A dominação filipina e a restauracão da independencia

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tempo das reformas religiosas

No seculo XVI desenvolveu-se, na Europa, urn movimento de cr1tica e de contestacao a alguns dos dogmas da Igreja Catalica„ assim Como a certos comportamentos de elementos do clero. Foi neste ambiente de crise profunda da Igreja de Roma que surgiu a Reforma Protestante, a qual a Igreja CatOlica respondeu corn urn movimento de Contra-Re forma.
Cr se na contesta35a a nwiltra
Nos seculos XV e XVI, a Igreja atravessou uma crise clue abalou a forea e prestigio clue mantinha ha seculos. Entre 1378 e 1417, por razOes de disputas pelo poder politico, foram eleitos dois papas, urn em Roma e outro em Avinhao (Franca). Este period° ficou conhecido por Grande Cisma do Ocidente e enfraqueceu o poder da Igreja CatOka.
0 avanco dos conhcchnentos cientificos e o espirito critic° dos humanistas contribuiram para desenvolver o movimento de contestacao a Igreja, alertando para diversos problemas, tars comp:
- a interferencia da Igreja e dos papas em assuntos politicos; o comportamento de muitos membros do clero, que levavam uma vida imoral, de luxo e corrupcao, que contrastava corn Os princlpios defendidos polo Cristianismo e por algumas ordens religiosas;
- a falta de vocacao de algumas pcssoas quc ocupavam cargos no alto clero.
Ja no seculo seculo XIV, John Wycliff, em Inglaterra, e Joao Huss, na Europa Central, tinham liderado movimcntos de contestacao imoralidade e ao luxo do clero, tendo silo excomungados. Nos finais do seculo XV, Savonarola foi condenado a morte na fogueira, em Italia, por ter criticado o comportamento imoral do Papa Alexandre VI.
Alguns humanistas, atentos a esta situacao, alertaram para a necessidade de reformar a Igreja, tal como fizeram Erasmo de Roterdäo e Thomas Morus.
Em 1517, o Papa Lea° X, para conseguir dinheiro para completar. a Catedral de S. Pedro, no Vaticano, publicou a Bula das Indulgencias. Tratava-se de urn documento assinado pelo Papa no qual, em troca de urn pagamento, era conccdido perdao para os pecados. Esta medida gerou, de imediato, muita contestacao.
Martinho Lutcro, urn monge alma°, afixou na porta da catedral da sua cidadc, Vitembcrga, uma lista corn 95 Teses Contra as Indulgencias, defendendo que cabia a Deus, e nao ao Papa, perdoar os pecados.
Lutero foi cxcomungado, mas queimou em palico o documento em quc o Papa o excomungava. Apenas nao foi condenado fogueira porque conseguiu a pr()teccao dos principes alemaes, que estavam interessados em diminuir o poder do Papa. Lutcro deu inirin nm mnvimpnto ficon conhecido Dor Reforma Protestante.

A REFORMA PROTESTANTE
Após ter sido excomungado, ou seja, expulso da Igreja CatOlica Romana, Lutero criou uma nova Igreja, a Igreja Luterana, cujos principios sao:
- a salvacão obtem-se pela fé, pela crenca em Cristo e na Sua palavra;
-a Unica fonte de fé é a Biblia;
-os Unicos sacramentos aceites são o Baptismo e a Eucaristia;
-recusa a autoridade do Papa;
-não exige o celibato;
-o principe (ou rei) é o chefe da Igreja Luterana.
0 Luteranismo surgiu na Alemanha e deu inicio a um movimento de contestacão e reforma que ficou conhecida por Protestantismo.
Entretanto, em outros paises surgiram outras igrejas protestantes, tais como o Calvinismo, na Suica, e o Anglicanismo, em Inglaterra.
A Igreja Calvinista foi fundada por,Joao Calvino, um humanista que fugiu de França, onde era perseguido por ser protestante,
para Genebra, em 1536. Na Suica pregou os principios do Calvinismo, que sao os mesmos da Igreja Luterana, excepto a sua ideia mais forte - a teoria da predestinação,
Segundo a qual o destino de cada pessoa é marcado por Deus, esta predestinado,não sendo sendo possivel altera-lo.
Na Inglaterra, o rei Henrique VIII fundou, em 1534, o Anglicanismo. A implantacão das ideias protestantes na Inglaterra deveu-sc a um conflito pessoal entre o rei e o Papa. 0 Papa recusou-se a anular o casamento de Henrique VIII com Catarina de Aragao. Desrespeitando a decisao do Papa, o rei casou com Ana Bolena e publicou o Acto de Supremacia (1534). Atraves deste documento, a Igreja inglesa tornou-se independents de Roma, passando o rei a ser chefe da Igreja. Os principios desta Igreja são semelhantes aos do Catolicismo.
A implantacão do Anglicanismo em Inglaterra deu origem a confrontos entre católicos e protestantes, os quais se prolongaram polo século XVII.
Assim, nos fins do seculo XVI, a Europa crista encontrava-se dividida em dois blocos religiosos: os paises do Norte e Centro cram maioritariamente protestantes; os do Sul continuavam catOlicos.

Qual foi a reacção da igreja Católica face ao avanço do Protestantismo?
Face ao avanco do Protestantismo, a Igreja Católica iniciou um movimento que assumiu duas vertentes:
-a Reforma Católica, um movimento de renovacão interna iniciado com o Concilio de Trento (1545-1563) e com a criação de novas ordens religiosas, como a Companhia dc Jesus;
-a Contra-Reforma, um movimento de combate as ideias protestantes e a todas as formas de heresia, o qual teve Como principais meios a Inquisicao e o Index.

A Reforma Católica


0 Papa Paulo III reuniu o Concilio de Trento para analisar as criticas que cram feitas a Igreja Católica e debater os problemas que afectavam a instituicao. De um modo geral, os cardeais e bispos reunidos no concilio optaram por nao fazer grandes mudancas; pelo contrario, foram reafirmados Os dogmas da fé católica, reforçado o culto aos santos e a Virgem Maria e mantidos os sete sacramentos.
Para fazer face as criticas tentaram reformar os costumes do clero e a organizacao da Igreja:
- foram criados seminarios para melhorar a formacão dos membros do clero;
-foi proibida a acumulação de cargos e Os bispos e sacerdotes foram obrigados a residirem nas suas dioceses e parOquias; - foi mantida a exigencia do celibato;
-foi defendida a organizacao de grandes cerimOnias de culto para tentar atrair mais seguidores;
-foram construidas ou renovadas igrejas com decoracOes ricas e faustosas para cativarem os fieis.

Outra medida foi a criação de novas ordens religiosas que se caracterizaram por uma forte disciplina exigida aos seus membros. É disto exemplo a Companhia de Jesus (jesultas), fundada em 1540 por Inacio de Loyola.
Os principals objectivos da Companhia de Jesus eram a pregação e o ensino. Os jesuitas tiveram um papel importante na evangelizacao dos povos indigenas das terras de além-mar, sendo disso exemplo os padres Manuel da Nóbrega e AntOnio Vieira, no Brasil, e S. Francisco Xavier, no Oriente. No campo da instrução, a Companhia de Jesus dirigiu colegios e universidades um pouco por toda a Europa.

Contra-reforma Inquisição(ou Tribunal do Santo oficio liderada pela Igreja Catolica que vigiava o cumprimento dos princ gi5o catOlica, prendia, torturava e pessoas acusadas de seguire ma protestantes, as praticas do J uda outras que consideravam heretii as. condenadas eram geralment c fogueira, em cerim6nias public as das como autos-de-fe.

A Igreja Católica tentou travar o avanco do Protestantismo, desenvolvendo, para tal, um movimento de reforma interna no Concilio de Trento e contando com a Companhia de Jesus para catequizar a populacao. Desenvolveu tambem um movimento de Contra-Reforma, que ficou marcado pela criacao da Inquisicao e do Index.
A Inquisicao ja existia desde o seculo XII para combater e punir as heresias e a bruxaria. No seculo XVI foi restabelecida para travar 0 avanco do
Protestantismo atraves da repressao.
Tratava-se de um tribunal eclesiastico - o Santo Oficio - coordenado por urn grupo de seis cardeais e chefiado pelo Papa.
Tinha por funcao julgar Os acusados de praticas de bruxaria, Judaismo e Protestantismo.
Esta instituicao teve uma forte implantacao nos paises do Sul da Europa, sobretudo na Peninsula Iberica. Nesta regiao, o Protestantismo teve uma fraca implantacao e, talvez por isso, os alvos da Inquisicao foram sobretudo os judeus e os cristaos-novos.
Em Espanha, os judeus foram expulsos pelos Reis CatOlicos em 1492. Em Portugal, D. Manuel I ordenou a sua expulsao em 1496. Os que se convertcram ao Cristianismo (cristaõs-novos) puderam permanecer no pais, contudo, eram controlados e perseguidos pela Inquisicao, que, foi introduzida por D. Joao III, em 1536, e só foi definitivamente extinta em 1821. As razões das denuncias eram
variadas, desde motivos religiosos, ideolOgicos ou intelectuais ate outros de ordem econOmica, politica e familiar, pois, muitas vezes, os acusados eram comerciantes bem-sucedidos.
Outra das funcOes do Tribunal do Santo Oficio era o controlo ideolOgico, através da censura literaria. A cultura foi fortemente controlada atraves do Index e da censura inquisitorial.
A principal instituicao com funcOes de censura foi a Congregacao do index, fundada pelo Papa em 1543. A sua funcao era a criacao de uma lista dos Livros proibidos pela Igreja, por serem considerados perigosos para os catOlicos. Desta lista - o Index - destacam-se as obras de humanistas como Damiao de GOis, de autores protestantes, mas tambem outras, como Os Lusiadas.
A Inquisicao e o Index foram instrumentos de controlo da cultura e de repressao de novas ideias e constituiram alguns dos factores que contribuiram para que a Peninsula Iberica ficasse isolada, durante seculos, da cultura europeia.
Muitos judeus e cristaos-novos, alguns grandes comerciantes, assim como escritores e cientistas, foram perseguidos e fugiram para os paises protestantes afectando, assim, a economia e a cultura de Portugal e Espanha.
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A disputa dos mares E a afirmação do capitalismo comercial

A partir de meados do seculo XVI, a Imperio Portugues do Oriente entrou em crise. ApOs a descoberta da America, por Cristovão Colombo, a Espanha entrou na era colonial, atingindo o apogeu na segunda metade do seculo XVI. Entretanto, Holandeses, Franceses e Ingleses iniciaram-se no comercio das especiarias, fazendo concorrencia aos Portugueses e aos Espanhois.
crise do império Português do Oriente e o apogeu do império espanhol.
Em meados do seculo XVI, Portugal e o seu imperio entraram em crise. Esta situacao deveu-se principairnente aos seguintes factores: •a politica do mare clausum, definida pelo Tratado de Tordesilhas, comecou a ser posta em causa por Holandeses, Franceses e Ingleses, que defendiam o mare liberum e, por isso, apoiavam os ataques de piratas e corsários às embarcacões e aos territOrios portuguescs;
•o monopOlio portugues do comercio das especiarias orientais tambem se foi perdendo por causa da recuperacao das rotas do Levante (mar Vermelho, Constantinopla e Mediterranco oriental) pelos Muculmanos;
•a populacao do reino de Portugal era escassa para povoar as tao vastas, dispersas e longinquas regiões do Imperio Portugues;
•os fracos recursos financeiros de que os nossos reis dispunham e a corrupcdo dos altos funcionarios encarregados do comercio tornaram a administracdo do imperio muito dificil.
Na sequencia destas dificuldadcs, Portugal abandonou algumas terras conquistadas (praças militares e feitorias), sobretudo no reinado de D. Joao III.
Entretanto, os EspanhOis, que haviam iniciado a expansão ultramarina corn as viagens de Cristovão Colombo (finais do seculo XV), descobriram e conquistaram gradualmente a America Central e do Sul (com excepção do Brasil). Fernao de Magalhaes e Sebastião D'Elcano fizeram a primeira viagem de circum-navegacdo (1519-1522) e, com isso, os EspanhOis conseguiram tambem a posse das ilhas Filipinas, no oceano Pacifico, estabelecendo, assim, a rota de Manila.
Atraves destas realizacões, o Imperio Espanhol passou a dispor dos metais preciosos (ouro e prata) da America e das especiarias orientais.
Na segunda metade do seculo XVI, o Imperio Espanhol atingiu o seu apogeu e a Espanha tornou-se a maior potencia colonial e comercial da Europa.

A crise da sucessäo dinastica e a Uniâo ibérica

Apesar da crise econOmica que se vivia em Portugal, o jovem rei D. Sebastiao, motivado por um espirito de cruzada, resolveu organizar uma expedição militar ao Norte de Africa. Esperava, assim, conquistar novas terras aos Mouros, aumentar o Imperio e continuar a difusão da Fé cristã.
Em 1578, o jovem rei desembarcou com o seu exercito em Marrocos mas sofreu uma grande derrota na Batalha de Alcacer Quibir, tendo desaparecido em combate.
Como D. Sebastido era solteiro e não tinha descendentes directos, sucedeu-lhe no trono o seu tio-avO cardeal D. Henrique. Porém, este também não tinha descendentes, nem designou sucessor, pelo que a sua morte, em 1580, gerou uma crise dinástica que teve importantes consequencias politicas.
Surgiram, então, tres candidatos ao trono de Portugal: D. Catarina, duquesa de Braganca, D. Antonio, Prior do Crato, e Filipe rei de Espanha, apresentan o-se como legitimos sucessores de D. Sebastido, por serem netos de rei D. Manuel I. 0 Prior do Crato, apoiado pelas classes populares, ainda foi aclamado rei pelo povo, em algumas cidades. No entanto, o candidato mais poderoso era Filipe II, apoiado pela nobreza e pela burguesia portuguesas. Estas esperavam que este apoio lhes fosse favoravel no acesso a novos cargos, tanto em Portugal como na Espanha, bem como nos negOcios corn as colOnias espanholas...
Sentindo-se apoiado desta forma, Filipe II invadiu Portugal corn um poderoso exercito, derrotou as frageis tropas do Prior do Crato e em 1581, nas Cortes de Tomar, fez-se aclamar rei de Portugal, com o titulo de Filipe I de Portugal.
Consumava-se, assim, a Uniao Dinastica ou Unicio ibérica. Portugal e Espanha passaram a ser governados por um mesmo rei ("monarquia dualista"). Entre 1581 e 1640 Portugal viveu, pois, sob dominio filipino.
Nas Cortes de Tomar, Filipe I de Portugal fez varios juramentos solenes aos Portugueses. Prometeu a autonomia de Portugal, reconhecendo o pais como Estado soberano, com direitos prOprios. Assim, Portugal:
•mantinha a lingua portuguesa como lingua oficial;
•continuava a poder cunhar e usar moeda prOpria;
®mantinha nos altos cargos da justica, da Igreja, da administracao
pUblica e do Imperio Ultramarino funcionarios portuguesas.
Durante o rcinado de Filipe I as promessas feitas nas Cortes de Tomar foram mais ou menos cumpridas e em Portugal ate se verificou alguma prosperidade economical.
Nos cerca de 60 anos que durou a Uniao Iberica o Imperio Espanhol (que englobava o Imperio Portugues) conheceu o seu apogeu, não so em extensão, mas tambem atraves do dominio do ouro e da prata, do açucar e das especiarias orientais.

A ascensão economica e Colonial na Europa do Norte

A exclusividade das descobertas e da navegacao definidas pelos paises ibericos - Portugal e Espanha -, no Tratado de Tordesilhas (1494), cedo comecou a ser contestada pelas novas potencias do Norte da Europa - Holanda, Inglaterra e Franca. Estas defendiam a liberdade de navegacao nos mares (mare liberum) contra a teoria do mare clausum.
Essas novas potencias, alem do seu poderio fnilitar, possuiam uma hurguesia corn grande dinamismo econOmico.
A ascenstio da Holanda e o Hoiandës
Como vimos, a Espanha atingira o seu apogeu comp potencia colonial no Ultimo quartel do seculo XVI. Nos finais deste seculo, porem, entrou em crise. A sua derrota contra os Ingleses na Armada Invencivel (1588), as guerras internas (revoltas cm Portugal e na Catalunha) e o desenvolvimento de novas potencias na Europa Central e do Norte contribuiram para a perda de supremacia da Espanha.
Na primcira metade do seculo XVII uma nova potencia marltima e colonial ganhou importancia na cena europcia e mundial. Essa potencia foi a Holanda, tambem chamada de PaIscs l3aixos ou ProvIncias Unidas.
Os Holandeses, mais cedo do que outros povos, praticaram urn cspirito de tolerancia politica e religiosa e de liberdade econOmica. Assim, atraves do scu dinamismo comcrcial e financeiro, atrairam grandes investimentos estrangeiros, especialmente por parte dos judeus que foram expulsos de Portugal e da Espanha. Alem disso, a par do comercio e das actividades financeiras, os Holandeses destacaram-se nas manufacturas e na pesca.
Aproveitando o envolvimento de Espanha em guerras europeias e o facto de Os Portugueses estarcm submctidos ao dominio filipino, os Holandeses conseguiram conquistar algumas colOnias portuguesas: na Indonesia, no Brasil e em Angola. Iniciaram, assim, o seu imperio colonial. Para a organizacao deste imperio c do comercio ultramarino, os Holandeses fundaram companhias:
• Companhia Holandesa das Indias Orientals (1602), que tra-
tava do comercio corn o Oriente, atraves da rota do Cabo;
• Companhia Holandesa das Indias Ocidentais (1621), que organizava o comercio corn as Americas e corn a Africa Ocidental, concorrendo, assim, corn os Portugueses no comercio de acticar e de escravos.
Outras instituicOes importantes para a ascensao econoruica da Holanda foram o Banco de Trans ferencias de Amesterddo (1605) e a Bolsa Geral de Amesterdilo (1609).
Na primeira meta& do seculo XVII, Amesterdao passou a dominar o comercio internacional, tornando-se o centro da economia mundial.

0 IMPERIO PORTUGUES E A CONCORRENCIA INTERNACIONAL


0 knOria Lnglës e as disputas cern a. Franca
Os Ingleses comecaram a intercssar-se desde cedo pelo comercio colonial. Ainda no seculo XVI, a rainha Isabel I apoiava actos dc Ilia contra navios ibericos. No seculo XVII, a Inglaterra disputava ja a primazia do comercio colonial aos Holandeses.
Em 1600, para organiio corn o Oriente, os Ingleses criaram a Companhia Inglesa das Indias Orientais. Fundaram leitorias e conquistaram importantcs cidades, como Bornbairn (cedida por Portugal), Calcuta c Madastra.
Na America do Norte ocuparam todo o litoral entre o Canada e a Florida e conquistaram, aos EspanhOis, algumas ilhas das Caraibas.
Em 1651, uma Ici promulgada por Oliver Cromwell - o Acto de Navegac,ilo - estaria na base do desenvolvimento de Inglaterra como potencia naval e colonial. Esta lei estabelecia que os produtos das colOnias inglesas so podiam ser transportados por embarcacOes inglesas, enquanto que as embarcacOes estrangciras so podiam levar para a Inglaterra produtos das colOnias desses paises.
0 Acto de Navegacdo contribuiu para a formacdo da poderosa frota maritima inglesa, combatendo a he“emonia holandesa.
Na segunda metade do seculo XVII, a Inglaterra tornou-se a "rainha dos mares" e a potencia colonial preponderante a nivel mundial. Londres substituiu Amcsterddo como novo centro da economia mundial.
Tambem a Franca entrou na disputa por territOrios colonials. Na segunda metade do seculo XVII, o rei Luis XIV e o seu ministro Jean-Baptiste Colbert reforcaram a economia francesa atraves da adopcdo de mcdidas mercantilistas. Em meados do seculo XVIII, Inglaterra e Franca concorriam na America do Norte e na India pela posse de cidades c territOrios estrategicos. Esta disputa deu origem a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), na qual a Inglaterra dcrrotou a Franca (Tratado de Paris, 1763). Corn esta vitOria a Inglaterra apropriou-se de alguns territOrios colonials franceses e reafirmou a sua posicáo como primeira potencia mundial.
0 capitafismo coniercia
0 desenvolvimento dos imperios colonials deu origem a revolucáo comercial. Esta, por sua vez, proporcionou urna forte acumulacao de capitais, que passaram a ser geridos pelas companhias de comercio, pelas bancos e pela Bolsa.
Este sistema econOmico, que teve grande desenvolvimento na Made Moderna, designou-se por capitalismo comercial.

A prosparldiada dos traficos Atlanticos portugueses E a Resteuração

A crise do Imperio Portugues do Oriente motivou o rei D. Joao III a iniciar a exploracao econOmica do Brasil. Assim„ desde o inicio da segunda metade do seculo XVII, e ate mesmo durante o dominio filipino, verificou-se em Portugal alguma prosperidade devido ao comercio atlantic°, especialmente a exploracao do acticar brasileiro.
Aliada a crise do imperio Espanbol, a prosperidade dos traficos atlanticos contribuiu tambem para o movimento que levou a restauracao da independencia de Portugal.
A econorma elcucarelna o trance
A decadencia do comercio corn o Oriente provocou uma altcracao da politica ultramarina do Estado portugu'es: a viragem do indico para o Atlantic°.
0 Brasil e as colOnias portuguesas da Africa passaram a ser mais exploradas, assistindo-se mesmo a uma prosperidade dos traficos atlanticos.
A partir de meados do seculo XVI, e na primeira metade do seculo XVII, a producao e a cxportacao do acticar do Brasil passaram a ser as actividades mais importantes do Reino. A principal fonte de riqueza n.acional passou, de facto, a scr o acUcar e nao as especiarias do Oriente. A cana-de-acticar era produzida em grandes plantacOes c transformada em acticar nos engcnhos.
A principio, a mao-dc-obra utilizada nas plantacOes e nos engenhos era constituida por indios (amerindios) escravizados. Mas, cedo se verificou que a mao-de-obra negra africana era mais forte e eficaz para esses trabalhos.
A economia acucareira passou, assim, a ter por base o trabalho de escravos africanos, o que originou urn forte e lucrative trafico de escravos entre a costa ocidental africana e o Brasil. Este trafico fazia-se em condicOes degradantes e dcsumanas.
A prosperidadc dos traficos atlanticos consolidou-sc nos seculos XVII e XVIII, dando origcm ao chamado comercio triangular entre Portugal, Africa e Brasil.
Para alem do acaicar, outran producCies foram dcsenvolvidas n.o Brasil nesses seculos, tail como o algoddo e o tabaco. Foram tambem exploradas madeiras como o pau-brasil. Nos finais do seculo XVII Os bandcirantes iniciaram a exploracao do ouro, que viria a ser a principal riqueza do Brasil (e de Portugal) no seculo XVIII.

A Dominação Filipina e a restauracão da independencia

Como vimos, durante o reinado do Filipe I (11 de Espanha), Portugal vivcu urn period() de alguma prosperidade econOmica. Nos reinados de Filipe II e III (III e IV de Espanha) a crise que afectou Espanha fez-se sentir em Portugal, levando a urn crescents descon.- tentamento da populacao portuguesa.
Esse descontentamento aumentou devido aos seguintes factores:
•as tropas e as embareacOes portuguesas foram envolvidas nas gucrras europeias da Espanha (contra a Holanda, a Franca e a In.glaterra);
•foram criados novos impostos para custear cssas guerras;
•aquelas potencias europeias, nomeadamente a Holanda e a Franca, conquistaram e ocuparam alguns territories coloniais portugueses, especialmente no Brasil e em Angola.
Por outro lado, o dechnio do Imperio Espanhol teve reflexos negativos cm Portugal, nao so na economia, mas tambern na sociedade: declinio da burguesia e enfraquecimento da nobreza.
A partir de Filipe III (IV de Espanha) sucederam-se em Portugal alguns motins e revoltas populares contra o dominio filipinol.
A situacao politica e internacional em que a Espanha estava envolvida (Guerra dos Trinta Anos, corn a Franca - 1618-1648) e Os problemas internos (reivindicaciies de indepen&ncia na Catalunha) favoreceram e animaram alguns nobres portugueses a revoltarem-sc contra o dominio filipino.
Assim, alguns nobres portugueses organizaram uma revolta e, cm 1 de Dezembro de 1640, em Lisboa, aclamaram D. Joao, duque de Braganca, rei de Portugal, corn o thulo de D. Jodo IV, dando-se inicio a dinastia de Braganca.
A revolta de 1640 pOs fim a 60 anos de dominio espanhol e
significou a restauracdo da independencia de Portugal.

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