Epidemiologia da Saúde Bucal: Desafios e Estratégias

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Fase de transição epidemiológica:

Diminuição das doenças infectocontagiosas; Aumento das crônico-degenerativas, cardiovasculares e por causas externas;Quadro característico de países com grandes desigualdades sociais e alta concentração de renda.

A saúde bucal reflete esta situação epidemiológica, sendo agravada

: Um sistema de prestação de serviços deficiente/Uma prática odontológica iatrogênica mutiladora/Crescente perda dos dentes/Atuação pouco expressiva da epidemiologia: carência de estudos de base local/regional/nacional; Apenas em 1986 foi realizado o 1º estudo de base nacional. Há estudos dos fatores que determinam a frequência e distribuição das doenças em populações humanas (OMS, 1973) que propõe medidas específicas de prevenção/controle/erradicação de doenças e fornece indicadores para o planejamento, gerenciamento e avaliação dos serviços de saúde. Lida não só com a incapacidade, doença ou morte, mas também com indicadores positivos de saúde e com maneiras de promovê-la.

Na saúde bucal:

- Inicia-se na década de 30 (caráter científico)/Índice CPOD (Cariado, Perdido e Obturado)/Teores de F- água X fluorose dentária/FLUOROSE: 1º problema de SB controlado coletivamente por meio de medidas sanitárias.

Quais os principais problemas de saúde bucal? -

Cárie dentária -Doença Periodontal/Câncer Bucal/ Problemas oclusais, fluorose, etc.

Quais as informações importantes para organização/planejamento de um serviço de saúde bucal?

- Quais as doenças bucais mais prevalentes? Qual seria a prevalência de cárie? Existem programas coletivos preventivos?Como as doenças se distribuem na população?A água de abastecimento público é fluoretada?É realizado algum controle de qualidade? àLembrar sempre que o RECURSO FINANCEIRO E ESTRUTURAL É LIMITADO.Como planejar?Como organizar?O que devo priorizar?

ESTUDOS (bases científicas):

Manuais elaborados por centros de pesquisa ou Ministério da Saúde ou Secretarias Estaduais;

Finalidade:

possibilitar comparações/parâmetros com nacionais e internacionais e acompanhamentos longitudinal das intervenções.

PREVALÊNCIA:

número de casos da doença/população em um determinado local e período de tempo. Por exemplo: de um total de 286 jovens de 18 anos, em 1999, 246 apresentaram sangramento gengival em pelo menos 1 sextante, portanto, 246/286=0,86 ou 86%.

INCIDÊNCIA:

número de casos novos durante um período de tempo/população sob risco de adoecer no começo do período. Por exemplo: de um total de 123 indivíduos, 21 desenvolveram candidíase oral durante 3 anos, então, 21 indivíduos/123=0,17 ou 17%.

Índice ceod:

mede a experiência de cárie da dentição DECÍDUA. C = cariado; E = extraído devido à cárie; O = obturado e D = unidade de medida é o dente; Variação de dentes = 0 a 20. Índice CPOD e CPOS: medem a experiência de cárie da dentição PERMANENTE.

Variação de dente: 0 a 32;

Variação de superfície: 0 a 160 (32 x 5 superfícies).

Critérios de avaliação (OMS):

Cariados Restaurados com cárie = componente “C” do CPOD/cedo|Perdidos devido à cárie = componente “P” do CPOD ou “e”do cedo|Obturados = componente “O” do CPOD/ceod.

Índice CPOD:

Indivíduo:Número de dentes cariados, perdidos e obturados|Dado de prevalência|Exemplo 1: Renato de 12 anos, possui 2 dentes permanentes cariados. CPOD: 2+0+0+2|Exemplo 2: Sofia de 12 anos, possui 2 dentes permanentes cariados + 1 dente perdido por cárie + 4 dentes obturados + 21 dentes hígidos. CPOD: 2+1+4= 7 Média CPOD:Grupo (n=2): Renato + Sofia|Média = 2 +7/2= 4,5.

Prevalência de cárie:

Grupo (n=2): Renato + Sofia|Prevalência = 100%.

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO MS - BRASIL, 1986;

Limitado à zona urbana|Um dos maiores índices de cárie em todo o mundo|Somente 40% dos indivíduos aos 18 anos apresentavam todos os dentes|72% dos indivíduos entre 50-59 anos já haviam extraído todos os dentes em pelo menos uma das arcadas.

Distribuição dos componentes do CPOD aos 12 anos de acordo com a faixa de renda (Brasil, 1986):

Renda + baixa = 20% dentes obturados;Renda + elevada = 55% de obturados.

Cárie dentária (Brasil, 2010):

35-44 anos: CPOD = 16,75 e 28% não possuem nenhum dente funcional (desdentados)|65-74 anos: CPOD = 27,5 e 75% de desdentados.

PERDAS PRECOCES E PROGRESSIVAS| IMPORTANTE:

somente o tratamento restaurador não garante o controle da doença, sendo necessário intervir nos determinantes para evitar novas lesões e recidivas nas restaurações.|Abordagem coletiva: Ações de vigilância sobre riscos e necessidades em SB|Ações de promoção de saúde|Ações educativas e preventivas|Universalização do acesso à escova e dentifrício fluoretado.

Abordagem individual:

Diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção.

Fluorose Dentária:

Distúrbio induzido pelo íon flúor durante o período de mineralização do esmalte;Provoca um aumento na porosidade do esmalte, afetando a translucidez;Resultado da ingestão crônica de flúor;Bilateral e afeta dentes homólogos.

Aspectos clínicos da Fluorose Dentária:

As manifestações clínicas da fluorose dentária vão desde finas linhas brancas que acompanham as linhas incrementais de desenvolvimento do esmalte, até a perda quase total de sua superfície, provocando uma alteração da forma geral do dente.

Fatores de risco para a fluorose:

Teores de F- na água acima do recomendado:Limite máximo de ingestão de F- para que a fluorose não comprometa a estética = 0,05 a 0,07 mg F/dia/Kg de peso corporal;Uso concomitante de 2 ou + formas de F- sistêmico;Ingestão crônica de dentifrício fluoretado na fase de mineralização do esmalte dental (I.S. = 20-36 meses) Ausência de heterocontrole de fluoretação;

Fatores que podem influenciar a severidade da fluorose:

Temperatura/Jejum (quantidade de alimento no estômago)/Baixo peso corporal e desnutrição/Problemas renais crônicos e distúrbios metabólicos/ Exposição múltipla à fluoretos.

Fluorose Dentária 2010-

PREVALÊNCIA: 17,7% aos 12 anos Região Sudeste (19,1%) e Sul (14,8%) apresentaram prevalências mais elevadas:Considera-se como aceitáveis níveis entre 15-25% de fluorose nas suas formas mais leves (graus muito leve/leve) em populações com acesso à água fluoretada,

Doença Periodontal

- Doença infecciosa de progressão lenta e contínua, mas pode ter padrões variáveis de progressão; MPORTANTE FATOR DE RISCO para parto prematuro de baixo peso, diabetes,

Câncer Bucal:

Inclui casos de câncer do lábio e cavidade oral (mucosa bucal, gengiva, palato duro, língua e assoalho da boca)/Causa importante de morbimortalidade/Maior prevalência sexo masculino e 70% dos casos são diagnosticados em indivíduos acima de 70 anos/90-95% carcinoma epidermóide/Doença pode ser facilmente prevenida, desde que seja dada ênfase à promoção de saúde, aumento do acesso aos serviços de saúde e DIAGNÓSTICO PRECOCE;

Oclusopatias (Brasil, 2010):

Prevalências:5 anos: 52,5% apresenta alterações oclusais (chave de canino, sobressaliência, sobremordida ou mordida cruzada posterior)/ 12 anos: condição severa ou muito severa/incapacitante = 19%/15-19 anos: condição severa ou muito severa/incapacitante = 17%

Doenças Bucais:

FUNDAMENTAL: conhecer a etiologia e fatores de risco e determinantesàAbordagem coletivaàAbordagem Individual

Abordagem Coletiva:

ações de V.S. (riscos) L.E. e monitoramento, Promoção de saúde e Educação em saúde;

Quais as medidas em epidemiologia?

Índices/ Indicadores/ Coeficientes/Taxas/Medidas do tipo Razão (Risco).

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