tocou na estrutura agrária nem regulou completamente as leis sociais, o que impedia sua aplicação plena.
AIB: Ação Integralista Brasileira (1932)
Movimento de direita, liderado pelo escritor Plínio Salgado, de inspiração fascista. Reunia intelectuais, religiosos, alguns ex-tenentistas e setores das classes médias e da burguesia. Seu lema era: Deus, Pátria e Família.
ANL: Aliança Nacional Libertadora (1935)
Movimento de esquerda, tendo como presidente de honra o líder comunista Luís Carlos Prestes. Embora o Partido Comunista do Brasil (PCB) tivesse grande ascendência sobre a ANL, o movimento reunia grupos populares de variadas tendências: socialistas, liberais, estudantes e ex-tenentistas descontentes com o autoritarismo do governo Vargas.
O Golpe de Estado e o Plano Cohen
Vargas encontrou o pretexto que faltava para dar um golpe de Estado: o Alto Comando do Exército revelou ter descoberto o Plano Cohen, um documento falso (forjado) que detalhava uma suposta conspiração comunista para a tomada do poder. Sem reação popular, iniciava-se uma nova fase do governo getulista: a ditadura.
O Estado Novo (1937-1945)
O Estado Novo foi uma ditadura centralizada em torno da figura de Getúlio Vargas, sem liberdade de expressão. Sua ideologia enfatizava a construção da nação, pautada na ordem, na obediência e na aceitação das desigualdades sociais, sob a tutela do Estado.
Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP)
Para ter o controle dos meios de comunicação e formar uma opinião pública favorável ao governo, foi criado em 1939 o DIP, encarregado de:
- Censurar jornais, revistas, livros, rádio e cinema.
- Elaborar a propaganda oficial do Estado Novo.
Os "Súditos do Eixo" e a Segunda Guerra Mundial
A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial afetou significativamente o cotidiano de famílias italianas, alemãs e japonesas que viviam no país. Chamadas pejorativamente de "Súditos do Eixo", essas pessoas passaram a ser vistas como ameaça à segurança nacional e sofreram variados tipos de perseguição por parte do governo brasileiro.
As transações financeiras dirigidas por italianos, alemães e japoneses só podiam ser realizadas mediante autorização prévia do Banco do Brasil. Ao mesmo tempo, os bens desses estrangeiros foram congelados. A explicação do governo era que, caso o Brasil sofresse algum prejuízo por causa de ataques praticados pelos países do Eixo, tais bens seriam utilizados para o pagamento de indenizações.