Documentários Portugueses: Retratos e Reflexões

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Branco Sai Preto Fica

Aqui vemos dois homens que tiveram as vidas marcadas após um tiroteio em um baile de black music. Além de retratar o dia a dia destes dois homens, um paraplégico e outro com uma perna amputada, o longa investe em uma história ficcional fantasiosa para preencher a narrativa documental. Mesmo contando com um discurso político forte, o filme também utiliza-se de sutilezas para retratar o sentimento de quem vive às margens da capital federal.

Rua de mao dupla

Pessoas que não se conheciam, trocaram de casas simultaneamente pelo período de 24 horas. Cada uma levou consigo uma câmera de vídeo. É um projeto que trata essencialmente da realidade do indivíduo urbano que vive só. Através de uma câmera de vídeo os participantes inserem sua personalidade na personalidade de um outro ausente.

Falamos de António Campos

Um retrato de António Campos, um dos mais singulares realizadores portugueses pelo modo como filmou o país nas décadas de 60 e 70. Usando excertos dos seus filmes, e revelando em conversas o seu cinema e a importância que este tem.

Ama-San

Este documentário de Cláudia Varejão acompanha o dia-a-dia de três mulheres que partilham mergulhos há várias décadas, na península de Shima. Tradicionalmente, as Ama recolhiam pérolas, algo que já não acontece nos dias que correm por se focarem na captura de abalones, búzios, ouriços e algas para venda. Ama-San é um retrato cru de uma tradição que perdura como símbolo feminista e que emancipa a mulher oriental.

Arraianos

Interpretado por moradores de uma pequena aldeia localizada na fronteira da Espanha com Portugal, os arraianos, o filme alterna momentos de ficção e realidade. O documentário dá voz a esses homens e mulheres do campo, que convivem com as dificuldades do mundo rural.

Metal e Melancolia

No início dos anos 90, muitos profissionais da classe média do Peru usavam os seus carros particulares para fazer biscates como taxistas. Metal e melancolia é um filme onde perpassam, sobretudo, a tristeza e a amargura que a difícil situação social e económica do Peru causam nas pessoas.

Para Siempre

Um filme sobre o poder e a vitalidade da arte e um lugar onde o amor e a morte andam de mãos dadas e a beleza perdura. Em Para Sempre podemos observar a beleza misteriosa, tranquila e reconfortante do cemitério de Père-Lachaise, em Paris, através do olhar dos seus visitantes.

Santiago

Dirigido por João Moreira Salles, é um exercício de problematização de gênero. O diretor começou a filmá-lo em 1992, ao perceber a singularidade da personagem que intitula a obra, um mordomo da casa em que Salles passou a infância, solitário, e com o encantador hábito de redigir textos a respeito da história da nobreza de povos do mundo todo. O documentarista abandona o projeto iniciado na década de 90 e retoma ao material apenas 13 anos depois. Neste ponto, resolve traçar um exercício reflexivo a respeito daquilo que havia filmado.

The Act of Killing

Em 1965, o governo da Indonésia foi derrubado por militares que, ao assumirem o poder, passaram a assassinar os opositores acusados de comunistas. Neste documentário, os executores falam e recriam suas ações. O filme brinca com toda a história da tradição documental, do que é real e o que é ficção, quando joga para nós a dúvida sem resposta se aquilo que estamos vendo são homens arrependidos de seus atos ou apenas que conhecem as artimanhas do cinema e querem representar o arrependimento.

Ruínas

As "personagens" são uma série de edifícios e estruturas deixadas ao abandono em diversos pontos do país. É um filme contemplativo, habitado por memórias fragmentadas de um passado recente, que parecem prestes a desvanecer-se, conjuntamente com as ruínas que vemos ao longo dos 60 minutos do filme. Em lugar de fornecer uma contextualização, do motivo que levou ao aparecimento e o que tornou obsoleto todos estes espaços, Mozos opta por uma associação livre das suas imagens com relatos vários.

Elena

A cineasta Petra Costa tem o "prazer" e a "dor" de recontar a curta história da irmã, uma jovem que parte para Nova York aos 20 anos com a vontade de ser atriz de cinema, mas que acaba morrendo de uma maneira trágica. Para tratar de um assunto delicado, a perda, a diretora fez dezenas de entrevistas com familiares e amigos e analisou mais de 50 horas de vídeos caseiros acumulados desde os anos 1980. O documentário trata de questões como o feminino, o luto, a família e muito do que permeia a vida

Terra de Ninguém

O documentário português dá-nos a conhecer Paulo de Figueiredo, um mercenário Português, que nos conta a história da sua vida. “Paulo oferece retratos sublimados das crueldades e paradoxos do poder assim como das revoluções que o depuseram, apenas para erguer novas burocracias, novas crueldades e paradoxos. O seu trabalho como mercenário encontra-se na franja destes dois mundos.”

Treblinka

Dentro de um trem que percorre os países da antiga União Soviética, uma voz feminina e uma voz masculina leem as memórias de um sobrevivente da Segunda Guerra Mundial, que foi obrigado a trabalhar no campo de concentração de Treblinkla e colaborar com a morte de dezenas de milhares de judeus. Ao invés de fazer uma reconstituição dramática e referencial, o cineasta prefere adotar um registro entre ficção e documentário, com dois atores – um homem e uma mulher – interpretando os mesmos relatos.

48

Partindo de um núcleo de fotografias de cadastro de prisioneiros políticos da ditadura portuguesa, procura mostrar os mecanismos através dos quais um sistema autoritário se tentou auto-perpetuar durante 48 anos. Mostrando os rostos das vítimas da PIDE, pretende-se que o espectador observe cada imagem ouvindo, em voz off, o depoimento vivo da pessoa em questão, usando as pausas e os silêncios como meio de reflexão. O filme "procura operar na zona entre o que a fotografia mostra e o que ela não revela”

Behemoth

Neste trabalho de Zhao Liang somos levados até aos confins da China contemporânea, onde as montanhas estão a ser destruídas para a produção de aço. “Behemoth” é um filme “ poético e aterrador”, parecendo entrar por vezes no universo da ficção científica, constituindo “uma espécie de distopia com os seus zombies e cidades desertas”.

----A diferença entre os documentários dos anos 90 e os de 2000 é que o pessoal dos anos 90 viveu a mudança de regime do 25 de abril, enquanto que os documentaristas mais jovens não viveram esse acontecimento, portanto a visão que tem do passado país é nostálgica e desprendida. O foco dos documentários de 2000 o foco é mais antropológico assim como a caracterização do país. Multiplicam-se os trabalhos sobre escritores ou artistas portugueses sobre a vida do interior do país que se observam mais quanto paisagens não comentadas do que um comentário político.

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