Ventilação Mecânica em DPOC e Asma
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Fluxo inspiratório (V) - Velocidade com que o gás é ofertado ao paciente. Sua unidade é: litros por minuto; Pico de fluxo em VM: entre 40 e 60 L/min; Determina a velocidade que o Vc será ofertado e, consequentemente, o tempo inspiratório e a relação I:E para certa FR, além do pico de Pressão nas vias aéreas.
PEEP (pressão expiratória positiva final) - Aplicação de uma Pressão positiva constante ao final da expiração. Fisiológico: 3 a 5 cmH2O.
Efeitos:
- Abertura de pequenas vias aéreas e espaços alveolares colabados;
- Diminuição da resistência das vias aéreas;
- Melhora das trocas gasosas.
Ventilação Mecânica na DPOC e Asma
DPOC - Hipersecreção brônquica (células caliciformes hipertrofiadas);
Principais mecanismos envolvidos:
- Redução da retração elástica pulmonar;
- Colapso precoce das vias aéreas;
- Aumento da resistência das vias aéreas;
- Desvantagem da musculatura respiratória.
Crise aguda da ASMA - Dispneia, sibilos e tosse, levando à:
- Hiperresponsividade brônquica;
- Aumento da resistência das vias aéreas;
- Obstrução ao fluxo aéreo.
Fisiopatologia do auto-PEEP na crise aguda de ASMA e DPOC - Aumento da resistência na via aérea (broncoespasmo, secreção, edema), levando ao aumento da frequência respiratória, que leva à diminuição do tempo expiratório, causando hiperinsuflação ou auto-PEEP, causando desvantagem mecânica da musculatura inspiratória e aumento do trabalho respiratório.
O auto-PEEP pode persistir durante a VM na DPOC e crise asmática
Consequências:
- Repercussão hemodinâmica (diminuição do débito cardíaco);
- Barotrauma;
- Aumento do trabalho respiratório;
- Dificuldade de disparar ciclos assistidos.
Indicações da VM Invasiva na DPOC
- Hipoventilação alveolar (aumento da PaCO2) e acidemia;
- Hipoxemia refratária ao O2 suplementar (menos frequente);
- Insucesso na VMNI;
- PCR iminente;
- Depressão do nível de consciência;
- Agitação psicomotora;
- Obstrução de vias aéreas superiores;
- Hipersecreção com reflexo de tosse comprometido;
- Doenças concomitantes (encefalopatia, hemorragia digestiva, instabilidade hemodinâmica e arritmias cardíacas).
Indicações da VM Invasiva na ASMA
- PCR;
- Esforço respiratório progressivo e sinais de fadiga;
- Alteração grave do estado de consciência (agitação e sonolência);
- Retenção progressiva de CO2;
- Hipoxemia refratária à suplementação de O2.
Objetivos Terapêuticos da VM na DPOC
- Repouso da musculatura respiratória (A/C);
- Minimizar a hiperinsuflação pulmonar;
- Melhorar as trocas gasosas;
- Resolução da causa de base da exacerbação aguda;
- Possibilitar a aspiração de secreções pulmonares;
- Possibilitar o sono;
- Otimizar o tratamento da DPOC.
Objetivos Terapêuticos da VM na Crise Aguda da ASMA
- Diminuir o trabalho respiratório;
- Evitar barotrauma;
- Tratamento medicamentoso (reduz resistência).
Modos ventilatórios em DPOC e Asma - Independente do modo, priorizar repouso da musculatura e minimizar a hiperinsuflação pulmonar dinâmica; a ventilação com pressão controlada (PSV), com monitorização do volume expirado, oferece maior segurança e menor possibilidade de barotrauma e formação de auto-PEEP.
Como o auto-PEEP pode ser detectado na VM
- Monitorização gráfica da curva de fluxo expiratório;
- Oclusão da válvula expiratória antes do início da inspiração.
Como o auto-PEEP é avaliado pela monitorização da curva de fluxo expiratório - Um fluxo expiratório lento, que persiste até o início da próxima inspiração, é um marco da presença de hiperinsuflação dinâmica ou auto-PEEP.
Como ajustar os parâmetros do ventilador para DPOC e ASMA
Objetivos clínicos - Diminuição da hiperinsuflação, reversão do broncoespasmo.
Objetivos da VM (monitorização) - Manter:
- Ppico < 45 cmH2O;
- Ppausa < 30 cmH2O;
- PEEPi < 10 cmH2O;
- Raw < 20 cmH2O.
Estratégias ventilatórias
- Diminuir o tempo inspiratório e aumentar o tempo expiratório;
- VC: 6 a 9 mL/Kg;
- Fluxo: 40 a 80 L/min;
- f < 10 a 12 irpm;
- 7,40 > pH > 7,20;
- Titular a PEEP.
Hipercapnia permissiva - A elevação da PaCO2 para valores acima do normal (até 90 mmHg), com pH acima de 7,20, pode ser tolerada durante a ventilação mecânica na DPOC e ASMA, caso seja necessária para minimizar a hiperinsuflação pulmonar.
Ajustes na asma
- Vt entre 5 a 7 ml/Kg;
- f entre 7 a 11 rpm;
- Reduzir o tempo inspiratório e prolongar o tempo expiratório;
- Volume minuto baixo;
- Sensibilidade máxima;
- Fluxos elevados: > 60 L/min;
- FiO2 o suficiente para manter a SpO2 > 95%;
- Titular a PEEP.