Ética Teleológica e Deontológica na Filosofia

Classificado em Filosofia e Ética

Escrito em em português com um tamanho de 5,87 KB.

Na história da Filosofia surgem duas grandes correntes que procuram resolver estas questões:

  • Ética teleológica:

Define o bem em função do fim a atingir. Se a finalidade da ética for a felicidade do ser humano, as ações são boas sempre que contribuem para que a humanidade atinja esse bem.

  • Ética deontológica:

Define o conjunto de normas que nos permitem definir o que é o bem sem ter em conta um fim específico exterior à moral. As ações são boas na medida em que se adequam ao dever definido pelas leis e princípios estabelecidos.

Utilitarismo

Felicidade: o máximo prazer e ausência de dor.

Para Stuart Mill, a ação humana é boa na medida em que promove o melhor bem para o maior número de pessoas possível. Uma ação é boa desde que seja útil para se atingir a finalidade estabelecida.

A ética utilitarista foi adotada por vários filósofos, tendo como ideia geral o seguinte princípio:

A felicidade deve ser definida como:

O agente moral deve ser maximamente imparcial, deve agir como espectador desinteressado e benevolente. Mais do que a simples procura egoísta da felicidade do agente. Cada indivíduo deve dar primazia à felicidade do maior número de pessoas.

As leis e a organização social devem ter um papel na criação de uma harmonia entre os interesses do indivíduo e os de todos os outros. A ideia de que a sua própria felicidade e a de todos estão associadas de forma inseparável deve ser fomentada pela educação.


Para garantir a aplicação prática da ética utilitarista devem verificar-se duas condições:

No exercício do “princípio da maior felicidade”, pode ser necessário que o sujeito sacrifique a sua própria felicidade em nome de um ideal que é considerado um bem maior.

Para Stuart Mill, o sacrifício por si só é um desperdício e só deve ser valorizado nos casos em que contribua para incrementar a felicidade.

O valor da ação é avaliado exclusivamente em função da quantidade de prazer que provoca.

Os critérios de avaliação da ação são: intensidade, duração, certeza, proximidade e extensão.

Intensidade: O prazer visado deveria ser o mais forte possível.

Duração: Deveria escolher-se o prazer mais duradouro.

Certeza: Entre dois prazeres, o escolhido deveria ser aquele que temos maior probabilidade de conseguir atingir.

Proximidade: Se podemos escolher entre um prazer muito distante e outro que está próximo, devemos escolher este último.

Extensão: Quantas pessoas irão beneficiar da ação.

Hedonismo

O valor da ação é avaliado exclusivamente em função da quantidade de prazer que provoca. Os critérios de avaliação da ação são: intensidade, duração, certeza, proximidade e extensão.


Utilitarismo

O valor da ação é avaliado em função da quantidade e da qualidade de prazer que provoca. Há prazeres superiores e prazeres inferiores, devendo o sujeito dar primazia aos primeiros.

A ética racionalista de Kant é um exemplo de ética deontológica.

Só a boa vontade é boa em si mesma.

Uma boa vontade é uma vontade que age por dever.

A ação por dever é a ação praticada por puro respeito à lei em si mesma.

Kant distingue ação por dever (ação moral) de ação conforme ao dever (ação legal).

O que determina a moralidade da ação não é o fim a atingir mas o querer que a origina.

A razão prática não é santa: atua segundo imperativos.

Os imperativos podem ser de duas naturezas distintas: imperativos hipotéticos e imperativos categóricos.

O imperativo hipotético prescreve que uma ação é boa porque é um meio necessário para conseguir algum propósito ou fim.

O imperativo hipotético é particular e contingente.

«Se queres X, então terás de fazer Y».

O imperativo categórico prescreve que uma ação é boa se for realizada por puro respeito à representação da lei em si mesma.

O imperativo categórico é universal e necessário.

«Deves fazer X, sem mais».

Imperativo categórico: Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal. 


O imperativo categórico é o único critério válido que devemos seguir para decidir se um ato é ou não moralmente permissível.

A ética kantiana é formal e centrada na autonomia da vontade.

A lei moral impõe-se por si mesma, a partir da razão.

A ética kantiana opõe-se às éticas materiais e heterónomas. É absolutamente boa a vontade que age segundo uma máxima que, ao transformar-se em lei universal, não se contradiz nem se derrota a si mesma.

A ética kantiana opõe-se às éticas materiais e heterónomas. É absolutamente boa a vontade que age segundo uma máxima que, ao transformar-se em lei universal, não se contradiz nem se derrota a si mesma.

Objeções: Em algumas circunstâncias, cumprir uma obrigação moral pode implicar deixar de cumprir outra.

O cumprimento cego das obrigações morais pode conduzir a consequências funestas.~

Kant distingue três tipos de ações:

i) Ações contrárias ao dever: Como acontece, por exemplo, com as seguintes ações: roubar, matar, torturar, mentir, quebrar promessas ou outras ações que resultem na violação de restrições deontológicas, isto é, que resultem na violação dos direitos negativos dos outros.

ii) ações meramente conformes ao dever: Como acontece, por exemplo, quando alguém não rouba porque tem receio de ser apanhado, ou não mente porque tem medo de ser castigado.

iii) ações por dever: Como, por exemplo, não mentir para cumprir essa obrigação moral, não roubar porque seria errado fazê-lo.

Entradas relacionadas: