A Visão de Nietzsche sobre Política, Estado e Democracia

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Política, para Nietzsche, pertence ao campo da pura ilusão. Ele argumenta que a política, tal como existia até então, era um campo de batalha onde interesses conflitantes se chocavam, projetando uma imagem prospetiva de algo que prometia alcançar.

A política é considerada viável por Nietzsche quando está focada na reconstrução da cidade, das pessoas, no ideal de uma verdadeira comunidade. Para o filósofo, apenas esta última pode salvar o homem e as pessoas do Estado e da ação do igualitarismo democrático promovido pela modernidade. Para ele, não pode haver verdadeira política focada nas massas, pois considera que apenas o povo (num sentido específico) é essencialmente político. A política deveria ser uma prática que recorre a categorias políticas fundamentais, como a necessidade de organização e liderança, mas integrada num todo.

Nietzsche considerava o Estado como a maior perversão para o homem. Ele disse que o Estado é abstrato, mantendo um comportamento despersonalizado, tratando as pessoas de forma indiscriminada. Por isso, quando o indivíduo está sujeito e dependente dele, perde a sua individualidade, criatividade e liberdade. Além disso, com uma frase lapidar, Nietzsche nos diz que quando o indivíduo se submete ou aceita o Estado, torna-se um servo, caindo numa condição de rebanho. Somente quando o Estado for superado, surgirá o verdadeiro homem (o Übermensch).

Em suma, para Nietzsche, a ideia é que, à medida que o homem amadurece politicamente, a questão será vista apenas através do processo da alta política. No momento em que o Übermensch substituir o 'último homem', então, e só então, o Estado será completamente desnecessário.

Para Nietzsche, a democracia moderna não só destronou finalmente o rei e secularizou a palavra de Deus, mas, eventualmente, substituiu o rebanho religioso por um rebanho político. Mas agora, neste novo rebanho, o homem é tímido e, como tal, sacrifica sua individualidade inata, rendendo-se à mediocridade do número. O igualitarismo democrático tem vindo a transformar o homem em algo subjetivo, inconsistente e banal. Este homem, em vez de alcançar posições mais altas, continua regredindo para a insignificância, no momento em que as pessoas deixam de ser indivíduos para se tornarem massa.

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