Classificação em Psicopatologia: Mitos, Tipos e Desafios

Classificado em Filosofia e Ética

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Classificação e Comportamento Humano

Controvérsia:

  • É eticamente correto e vantajoso classificar o comportamento humano?
  • O que podemos considerar normal e não normal?
  • Determinados comportamentos e emoções são apenas característicos de uma determinada perturbação?

Classificação e Função

  • Comunicação: a formulação de um diagnóstico permite uma comunicação mais clara entre profissionais. Ao resumir as principais componentes de uma perturbação, o diagnóstico permite uma compreensão conjunta.
  • Conexão com outros diagnósticos: a forma como as diferentes categorias de diagnóstico estão organizadas permite obter uma maior compreensão em termos da sua relação e contexto etiológico.
  • Mais informação: um diagnóstico válido permite-nos gerar hipóteses acerca do caso e a sua evolução, permitindo-nos aceder a vários tipos de informação: o perfil clínico, história do desenvolvimento, história familiar e possível resposta ao tratamento.

Mitos Relacionados com o Diagnóstico

  • É um mito – há autores a defender que o termo doença mental é falso e muitas vezes mal utilizado em termos políticos e sociais – mito é a ideia de que o que está descrito é um mito; achar que o diagnóstico nos vai moldar a personalidade
  • É uma classificação redutora – segundo os críticos, ao fazermos um diagnóstico estamos a privar uma pessoa da sua identidade pessoal. Contudo, o diagnóstico apenas pressupõe a partilha de determinadas características nucleares, havendo igualmente muitas diferenças em termos de outras características como a raça, cultura, traços de personalidade e capacidades cognitivas.
  • É pouco fiável e inválido – apesar de os sistemas de classificação apresentarem muitas limitações, são vários os quadros clínicos que apresentam uma boa validade e fiabilidade (intra-avaliadores).
  • Estigmatiza e resulta em profecias auto-realizáveis – os dois movimentos estão presentes. Um diagnóstico bem feito pode trazer mais aspetos positivos do que negativos.

Classificação Categorial

  • Assume que um determinado diagnóstico tem uma causa patofisiológica, psicológica ou cultural.
  • A causa é habitualmente clara e, pelo menos, um conjunto de sintomas é exclusivo da perturbação.
  • Por cada perturbação é apenas necessário um conjunto de sintomas específicos para determinar a dificuldade em causa.
  • Os fatores psicológicos e sociais interagem com os biológicos na formação de uma dificuldade psicológica. Por esta razão, não foi adotado um modelo categorial clássico.

Classificação Dimensional

  • Neste tipo de classificação são consideradas diferentes cognições, emoções e comportamentos que devem ser quantificados numa escala de 0-10 de severidade.
  • O objetivo é obter-se um perfil de funcionamento emocional.
  • Este é um sistema que tem provocado algum descontentamento na área da psicopatologia. Investigadores e clínicos não chegaram ainda a acordo sobre quantas dimensões são necessárias para uma classificação satisfatória.

Dimensão Prototípica

  • É uma abordagem que combina ambas as dimensões anteriores.
  • Este é um sistema que identifica determinadas características de uma entidade de forma que possa ser classificada, mas permite igualmente a presença de algumas variações consideradas menos essenciais que não alteram a classificação inicial.
  • Este é um sistema que apresenta limitações, uma vez que as diferentes categorias tendem para a comorbidade e alguns dos sintomas tendem a pertencer a mais do que uma perturbação.
  • Diferentes autores defendem que este é o sistema que melhor se adequa ao estado atual do estudo da psicopatologia, havendo igualmente facilidade no seu uso.

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