Vozes do Nordeste: Ivanildo Vila Nova e Sebastião da Silva

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Ivanildo Vila Nova: O Cantador do Século XX

Nascido em Caruaru (PE), em 13 de outubro de 1945, Ivanildo Vila Nova cresceu acompanhando seu pai, o famoso cantador José Faustino Vila Nova, pelas noitadas de cantorias. Se a vida do repentista naquela época era extremamente espinhosa, para um menino, o sacrifício era ainda maior.

Ao abraçar a Arte do Improviso, Ivanildo não queria apenas ser mais um no cenário da poesia. Era imperioso que o quadro existente fosse modificado para a sobrevivência da Cantoria. Antes de Ivanildo Vila Nova, a Cantoria era amadora, onde o compromisso era apenas com o divertimento, o lúdico, a boemia. Com ele, aconteceu a profissionalização, a elevação do cantador à categoria de artista. Ivanildo Vila Nova é o maior dos repentistas contemporâneos. De formação acadêmica, alia seus conhecimentos à verve nata de nordestino para gerar poesias incomparáveis. Inovador, criou vários tipos de repentes e desafios, hoje já amplamente utilizados nas violas sertanejas.

No ano 2000, foi eleito o Cantador do Século XX, concorrendo com nomes como Cego Aderaldo, Dimas Batista e Pinto do Monteiro, em rigoroso processo de votação conduzido pelos líderes das Associações de Cantadores do Nordeste, os apologistas (incentivadores) da Cantoria e os próprios cantadores. Quem quiser escrever a História do Repente, terá que dividi-la em duas etapas distintas: antes e depois de Ivanildo Vila Nova.

Sebastião da Silva: Poeta e Guardião do Cordel

Poema: "Saudade"

Um abraço se teve em abundância,
como é bom para cantador ou monge,
se quer ver como é ruim, vá para longe,
para ter da saudade a ressonância,
que amor não se nutre com distância,
é difícil se ter a intimidade,
que ausência não vale a metade,
que amor só se faz pelo presente.
Tenha amor, queira bem e viva ausente,
pra saber quanto dói uma saudade.

Expedito Sebastião da Silva nasceu em Juazeiro do Norte-CE, em 20 de janeiro de 1928 (dia de São Sebastião) e viveu toda a sua vida na terra do Padre Cícero, até falecer no dia 8 de agosto de 1997. Além de bom poeta, foi tipógrafo e revisor da gráfica de José Bernardo da Silva, tendo assumido, com a morte deste, a gerência da Tipografia São Francisco, rebatizada nos anos 70 como Literatura de Cordel José Bernardo da Silva e posteriormente como Lira Nordestina, denominação que permanece até hoje.

Obras Destacadas

  • A Bruxa da Meia Noite ou O Reino da Maldição
  • A Marcha dos Cabeludos e Os Usos de Hoje em Dia
  • A Opinião dos Romeiros Sobre a Canonização do Pe. Cícero
  • Adriano e Joaninha
  • As Aventuras de Lulu na Capital de São Paulo
  • As Diabruras de Pedro Malazartes
  • Cacilda e Leôncio
  • Calvário de Uma Mãe (ou O Amor de Albertina)
  • Em Defesa do Pe. Cícero - O Apóstolo do Nordeste
  • Estória de Paulino e Madalena
  • História de São Pedro e o Homem Orgulhoso

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